José Pedro de Sant'Ana Gomes
José Pedro de Sant’Anna Gomes (Campinas, 11 de agosto de 1834 — Campinas, 19 de abril de 1908) foi um compositor brasileiro e personagem importante da história da cidade de Campinas.
José Pedro de Sant’Anna Gomes | |
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Nome completo | José Pedro de Sant’Anna Gomes |
Pseudônimo(s) | Sant’Anna Gomes |
Nascimento | 11 de agosto de 1834 Campinas |
Morte | 19 de abril de 1908 (71 anos) Campinas |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Fabiana Maria Jaguary Cardoso Pai: Manuel José Gomes (Maneco músico) |
Parentesco | irmão de Carlos Gomes |
Ocupação | compositor |
Primeiros anos
editarSua infância foi marcada pela convivência com o seu irmão mais jovem, Antonio Carlos Gomes, e pelos ensinamentos musicais recebidos de seu pai nas aulas e na participação, como clarinetista, na banda marcial também de Manuel José Gomes.[1] O início da atividade musical de Santana se confunde com a de Carlos Gomes, dois anos mais jovem. Conhecidos como Juca Músico e Tonico, cultivaram desde a infância uma grande amizade que os uniria por toda a vida. Estudaram nas mesmas escolas, compartilharam as temidas aulas de música do Maneco Músico, auxiliaram o pai nos serviços musicais na igreja e tocaram juntos na banda de música.[2]
Trabalho na Igreja
editarApós o falecimento de Manuel José Gomes, em 1868, José Pedro de Sant’Anna Gomes trabalhou na Igreja em substituição a seu pai. Sant’Anna regeu ainda a Orquestra do Teatro São Carlos e trabalhou na Igreja substituindo o pai, e compondo a música para a inauguração da Matriz Nova (atual Catedral Metropolitana de Campinas), depois de mais de 70 anos de construção. A inauguração se deu a 8 de dezembro no dia consagrado à padroeira, Nossa Senhora da Conceição, de 1883. Foi apresentada a obra Ave Maris Stela, para mezzo-soprano, viola d’amore (executada pelo próprio Sant’Anna) e orquestra. A parte vocal foi executada pelo mezzo-soprano campineiro Adelina Lopes de Souza Gonçalves.[3] A sucessão de Manuel José Gomes pelo seu filho José Pedro de Sant’Anna Gomes na Igreja, não se deu no nível de vinculação profissional (como era a atuação de Manuel José Gomes), mas aconteceu no nível de atuação musical e composição de peças sacras.[1] A morte de Maneco Músico em 1868 é uma espécie de marco da mudança de atitude musical que passa a vigorar, da qual Sant'Anna Gomes foi um dos mais representativos, pois, em sua época, a música da igreja já não era tão onipresente na vida musical, havendo espaços para outras manifestações musicais. Sant'Anna é um músico essencialmente ligado à atividade profana. Embora tenha atuado muitas vezes na igreja e escrito algumas composições religiosas, seu trabalho não está vinculado profissionalmente à igreja como o de seu pai, que na verdade, por contingências históricas, era um funcionário da igreja, sem espaço e tempo para outro tipo de trabalho.[2]
Trabalho civil e composições
editarSant’Anna foi ainda vereador, juiz de paz, presidente da junta militar, comerciante e empresário. Como compositor, escreveu obras instrumentais (predominantemente quartetos e quintetos de cordas), obras orquestrais, vocais, duas óperas (Alda e Semira, esta segunda, inacabada) e peças para banda. A obra musical de Sant’Anna Gomes encontra-se preservada no Centro de Ciências, Letras e Artes – Museu Carlos Gomes[1]
Ligações externas
editarReferências
editar- ↑ a b c «DIAS, Clayton Júnior. Música Sacra em Campinas de 1772 a 1870: levantamento histórico e contribuição da família Gomes. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em música do Instituto de Artes da Unicamp. Campinas, 2016.». Consultado em 2 de dezembro de 2021
- ↑ a b NOGUEIRA, L. W. M. Música em Campinas nos últimos anos do Império. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001
- ↑ NOGUEIRA, L. W. M. Maneco músico: pai e mestre de Carlos Gomes. São Paulo: Arte & Ciência / UNIP, 1997