João Manuel de Lemos Santos
João Manuel de Lemos Santos, mais conhecido apenas como João de Lemos (Castelo Branco, 12 de Maio de 1951 - Lisboa, 30 de Outubro de 2022), foi um médico português.
João Manuel de Lemos Santos | |
---|---|
Nascimento | 12 de Maio de 1951 Castelo Branco |
Morte | 30 de Outubro de 2022 Lisboa |
Carreira médica | |
Ocupação | Médico |
Biografia
editarNasceu em 12 de Maio de 1951, na cidade de Castelo Branco, mas ainda durante a infância a família mudou-se para Beja.[1]
Voltou a Beja após ter concluído os estudos de medicina, tendo-se fixado naquela cidade como médico.[1] Trabalhou em várias instituições locais, como o Centro de Saúde de Beja, onde chegou ao posto de director,[1] a Administração Regional de Saúde do Alentejo e a Cruz Vermelha Portuguesa, onde foi vice-presidente.[2] É considerado como um dos primeiros responsáveis pela instalação do Serviço Nacional de Saúde no Baixo Alentejo.[1] Colaborou igualmente nas estruturas regionais de combate à sida, e ensinou no Instituto de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida e na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Beja.[1] Em Julho de 1999, foi entrevistado pelo jornal Público como responsável da Sub-Região da Administração Regional de Saúde, devido à ausência do único médico no concelho de Barrancos durante um período de duas semanas, tendo João Lemos respondido que não tinha pessoal disponível para o substituir, e aconselhou a autarquia a construir uma piscina e os utentes a adquirirem ventoinhas para combaterem o excesso de calor, e a contratar um autocarro para transportar os doentes a Moura.[3] Esta resposta foi duramente criticada pelo presidente da Câmara Municipal de Barrancos, António Tereno,[3] e pela divisão de Beja do Partido Comunista Português, que exigiu a demissão de João Lemos daquele posto, alegando que tinha ofendido a dignidade dos alentejanos, demonstrando que «não tinha condições para se manter no cargo».[4]
Também foi um partidário do Bloco de Esquerda, tendo em várias ocasiões integrado as listas autárquicas da divisão do partido em Beja.[1]
Faleceu em 30 de outubro de 2022, aos 71 anos de idade, na cidade de Lisboa, onde estava a ser alvo de tratamentos de saúde.[1] Na sequência da sua morte, a divisão de Beja do Bloco de Esquerda emitiu uma nota de pesar, onde o classificou como um «Médico competente, atencioso e, sobretudo, humano, desempenhou a profissão no Alentejo que adotou como seu, e em Angola, onde exerceu enquanto Cooperante. Dessa experiência muito rica do ponto de vista técnico e humana, sempre falou com muito carinho», acrescentando que se destacou «pela sua competência, fosse em Beja ou na Mina de S Domingos».[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Faleceu o médico João Lemos». Bloco de Esquerda. 4 de Novembro de 2022. Consultado em 5 de Abril de 2023
- ↑ «Bloco de Esquerda lembra João Lemos como "médico, humanista e ativista social"». Rádio Pax. 3 de Novembro de 2022. Consultado em 5 de Abril de 2023
- ↑ a b DIAS, Carlos (12 de Julho de 1999). «População de Barrancos sem médico». Público. Consultado em 5 de Abril de 2023
- ↑ «PCP quer demissão de responsável da ARS». Avante!. 15 de Julho de 1999. Consultado em 5 de Abril de 2023