João-teneném-becuá

espécie de ave

O joão-teneném-becuá (Synallaxis gujanensis) é uma espécie de ave da subfamília Furnariinae e da família Furnariidae, a família do joão-de-barro. É encontrada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela .[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaJoão-teneném-becuá

Classificação científica
Superdomínio: Biota
Reino: Animalia
Sub-reino: Eumetazoa
Infrarreino: Deuterostomia
Superfilo: Deuterostomia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Sarcopterygii
Classe: Aves
Subclasse: Tetrapodomorpha
Infraclasse: Neognathae
Ordem: Passeriformes
Família: Furnariidae
Género: Synallaxis
Espécie: Synallaxis gujanensis
Distribuição geográfica

Taxonomia e sistemática

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O joão-teneném-becuá foi descrito formalmente em 1789 pelo naturalista alemão Johann Friedrich Gmelin em sua edição revisada e ampliada do Systema Naturae de Carl Linnaeus. Ele colocou-o junto com as alvéolas (wagtails) no gênero Motacilla e cunhou o nome binomial Motacilla gujanensis .[2][3] Gmelin baseou sua descrição em "Le rouge-queue de la Guyanne", que foi descrito e ilustrado em 1778 pelo polímata francês, o Conde de Buffon.[4][5] O epíteto específico gujanensis refere-se a localidade tipo, asGuianas.[6] O joão-teneném-becuá é uma das 37 espécies do gênero Synallaxis, gênero introduzido em 1818 por Louis Pierre Vieillot .[7][1]

Há seis subespécies reconhecidas: [1]

  • Synallaxis gujanensis columbiana Chapman, 1914
  • Synallaxis gujanensis gujanensis Gmelin, JF, 1789
  • Synallaxis gujanensis huallagae Cory, 1919
  • Synallaxis gujanensis canipileus Chapman, 1923
  • Synallaxis gujanensis inornata Pelzeln, 1856
  • Synallaxis gujanensis certhiola Todd, 1916

As espécies joão-do-araguaia (S. simoni), joão-do-pantanal (S. albilora) e o joão-do-maranhão (S. maranonica) eram anteriormente tratados como subespécies do teneném-becuá. Os quatro formam um grupo monofilético .

Descrição

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O joão-teneném-becuá tem por volta de 16 centímetros e pesa por volta de 17 gramas. Ambos sexos têm a mesma plumagem. Os adultos da subespécie S. g. gujanensis tem um supercílio amarelo acinzentado fraco em uma face marrom acinzentada.[8]

Várias das subespécies apresentam intergradação ao longo de suas zonas de contato.

Distribuição e habitat

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As subespécies do joão-teneném-becuá se distribuem da seguinte forma: [1]

  • Synallaxis gujanensis columbiana: centro-sul da Colômbia entre os departamentos de Meta e Putumayo
  • Synallaxis gujanensis gujanensis: leste e sul da Venezuela, Guianas e norte e leste do Brasil até o Atlântico e sul até o norte do Mato Grosso
  • Synallaxis gujanensis huallagae: sudeste da Colômbia, leste do Equador, leste do Peru e norte da Bolívia
  • Synallaxis gujanensis canipileus : departamentos de Cusco e Puno, sudeste do Peru
  • Synallaxis gujanensis inornata: estado do Amazonas, no centro-oeste do Brasil, ao sul da Amazônia até o nordeste da Bolívia
  • Synallaxis gujanensis certhiola: leste da Bolívia nos departamentos de Santa Cruz e sul de Beni

O joão-teneném-becuá habita uma variedade de paisagens, a maioria próxima à água. Elas incluem matas de galeria, bordas de floresta de várzea, floresta secundária e áreas arbustivas com presença da planta Gynerium, em meio a bosques de Cecropia, em ilhas fluviais. Em altitude encontra-se abaixo de 1200 metros[8][9][10][11]

Comportamento

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Migração

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O joão-teneném-becuá reside ao longo do ano todo na mesma distribuição.

Alimentação

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O joão-teneném-becuá alimenta-se de artrópodes. Geralmente forrageia em pares, no solo e no sub-bosque até cerca de 2 metros de altura. Ele coleta suas presas na serrapilheira, na grama e em pequenos galhos.[8][9][10][11]

Status

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A IUCN avaliou o joão-teneném-becuá como sendo de menor preocupação. Tem um alcance extremamente grande e um tamanho populacional desconhecido, que se acredita ser estável. Não foram identificadas ameaças imediatas. É considerado bastante comum na maior parte de sua distribuição.[10]

Referências

  1. a b c d Gill; Donsker, David; Rasmussen, eds. (julho de 2023). «Ovenbirds, woodcreepers». IOC World Bird List. Consultado em 31 de julho de 2023 
  2. Gmelin, Johann Friedrich (1789). Systema naturae per regna tria naturae : secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis (em latim). 1, Part 2 13th ed. Lipsiae [Leipzig]: Georg. Emanuel. Beer 
  3. Peters, James Lee, ed. (1951). Check-List of Birds of the World. 7. Cambridge, Massachusetts: Museum of Comparative Zoology 
  4. Buffon, Georges-Louis Leclerc de (1778). «Le rouge-queue de la Guyanne». Histoire Naturelle des Oiseaux (em francês). 5. Paris: De l'Imprimerie Royale 
  5. Buffon, Georges-Louis Leclerc de; Martinet, François-Nicolas; Daubenton, Edme-Louis; Daubenton, Louis-Jean-Marie (1765–1783). «Le rouge-queue de Cayenne». Planches Enluminées D'Histoire Naturelle. 7. Paris: De L'Imprimerie Royale 
  6. Jobling, James A. (2010). The Helm Dictionary of Scientific Bird Names. London: Christopher Helm. ISBN 978-1-4081-2501-4 
  7. Vieillot, Louis Pierre (1818). Nouveau dictionnaire d'histoire naturelle, appliquée aux arts, à l'agriculture, à l'économie rurale et domestique, à la médecine, etc. (em francês). 24 Nouvelle édition ed. Paris: Deterville. doi:10.5962/bhl.title.20211 
  8. a b c van Perlo, Ber (2009). A Field Guide to the Birds of Brazil. New York: Oxford University Press. 214 páginas. ISBN 978-0-19-530155-7 
  9. a b Ridgely, Robert S.; Greenfield, Paul J. (2001). The Birds of Ecuador: Field Guide. II. Ithaca: Cornell University Press. pp. 350–351. ISBN 978-0-8014-8721-7 
  10. a b c McMullan, Miles; Donegan, Thomas M.; Quevedo, Alonso (2010). Field Guide to the Birds of Colombia. Bogotá: Fundación ProAves. 118 páginas. ISBN 978-0-9827615-0-2 
  11. a b de la Peña, Martín R.; Rumboll, Maurice (2001). Birds of Southern South America and Antarctica. Col: Princeton Illustrated Checklists. New Jersey: Princeton University Press. pp. Plate 62. ISBN 0691090351 

Ligações externas

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