Jerónimo de Ataíde, 6.º Conde da Castanheira
D. Jerónimo de Ataíde, 2.º conde de Castro Daire e 6.º conde da Castanheira, foi um fidalgo e político português do século XVII, que serviu a coroa espanhola até à celebração do Tratado de paz de 1668 e regressou a Portugal depois dessa data, para tomar posse dos seus condados.
Jerónimo de Ataíde | |
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6.º Conde da Castanheira | |
Armas da família Ataíde, a que pertencia o 6.º conde da Castanheira | |
Consorte de | D. Helena de Castro |
Dados pessoais | |
Nascimento | c. 1579 |
Morte | 1669 (90 anos) |
Pai | D. António de Ataíde, 1.º Conde de Castro Daire |
Mãe | D. Ana de Lima, herdeira do senhorio de Castro Daire |
Título(s) | 2.º Conde de Castro Daire
1.º Marquês de Colares (título espanhol) |
Ocupação | Estadista |
Filho(s) | D. Jorge de Ataíde, 3.º Conde de Castro Daire |
Filha(s) | D. Ana de Ataíde e Castro, condessa da Castanheira |
Religião | Católica |
Biografia
editarNasceu cerca de 1579[1] e morreu em Lisboa em 12 de dezembro de 1669. Era filho do 1.º conde de Castro Daire, D. António de Ataíde e de D. Ana de Lima, herdeira do 6.º senhor de Castro Daire.
Ficou em Espanha, depois da Restauração, e foi mordomo-mor da Rainha Isabel de Bourbon, mulher do rei Filipe IV de Espanha. Exerceu ainda o cargo de aio do Príncipe Baltazar Carlos, de grande relevância na corte espanhola.
Pertenceu ao Conselho de Estado e ao Conselho de Portugal, em Madrid.
Filipe IV o fez Marquês de Colares,[2] após a Restauração, pelo que o título já não teve validade em Portugal;[3] e deu-lhe também a promessa do ducado de Benavente, quando (e se) recuperasse Portugal.[4]
D. Jerónimo de Ataíde, porém, nunca pegou em armas contra Portugal.[5]
Concluída a paz, em 1668, por estar abrangido no artigo 8.º do tratado de 13 de fevereiro desse ano, regressou a Portugal no mês de novembro, "a comer o seu condado". [1]
Depois da sua morte, o título de conde da Castanheira foi renovado e confirmado na pessoa do seu genro (casado com D. Ana de Ataíde e Castro,[6] filha de D. Jerónimo), Simão Correia da Silva[7] - vedor da Fazenda, governador do Algarve e membro do Conselho de Estado - por carta de 27 de janeiro de 1670.[8]
O título de conde de Castro Daire passou para o seu filho D. Jorge de Ataíde, que foi assim 3.º Conde desse título.[9] Casado em LIsboa (Santa Justa), a 27.10.1658, com D. Guiomar de Távora Sousa Faro e Veiga (que depois passaria a segundas núpcias com o 3.º Conde de Castelo Melhor), teve geração, um filho, D. António de Ataíde e Castro, que seguiu a carreira eclesiástica, sendo Fidalgo-capelão da corte,[10][11] pelo que não se encartou no título e faleceu sem sucessão.
Casamento e descendência
editarCasou com D. Helena de Castro, filha de D. João de Castro, senhor de Reriz e Benviver, Sul, Penela e Resende, e D. Juliana de Távora; com geração, mencionada acima.
Obra
editarEscreveu, além de compêndios de genealogia, «Información sobre Haver de Preceder en el Consejo de Portugal, supplicando de la nueva forma de precedencias y Respondiendo a los errados informes que se dieron a S. Magestad».
Referências
- ↑ a b Barreto, João Augusto da Graça (1888). Monstruosidades do tempo e da fortuna: diário de factos mais interessantes que succederam no reino de 1662 a 1680, até hoje attribuido infundadamente ao benedictino fr. Alexandre da Paixão. Lisboa: Typographya da Viuva Sousa Neves. pp. 124, 68
- ↑ «OSUNA,CP.1,D.34 - Árbol circular de costado de Jerónimo Ataide, I marqués de Colaves, conde de Castro Dairo (siglo XVII).». PARES (em espanhol). Consultado em 14 de fevereiro de 2024
- ↑ «Brasões da Sala de Sintra, LIvro Primeiro: Freire, Anselmo Braamcamp, p. 531.». Internet Archive. Consultado em 31 de julho de 2020
- ↑ Pereira, Esteves; Rodrigues, Guilherme (1904). Portugal : diccionario historico, chorographico, heraldico, biographico, bibliographico, numismatico e artistico. Getty Research Institute. Lisboa: J. Romano Torres. p. 938
- ↑ Freire, Anselmo Braamcamp, op. cit. p. 532.
- ↑ Sousa, Gonçalo de Vasconcelos e. «SOUSA, G. V. - Argênteos legados: a prata nos testamentos dos titulares da aristocracia portuguesa (finais do séc. XVII a finais do séc. XVIII). In RIVAS CARMONA, J.; GARCÍA ZAPATA, I. J. – "Estudios de Platería, San Eloy 2022". Murcia: Univ. Murcia; Servicio de Publicaciones, 2022, pp. 395-405 .». p. 400 e nota 31. Consultado em 8 de setembro de 2024.
D. Ana de Ataíde e Castro, 7.ª condessa da Castanheira, sucessora de D. Jorge de Ataíde, 3.º Conde de Castro Daire (seu irmão), morreu em 1704 (s. g.), tendo esta casa nobiliárquica passado para seu primo o 4.º marquês de Cascais, D. Luís Álvares de Castro Ataíde Noronha e Sousa
- ↑ «Simão Correia da Silva. Carta. Mais uma vida nas vilas e Alcaidarias que vagarão de seu sogro, Conde da Castanheira - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 1 de junho de 2021
- ↑ Freire, Anselmo Braamcamp, op. cit., p. 421-2.
- ↑ «(D.) Jorge de Ataíde. Carta. Mercê do Título de Conde da vila de Castro. - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2024
- ↑ «(D.) António de (Ataíde e) Castro. Alvará. Fidalgo Capelão. 1683-05-21. Filiação: Jorge de Ataíde (D.). - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2024
- ↑ «(D.) António de Castro. Álvara. 1691-07-21. Filiação: D. Jorge de Ataíde- Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2024
Precedido por António de Ataíde |
Conde da Castanheira 1647 - 1669 |
Sucedido por D. Ana de Ataíde e Castro |
Precedido por António de Ataíde |
Conde de Castro Daire 1647 - 1669 |
Sucedido por D. Jorge de Ataíde |
Precedido por Novo Título |
Marquês de Colares c. 1641 - 1669 |
Sucedido por --- |