Janthina janthina

espécie de molusco

Janthina janthina (nomeada, em inglês, common Janthina[3][4], large violet snail, common purple sea snail[4] ou common purple snail)[5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho da família Epitoniidae, na ordem Caenogastropoda[2] (no passado, na família Janthinidae), epipelágica e pleustônica em oceanos tropicais.[3][4][6][7][8] Foi classificada por Carolus Linnaeus, nomeada Helix janthina, em 1758, na obra Systema Naturae[2]; agora considerada a espécie-tipo do gênero Janthina[9] e sua maior espécie.[5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaJanthina janthina
Uma ilustração do livro Voyage de Découvertes aux Terres Australes (1807), mostrando um molusco da espécie J. janthina com o animal e seu flutuador, que se constitui de uma jangada de bolhas de ar que são aprisionadas por muco. Estes flutuadores são movimentados pelos ventos e correntes marinhas.[1]
Uma ilustração do livro Voyage de Découvertes aux Terres Australes (1807), mostrando um molusco da espécie J. janthina com o animal e seu flutuador, que se constitui de uma jangada de bolhas de ar que são aprisionadas por muco. Estes flutuadores são movimentados pelos ventos e correntes marinhas.[1]
Vista da espiral de uma concha de J. janthina; uma espécie pelágica, espalhada por todos os mares tropicais da Terra.
Vista da espiral de uma concha de J. janthina; uma espécie pelágica, espalhada por todos os mares tropicais da Terra.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Caenogastropoda
Superfamília: Epitonioidea
Família: Epitoniidae[2]
Género: Janthina
Röding, 1798[2]
Espécie: J. janthina
Nome binomial
Janthina janthina
(Linnaeus, 1758)[2]
Sinónimos
Helix janthina Linnaeus, 1758
Ianthina affinis Reeve, 1858
Ianthina africana Reeve, 1858
Ianthina balteata Reeve, 1858
Ianthina bicolor Menke, 1828
Ianthina bicolor var. conica Monterosato, 1878
Ianthina britannica Forbes & Hanley, 1852
Ianthina caeruleata Reeve, 1858
Ianthina casta Reeve, 1858
Ianthina depressa Reeve, 1858
Ianthina fibula Reeve, 1858
Ianthina grandis Reeve, 1858
Ianthina involuta Reeve, 1858
Ianthina planispirata A. Adams & Reeve, 1850
Ianthina roseola Reeve, 1858
Ianthina smithiae Reeve, 1858
Ianthina striulata Carpenter, 1857
Ianthina striulata var. contorta Carpenter, 1857
Ianthina trochoidea Reeve, 1858
Janthina (Achates) carpenteri Mörch, 1860
Janthina (Achates) orbignyi Mörch, 1860
Janthina auriculata E. von Martens, 1904
Janthina bicolor O. G. Costa, 1830
Janthina bicolor var. major Monterosato, 1878
Janthina bicolor var. minor Monterosato, 1878
Janthina communis Lamarck, 1822
Janthina costae Mörch, 1860
Janthina fragilis Lamarck, 1801
Janthina penicephela Peron & Lesueur, 1807
Janthina rotundata Dillwyn, 1840
Janthina violacea Röding, 1798
Janthina vulgaris Gray, 1847
(WoRMS)[2]

Descrição da concha e hábitos

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Janthina janthina possui concha globosa, levemente triangular quando vista de sua abertura; com espiral baixa e cônica e geralmente com até 4 voltas suavemente arredondadas, de coloração púrpura a rosada, mais clara na área da espiral, atingindo até os 4 centímetros de comprimento e sem canal sifonal em sua abertura, que é subquadrada. A sua superfície possui sulcos pouco visíveis e seu lábio externo é arredondado e fino, anguloso, com sua columela reta, na parte anterior, e sem opérculo na abertura, quando adulta.[1][4][7][10][11] A tonalidade mais escura, na base da concha de Janthina janthina, faz com que o animal fique camuflado de seus predadores (tanto da vista de cima como da de baixo).[8]

Os moluscos do gênero Janthina não possuem visão[3] e não podem viver desconectados de seus flutuadores; fixos por seus pés[12] e com a abertura da concha para cima, estando à mercê de ventos e correntes marinhas, na superfície das ondas, para o seu deslocamento, passando sua vida na zona epipelágica ou nêuston (superfície dos oceanos) de mares tropicais, se alimentando de cnidários dos gêneros Physalia, Porpita e Velella.[1][13][14] Tais flutuadores são constituídos por uma bolsa de bolhas de ar formadas por muco endurecido e secretado pelo animal. Tais bolsas também contém seus ovos, mantidos em cápsulas presas à parte inferior do flutuador das fêmeas e liberados como larvas que nadam livremente. Os indivíduos são protândricos; iniciam suas vidas como machos e posteriormente se tornam fêmeas.[7][13][15] Quando são alvo de predação eles podem soltar uma substância de coloração arroxeada para a sua defesa.[10][16] Podem ser depositados em praias pela maré, em grande número e ainda vivos[17], após tempestades.[7]

Distribuição geográfica

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Esta espécie está distribuída geralmente nas áreas de clima tropical dos três oceanos[4], incluindoː

Ligações externas

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Referências

  1. a b c OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 58. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  2. a b c d e f g «Janthina janthina (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  3. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 70. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b c d e f «Janthina (Janthina) janthina» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  5. a b c WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 44. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9 
  6. a b c d e «Janthina janthina (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020 
  7. a b c d e RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 101. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  8. a b Santos, Natali; Saviolo, Priscila; Porcaro, Renata; Charlier, Sarah; Gonsales, Sílvia; Rossi, Tatiane; Ucela, Tiago (26 de agosto de 2008). «Pleuston e Neuston» (PDF). Universidade de São Paulo. 1 páginas. Consultado em 16 de dezembro de 2020 
  9. «Janthina Röding, 1798» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  10. a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 116-117. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  11. Watery World (8 de dezembro de 2011). «Janthina janthina» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 14 de novembro de 2020 
  12. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 49. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  13. a b «Family Janthinidae - Violet snails» (em inglês). Seashells of NSW. 1 páginas. Consultado em 12 de novembro de 2020 
  14. Beu, A.G. (2017). «Evolution of Janthina and Recluzia» (PDF) (em inglês). Records of the Australian Museum. 69(3). 1 páginas. Consultado em 14 de dezembro de 2020 
  15. «Janthinidae» (em inglês). Merriam-Webster. 1 páginas. Consultado em 4 de novembro de 2020. Definition of Janthinidaeː a family of marine snails (suborder Taenioglossa) comprising the violet snails and floating at the surface by means of a raft of air bubbles enclosed in hardened mucus secreted by the foot. 
  16. ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês) 4 ed. Boston - New York: Houghton Mifflin Company - Google Books. p. 175. 350 páginas. ISBN 0-618-16439-1. Consultado em 12 de novembro de 2020 
  17. «Janthina janthina (Linnaeus, 1758) janthina» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  18. «Janthina janthina (Linnaeus, 1758)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 17 de novembro de 2020 
  19. LINDNER, Gert (Op. cit., p.136.).
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