João Luís de Moura
João Luís de Moura (em grafia antiga João Luiz de Moura) OTE • ComC • ComA • GCB • GOIP • MCC • MVE (Santo Estêvão (Benavente), Benavente, 27 de Janeiro de 1885 - Lisboa, 21 de Julho de 1937) foi um militar, político e dirigente desportivo português.[1]
João Luís de Moura | |
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Dados pessoais | |
Nascimento | 27 de janeiro de 1885 Benavente, Benavente, Portugal |
Morte | 21 de julho de 1937 (52 anos) Lisboa, Portugal |
Vida militar | |
País | Portugal |
Força | Exército Português |
Hierarquia | Tenente-Coronel |
Honrarias | Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo Ordem Militar de São Bento de Avis Ordem de Benemerência Ordem da Instrução Pública |
Outros serviços | Político e dirigente desportivo |
Biografia
editarAlistou-se como voluntário no Regimento de Artilharia N.º 1, sendo incorporado a 6 de Outubro de 1903. Concluído o curso de Cavalaria na Escola do Exército a 30 de Outubro de 1907, foi Aspirante a Oficial do Regimento de Cavalaria N.º 3, sendo promovido a Alferes a 15 de Novembro de 1908 e a Tenente a 1 de Dezembro de 1912.[1]
A 27 de Abril de 1917 concluiu o curso de Piloto-Aviador, tendo partido, como Instrutor do pessoal da Esquadrilha Expedicionária a Moçambique, na Primeira Guerra Mundial, sendo, mais tarde, Comandante da mesma Esquadrilha. Foi promovido a Capitão de Aeronáutica a 24 de Setembro de 1917. Teve uma acção de relevo na Defesa de Chomba, em Cabo Delgado, Moçambique, contra os Alemães. Após o Armistício, regressou à Metrópole, e fez parte duma Comissão, que teve o encargo de propor as bases de organização do Corpo de Aviação Militar. Combateu ardorosamente os insurrectos Monárquicos no Norte de Portugal, durante a Monarquia do Norte. Em 1922, foi nomeado Comandante Interino da Escola de Aeronáutica Militar, e, depois, Comandante Efectivo. Sofreu dois desastres de aviação, ambos em 1925, sendo um a 1 de Agosto, quando seguia a bordo dum Nieuport, e outro quando tripulava um Fairey, que capotou quando seguia para Espanha.[1]
Entre 1925 e 1931, foi o 5.º Presidente do Clube de Futebol Os Belenenses.[2]
Após o Movimento de 28 de Maio de 1926, foi designado para Governador Civil do Distrito de Lisboa de 11 de Junho de 1926 até à sua morte a 21 de Julho de 1937, tendo sido o Governador Civil deste Distrito com o mandato mais longo. Reorganizou profundamente todos os serviços, principalmente o da assistência. Inquiriu das receitas e despesas das várias casas de caridade, tanto do Estado como particulares, e ordenou que todas elas tivessem os seus orçamentos em ordem. Em face desses documentos, com as verbas de que dispunha, foi acudindo a todas na medida do possível. Aparecia sempre sem ser esperado em todos os asilos e creches, a acarinhar as crianças e a animar os dirigentes, a estudar modificações, a introduzir melhoramentos, na sua obra generosa de protector. Chamavam-lhe o pai dos pobres.[1]
Foi promovido a Major[3] a 30 de Setembro de 1926 e a Tenente-Coronel a 30 de Setembro de 1929.[1]
Exerceu os lugares de Instrutor de Esgrima, Director das oficinas de reparação de automóveis do Exército, Vogal do Conselho da Ordem de Benemerência, Vogal do Comité Olímpico de Portugal e Vogal do Conselho Central da Cruz Vermelha Portuguesa e do Conselho Central do Pró-Sanatório dos Sargentos Tuberculosos dos Exércitos de Terra e Mar. Fez parte do Juri para as provas especiais de aptidão para a promoção ao posto de Major dos Capitães da Aeronáutica. Foi eleito 4.º Presidente da Federação Portuguesa de Futebol de 1927 a 1928. Foi incumbido de organizar a participação de Portugal nos Jogos da XI Olimpíada, os Jogos Olímpicos de Verão de 1936.[1]
Era cunhado de Belmiro Augusto Vieira Fernandes.
Condecorações
editarPossuía a Placa de Honra e a Cruz Vermelha da Ordem de Benemerência da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha. Foi distinguido por serviços prestados à Cruz Vermelha da Letónia e da Alemanha com Medalhas oferecidas pelos respectivos países.[1]
- Medalha Comemorativa da Campanha Moçambique 1917-1918 de Portugal (? de ? de 19??)
- Medalha da Vitória com Estrela de Portugal (? de ? de 19??)
- Medalha de 2.ª Classe da Ordem do Mérito Militar de Espanha (? de ? de 19??)[1]
- Comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis[1] de Portugal (27 de Dezembro de 1927)[3]
- Comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo[1] de Portugal (31 de Dezembro de 1927)[3]
- Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal (5 de Outubro de 1928)[3]
- Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública[1] de Portugal (14 de Junho de 1930)[3]
- Grã-Cruz da Ordem de Benemerência[1] de Portugal (18 de Julho de 1931)[3]
- Medalha Militar de Ouro de ... de Portugal (? de ? de 19??)
- Comendador da Pontifícia Ordem Equestre de São Gregório Magno Classe Militar do Vaticano ou da Santa Sé (? de ? de 19??), com que Sua Santidade o Papa Pio XI o agraciou[1]
Em sua homenagem, foi dado o seu nome à Rua João Luiz de Moura, em Cascais, Cascais, e à Rua Major João Luís de Moura, na Pontinha, em Odivelas.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 18. 18
- ↑ «Lista de Presidentes». Os Belenenses. Consultado em 20 de Fevereiro de 2017
- ↑ a b c d e f «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Luiz de Moura". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 29 de março de 2016
Precedido por Dr. Franklin Nunes |
Presidentes da Federação Portuguesa de Futebol ? de ? de 1927 – ? de ? de 1928 |
Sucedido por Luís Plácido de Sousa |