Jacinto (mitologia)
Jacinto (em grego: Υάκινθος, transl.: Hyákinthos), na mitologia grega, era um jovem mortal muito amado pelas divindades, principalmente por Apolo que o seguia aonde quer que ele fosse. Certa vez em que ambos se divertiam com um jogo, Apolo lançou o disco com tal habilidade para o céu que Jacinto, olhando admirado, correu para o apanhar, ansioso por fazer a sua jogada. Zéfiro (o vento oeste) também amava o jovem e, enciumado pela preferência por Apolo, mudou a direção do disco para que este o atingisse. Ao bater na testa de Jacinto, o disco fez com que o jovem caísse morto naquele instante. Apolo correu em desespero até ele e com toda sua habilidade médica tentou reavivar o corpo de Jacinto, mas a sua cura estava além de qualquer habilidade.
Jacinto | |
---|---|
Zéfiro e Jacinto Por Eutimides, 490 a.C. | |
Filho(s) | Anteis, Egleis, Liteia e Orteia |
Apolo se sentiu tão culpado por sua morte que prometeu que Jacinto viveria para sempre com ele na memória do seu canto. Sua lira celebrá-lo-ia, seu canto entoaria a canção de seu destino e ele se transformaria numa flor. Assim, o sangue de Jacinto que manchara a erva, se transforma numa flor de um colorido mais belo que a púrpura tíria. Uma flor muito semelhante ao lírio, porém, roxa. Nela foi gravada a saudade e o pesar de Apolo com o lamento "Ai! Ai!" que ele escreveu na flor, como até hoje se vê. A flor carrega seu nome e renasce todas as primaveras relembrando o seu destino.
A flor mencionada não parece ser o jacinto moderno conhecido; talvez se trate de alguma espécie de íris, de esporinha ou de amor-perfeito.
Filhas de Jacinto
editarJacinto (provavelmente, segundo analistas, um outro espartano de mesmo nome[1]) era um espartano que vivia em Atenas quando esta estava sendo atacada por Minos.[2] Minos, não conseguindo tomar Atenas, rezou a Zeus pedindo vingança, que fez Atenas sofrer fome e peste.[2]
Os atenienses, atendendo a um oráculo, sacrificaram as quatro filhas de Jacinto, Anteis, Egleis, Liteia e Orteia, no túmulo do ciclope Geresto.[2] Isso não adiantou, e o oráculo sugeriu a rendição incondicional (dar a Minos o que quiser). Minos então exigiu como tributo a entrega de sete rapazes e sete damas para serem sacrificados ao Minotauro.[2]
Família
editarExistem várias versões sobre sua família. O próprio Pseudo-Apolodoro dá duas versões.
Árvore genealógica segundo Pseudo-Apolodoro, Livro I:[3][4]
Zeus | Mnemósine | Magnes | |||||||||||||||||||||||||
Clio | Piero | ||||||||||||||||||||||||||
Jacinto | |||||||||||||||||||||||||||
Árvore genealógica segundo Pseudo-Apolodoro, Livro III; por simplificação os tios e sobrinhos de Jacinto foram omitidos.[5]
Lacedemão | Esparta | Lápito | |||||||||||||||||||||||||||||
Amiclas | Diomede | ||||||||||||||||||||||||||||||
Cinorta | Jacinto | ||||||||||||||||||||||||||||||
-
Morte de Jacinto
Ppor Alexander Kiselyov -
A morte de Jacinto
Por Jean Broc
Referências
- ↑ Hyakinthos, site www.theoi.com
- ↑ a b c d Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 3.15.8
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.3.1
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.3.3
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 3.10.3