Júlio Lourenço Pinto
Júlio Lourenço Pinto (Porto, 24 de maio de 1842 – Porto, 6 de maio de 1907) foi um escritor, político e crítico literário português.
Júlio Lourenço Pinto | |
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Nascimento | 24 de maio de 1842 Porto |
Morte | 6 de maio de 1907 (64 anos) Porto |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | Escritor, político e crítico literário |
Movimento literário | Naturalismo |
Biografia
editarFilho do conselheiro José Lourenço Pinto e de sua mulher Ana Júlia Pinto, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1864.
Seguiu a carreira administrativa, tendo, a partir da sua formatura, ocupado postos como administrador do concelho, na Póvoa do Varzim, Vila Nova de Gaia, Lousada e Santo Tirso. E como secretário do Governo Civil, em Vila Real, Santarém, Coimbra e Bragança.
De 1879 a 1881, foi governador-civil do Distrito de Santarém. Em 1892 era governador-civil do Distrito de Faro. Por decreto de 1880 recebeu o título do conselho de sua majestade. Foi presidente da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, onde publicou, durante dois anos, uma série de artigos sob o título Revistas Semanais, além de outra colaboração sobre diversos temas.
Dos artigos publicados na Revista de Estudos Livres[1] (1883–1886), refundidos e aumentados, resultará a Estética Naturalista (Porto, Livraria Portuense, 1884). Faleceu no Porto a 6 de maio de 1907. Entre os poucos críticos estudiosos de sua obra, encontra-se o nome de João Gaspar Simões, que com afinco o estudou na sua História do Romance Português (1967–1972).
Como romancista, foi aferrado à estética naturalista publicando seu primeiro romance, Margarida, em 1879, além de vários outros.
Carreira Política
editarComo Governador Civil do Algarve, proibiu o uso do bioco — peça de vestuário feminina semelhante à burca[2] — através do edital de 28 de setembro de 1892[3], alegando que podia ser utilizado com fins impróprios, como a infidelidade conjugal.[4]
Obras
editar- 1877 - Do Realismo na Arte, crítica;
- 1879 - Margarida, romance;
- 1880 - Vida Atribulada, romance;
- 1882 - O Senhor Deputado, romance;
- 1882 - Esboços do Natural, contos;
- 1883-1884 - Ensaios in Letras e Artes;
- 1883 - O Homem Indispensável, romance;
- 1885 - Estética naturalista, crítica, (Porto, Livraria Portuense);
- 1889 - O Bastardo, romance, Typographia do Commercio do Porto;
- 1894 - O Algarve, Notas Impressionistas (Porto, Livraria Portuense);
Referências
- ↑ Pedro Mesquita (22 de outubro de 2013). «Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de abril de 2015
- ↑ Revez, Idálio (14 de junho de 2015). «A "burqa" também existiu no Algarve: era o bioco e dava liberdade à mulher». PÚBLICO. Consultado em 16 de fevereiro de 2025
- ↑ «Album Algarvio: O Rebuço» (PDF). Costa de Oiro. Lagos: Sociedade de Propaganda Costa de Oiro. Outubro de 1939. p. 3. Consultado em 9 de Novembro de 2020 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ BRANDÃO, Veralisa (Setembro de 2016). «O Bioco». Juventude, Artes e Ideias (suplemento do jornal O Olhanense). Olhão. p. 2. Consultado em 10 de Novembro de 2020 – via Issuu
Bibliografia
editar- LUFT, Celso Pedro. Dicionário de literatura portuguesa e brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Globo, 2.ª edição, 1969;