Jean Baptiste Binot

Botânico francês

Jean Baptiste Binot (Paris, 1806 - Petrópolis,1894[1]) foi um botânico e paisagista francês que veio para o Brasil em Junho de 1836, com 30 anos de idade, a pedido de D. Pedro II do Brasil a fim de planejar, com orientação pessoal do Imperador, os jardins do Palácio Imperial de Petrópolis, composto por grande variedade vegetal, estátuas, fontes, etc.[2]

Jean Baptiste Binot
Jean Baptiste Binot
Nascimento Paris
Cidadania França
Ocupação botânico

Seu filho, Pedro Maria Binot, fundou em Petrópolis o Orquidário Binot, inicialmente com o nome 'Etablissement P.M. Binot', existente ainda hoje, o que é considerado como o marco inicial da floricultura no Brasil.[3]

Biografia

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Membro da Sociedade Imperial e Centro de Horticultura de Paris, correspondente de inúmeros estabelecimentos de agricultura e horticultura da França, chegou ao Brasil em 1836, em luto pela morte de sua única filha. Primeiro instalou-se em Niterói e posteriormente mudou-se para Petrópolis.

Floricultor e agricultor, sendo dos primeiros foreiros a receberem terras em Petrópolis, cuja colonização assistiu e colaborou. Em 1848, adquiriu uma propriedade em Petrópolis no Quarteirão de Nassau, onde instalou sua primeira chácara de plantas com exemplares raros e bem cuidados. Mais tarde adquiriu terrenos do Retiro, plantando em grande escala beterrabas, aspargos, alcachofras, videiras de Portugal, Espanha, França e outras árvores frutíferas da Europa.

Em 1854 firmou contrato com a Superintendência da Imperial Fazenda de Petrópolis para o trabalho de ajardinamento do Palácio Imperial, onde a Superintendência ficou responsável pelo pagamento mensal dos trabalhadores mais a quantia de oitenta mil réis.[4]

O projeto foi elaborado, sob a orientação pessoal do imperador, com uma variada vegetação, com plantas exóticas (como bananeiras e árvores de incenso de Madagascar) e árvores da flora nacional, sempre apresentando uma preciosa seleção de flores. Também preocupado com o caráter humanístico dos jardins imperiais, acrescentou estatuetas da mitologia grega, repuxos e fontes.[5]

Desta execução do projeto dos jardins do Palácio Imperial, nasceu um estreito relacionamento entre Binot e D.Pedro II, o que fez com que este último tornasse o padrinho de seu filho Pedro Maria Binot.[4]

Em 1857 escreveu para 'O Paraíba' uma interessante série de crônicas relativas à colônia, na ocasião em que era elevada a cidade. Foi premiado com a medalha de ouro na exposição de Antuérpia (1885) e Primeiro Prêmio na Exposição Universal de Paris (1889) pelo seu artigo 'Da agricultura e da horticultura em suas aplicações a Petrópolis'.[5]

Concorreu a todas as exposições hortícolas e de flores realizadas no Palácio de Cristal, obtendo sempre honrosas classificações com seus produtos.[6]

Referências

  1. Cent. Petrópolis, vol. VI, pg. 103. - “J. de P.” de 18-8-1933 - “A Princesa e Petrópolis” , G. Auler pg. 29
  2. institucional. «Museu Imperial». Consultado em 17 de dezembro de 2009 
  3. institucional Prefeitura de Petrópolis. «Binot orchid-house» (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2009 
  4. a b «Brazilian Orchids - Orchid News # 9». www.delfinadearaujo.com. Consultado em 26 de maio de 2020 
  5. a b «19&20: Jean Baptiste Binot, um artista francês nos trópicos, por Mariluci da Cunha Guberman». www.dezenovevinte.net. Consultado em 26 de maio de 2020 
  6. Cent. Petrópolis, vol. VI, pg. 103. - “J. de P.” de 18-8-1933 - “A Princesa e Petrópolis” , G. Auler pg. 29