José de Oliveira Costa

economista e político português (1935-2020)
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José de Oliveira Costa (Aveiro, Esgueira, Mataduços, 30 de agosto de 1935Lisboa, 9 de março de 2020) foi um economista, político e banqueiro português.

José de Oliveira Costa
José de Oliveira Costa
Nascimento 30 de agosto de 1935
Mataduços, Portugal
Morte 9 de março de 2020 (84 anos)
Lisboa
Ocupação economista, político, banqueiro

Biografia

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Iniciou a sua vida profissional como empregado de escritório na empresa de madeiras Bóia & Irmão, no concelho de Aveiro, ao mesmo tempo que prosseguiu os estudos na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Terminada a licenciatura em Economia, Oliveira Costa foi admitido na Companhia Portuguesa de Celulose, onde exerceu funções até concorrer para o Banco de Portugal, cujos quadros integrou até 1991.

Militante do Partido Social Democrata, foi presidente da Comissão Política Distrital de Aveiro e eleito deputado à Assembleia da República, nas legislativas de 1987.[1] Contudo, não chegou a assumir o cargo, em virtude da sua nomeação como secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do X Governo Constitucional, chefiado por Aníbal Cavaco Silva e sendo ministro das Finanças Miguel Cadilhe. Enquanto exercia as funções de secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o jornal O Independente noticiou que Oliveira Costa havia perdoado, enquanto secretário de Estado, o pagamento de impostos à Cerâmica Campos, no âmbito de uma teia de favorecimentos da estrutura distrital de Aveiro do PSD. Oliveira Costa negou todos os factos e mandou abrir uma investigação à direção de Finanças de Aveiro, cujo diretor negou qualquer favorecimento e referiu estar a ser vítima de uma perseguição de Oliveira Costa enquanto secretário de Estado. O caso não teve repercussão judicial.[2]

Quando saiu do Governo, em 1991, foi indicado para representar Portugal no Banco Europeu de Investimentos. De novo em Portugal, em 1994, regressou ao setor privado, assumindo a presidência do Conselho de Administração do Finibanco.

Ao fim de quatro anos, no ano de 1998, saiu do Finibanco para assumir o cargo de presidente Banco Português de Negócios. Nesta instituição, fundada em 1993 e que em 1997 perdera o seu maior acionista, Américo Amorim, Oliveira e Costa começou por implementar uma estratégia de investimento em diversos setores de atividade, como a indústria dos cimentos e dos polímeros.[3] Em 2002 o BPN comprou o Banco Efisa e a corretora Fincor. Adquiriu igualmente o Banco Insular, de Cabo Verde (sem comunicar a sua aquisição ao Banco de Portugal). Um ano depois, em 2003, inicia operações no Brasil: em 2005, 20% do BPN Brasil é adquirido pelo Banco Africano de Investimento, uma instituição privada angolana; dois anos mais tarde, em 2007, o Banco de Portugal solicita ao grupo Sociedade Lusa de Negócios/BPN a clarificação da sua composição acionista e a separação entre a sua área financeira (BPN e Real Seguros) e não financeira (SLN Investimentos e Plêiade e Partinvest).[4]

Em 2008 Oliveira Costa foi detido por suspeitas de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais,[5] no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do BPN.[6] Em julho de 2009, foi-lhe decretada a medida de coação de prisão domiciliária com pulseira eletrónica e ficou em liberdade condicional em novembro de 2010.[2]

Em maio de 2015, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários condenou Oliveira Costa ao pagamento de cem mil euros, por violação, a título doloso, do dever de prestar informação devida aos clientes do banco, entre outras infrações.[7]

Em maio de 2017 Oliveira Costa foi condenado a catorze anos de prisão por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, infidelidade, aquisição ilícita de ações e de fraude fiscal no âmbito do processo do caso BPN.[8][9]

Em 16 de novembro de 2018, Oliveira e Costa foi condenado a mais um ano de cadeia, a juntar aos 14 anteriormente aplicados, por abuso de confiança, depois de o tribunal se ter esquecido de fixar a pena. O coletivo de juízes do Juízo Central Criminal de Lisboa, presidido por Luís Ribeiro, reformulou o acórdão do caso principal do BPN, atribuindo quatro anos de prisão a Oliveira e Costa por abuso de confiança, estipulando, no final, uma pena única de 15 anos de cadeia para o ex-presidente do banco.[10]

Em outubro de 2019, Oliveira e Costa foi condenado a três anos de prisão pelo crime de fraude fiscal, anteriormente declarado prescrito, mas manteve a pena única de 15 anos a que já estava condenado.[11]

Morreu em prisão domiciliária - situação em que se encontrava devido à sua avançada idade -, no dia 9 de março de 2020, aos 84 anos.[12]

Referências

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