João Brás de Oliveira

Arqueólogo naval, oficial da Marinha (almirante da armada portuguesa), prof. univ., e "artista, historiador e professor de arte da guerra naval" (op. cit., 1955)

João Braz de Oliveira (Lisboa, 11 de março de 1851Lisboa, 12 de setembro de 1917) foi um oficial general da Armada Portuguesa que se distinguiu como pedagogo e cronista dos fastos navais portugueses, para além de revelar um grande talento artístico no desenho e na aguarela.[1][2][3]

João Brás de Oliveira
Nascimento 11 de março de 1851
Lisboa
Morte 12 de setembro de 1917 (66 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação oficial de marinha, escritor, pesquisador

Biografia

editar

Nasceu em Lisboa, filho de João Braz de Oliveira. Assentou praça como aspirante da Armada a 3 de agosto de 1869. Concluído o curso da Escola Naval foi promovido a guarda-marinha em 2 de outubro de 1872. No prosseguimento da sua carreira naval, foi promovido a segundo-tenente em 1876 e a primeiro-tenente em 1884. Durante este período integrou a guarnição das corvetas Duque da Terceira, Sá da Bandeira, da fragata D. Fernando II e Glória, da canhoneira Sado e do transporte Índia. Serviu por duas vezes na Estação Naval de Angola e foi instrutor de artilharia e infantaria na Escola Naval.[3]

Entrou na classe dos oficiais superiores ao ser promovido a capitão-tenente em 27 de fevereiro de 1890. Nos anos seguintes, foi nomeado professor de Desenho e Poligrafia da Escola Naval. Tendo permanecido como docente da Escola Naval, foi promovido a capitão-de-mar-e-guerra em 1903, sendo então nomeado lente titular da 11.ª cadeira, intitulada «Ciência da Guerra, Fortificação, Estratégia e Táctica do Combate Naval».[3]

Foi promovido a contra-almirante em 11 de fevereiro de 1913, mantendo-se na Escola Naval, cujo comando assumiu interinamente em abril de 1917. Faleceu, no activo, em 12 de setembro de 1917.[3]

Ao longo do seu percurso como professor da escola Naval notabilizou-se pelas suas capacidades pedagógicas e pelo cuidado que colocava nas suas lições. Também se dedicou à investigação histórica e à escrita, sendo autor de uma importante obra de temática baval. Entre as suas publicações, destacam-se As Explorações de África, 1877; Os Navios de Vasco da Gama, 1892; Os Navios da Descoberta 1894; A influência do Infante D. Henrique no progresso da marinha portuguesa – navios e armamento, 1894. A sua obra magna, Narrativas Navais, publicada pela Academia Real das Ciências de Lisboa em 1908, foi novamente reeditada em 1970 pelo Ministério da Marinha, oferecendo ao leitor 42 empolgantes narrativas.

Referências

editar
  1. António Aresta, «João Braz de Oliveira e o tufão de 1874».
  2. Vicente Almeida de Eça, O Contra-Almirante João Braz d'Oliveira : in memoriam. Lisboa : Tip. da J. F. Pinheiro, 1917.
  3. a b c d Isabel Graes & José Luís Leiria Pinto (coordenadores), Dicionário do Almirantado Português, pp. 292-293. Lisboa : Academia de Marinha/IURIS - Instituto de Investigação Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 2023 (ISBN 978-972-781-174-8).