Joana de Leeds
Joana de Leeds (Grã-Bretanha, século XIV) foi uma freira inglesa que, em algum ponto de 1318, fingiu sua própria morte e fugiu do convento de St. Clement, em York. Ela teria ido para Beverley, onde passou a viver com um homem.
Joana de Leeds | |
---|---|
Conhecido(a) por | fingiu a própria morte para escapar do convento de St. Clement |
Nascimento | século XIV Grã-Bretanha |
Nacionalidade | britânica |
Ocupação | freira |
Para poder fugir sem levantar suspeitas, Joana fingiu ter uma doença fatal e montou um boneco de si mesma, que suas colegas sepultaram em solo sagrado. Quando o arcebispo de York, William Melton, soube do esquema da freira, ele escreveu às autoridades religiosas de Beverley, explicando a armação de Joana, exigindo que ela fosse devolvida imediatamente ao convento de St. Clement. Não há registros de seu retorno ou de ações posteriores do arcebispo.[1]
Biografia
editarPouco ou quase nada se sabe sobre Joana. Sabe-se que ela era freira residente no convento de St. Clement de York, uma ordem beneditina, nos primeiros anos do século XIV.[1] O que se sabe sobre sua vida é uma anotação feita pelo Arcebispo de York, William Melton, nos registros de seu arcebispado.[2][3]
A fuga
editarEm 1318, cansada de sua vida enclausurada e isolada, Joana fingiu estar com uma doença mortal e fingiu sua própria morte, criando um boneco com sua aparência, que depois tomou o lugar de seu cadáver.[4] Várias de suas colegas de convento a ajudaram na empreitada, ainda que não se saiba se fizeram voluntariamente ou se também foram enganadas por ela.[2][3][4]
Acreditando, ou fingindo acreditar, na morte da freira, suas colegas a sepultaram em solo consagrado, segundo o arcebispo Melton.[2] Não se sabe com certeza os motivos para a fuga de Joana, mas o arcebispo escreveu que se devia aos "prazeres da carne" e que por isso ela era incapaz de manter a castidade e o celibato, sendo imprópria para a ordem monástica e suas exigências de voto de pobreza.
“ | Cansada da vida dentro das paredes de seu convento, uma freira fez o que alguém desiludido com seu trabalho faria: ela fingiu sua morte, fez uma efígie realista ser enterrada em seu lugar e fugiu para viver uma vida de luxúria carnal.[5] | ” |
Joana acabou sendo descoberta em Beverley, vivendo "indecentemente" com um homem, segundo o arcebispo. Melton então orientou seu retorno ao convento. Ela foi considerada uma apóstata por fugir voluntariamente de suas obrigações.[5] Em sua carta para o decano de Beverley, ele disse:
“ | Com uma mente maliciosa simulando uma doença corporal, ela fingiu estar morta, sem temer pela saúde de sua alma, e com a ajuda de inúmeros cúmplices, malfeitores e malícia, criou um boneco à semelhança de seu corpo... [ela] não teve vergonha em ter seu enterro em um espaço sagrado... Ela perverteu seu caminho de vida de maneira arrogante para o caminho da luxúria carnal e para longe da pobreza e da obediência. Tendo quebrado seus votos e descartado o hábito religioso, ela agora vagueia livremente pelo notório perigo para sua alma e pelo escândalo de toda a sua ordem.[5] | ” |
Não se sabe se Joana voltou ou não para St. Clement. É possível que o arcebispo tenha considerado que ele cumpriu seu dever ao exigir que Jaana voltasse sem realmente tomar medidas para garantir que isso acontecesse.[5]
História
editarJoana não foi a primeira freira a fugir de St. Clement. Em 1301, outra freira, conhecida apenas por Cecília, conheceu um grupo de homens nos portões do priorado. Ela teria arrancado seu hábito, colocado uma roupa comum e fugiu para Darlington, onde viveu com um homem chamado Gregory de Thornton por cerca de três anos.[6]
Outro escândalo assolou o convento em 1310. Joana de Saxton foi punida pelo arcebispo William Greenfield por algum delito desconhecido, mas que envolveria imoralidade. A punição da freira foi diminuída quando ele escreveu à abadessa, Agnes de Methelay, estabelecendo algumas condições para a futura conduta de Saxton.[6] Entre as restrições, ela não podia deixar o claustro sem a companhia de outras freiras. Não podia receber visitas e nem poderia ter contato com uma Lady de Walleys. Caso Walleys visitasse o priorado, Sexton deveria estar ausente.[5][6]
Veja também
editarReferências
- ↑ a b Joseane Pereira (ed.). «Joana de Leeds, a freira que fingiu a própria morte para fugir do convento». Aventuras na História. Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ a b c Flood, A. (11 de fevereiro de 2019). «Archive Shows Medieval Nun Faked her own Death to Escape Convent». The Guardian. Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ a b Josh Jones (ed.). «PManuscript Reveals How Medieval Nun, Joan of Leeds, Faked Her Own Death to Escape the Convent». Open Culture. Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ a b Kuruvilla, C. «Medieval Nun Faked Death to Pursue 'The Way of Carnal Lust,' Archives Reveal». Huffington Post. Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ a b c d e K. Burgess (ed.). «Nun Faked her Death to Pursue Life of Lust». The Times. Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ a b c Page, W. (1974). The City of York. York: Victoria County. p. 34