Justino (sítio arqueológico)

O Sítio Justino é um sítio arqueológico localizado no município de Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe. Foi identificado e escavado durante o Projeto Arqueológico de Xingó, desenvolvido antes da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Nele foram encontradas 167 sepulturas e 185 esqueletos, com datações de Carbono-14 situadas entre 1.280 e 8.950 anos antes do presente [1].

Justino
Localização atual
Justino está localizado em: Sergipe
Justino
Coordenadas 9° 35′ 50″ S, 37° 50′ 15″ O
País Brasil
Estado Sergipe
Dados históricos
Fundação 8950 AP
Abandono 1280 AP
Cronologia
Fase 1 Sem datas
Fase 2 8950 ± 70 AP
Fase 3 5570 ± 70 AP a 4790 ± 80 AP
Fase 4 3270 ± 135 AP a 2530 ± 70 AP
Fase 5 1780 ± 60 AP a 1280 ± 45 AP
Notas
Escavações Projeto Arqueológico de Xingó
Arqueólogos Cleonice Vergne
Acesso público Museu Arqueológico de Xingó

Contexto

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O sítio estava localizado na Fazenda Cabeça de Nego, no município de Canindé de São Francisco, no estado de Sergipe. Ocupava um terraço fluvial de 7 metros de altura, na confluência do Rio São Francisco com o riacho Curituba, composto por areia, argila, silte e seixos [2].

A vegetação era formada por catingueiras e quixabeiras, próximas a uma roça de feijão e milho [2].

Escavações

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Durante as escavações entre 1990 e 1994, numerosos vestígios arqueológicos foram encontrados ao longo de 60 níveis: peças líticas [3], cerâmica [1], ossos, esqueletos e restos de fogueiras. Perto destas, também foram encontrados restos alimentares. Com 185 esqueletos e 167 sepulturas humanas encontradas no sítio, o sítio Justino é atualmente a maior necrópole arqueológica da Região Nordeste do Brasil[4].

 
Escavações no sítio Justino [2]
 
Escavação de uma quadrícula no Sítio Justino [2]

Todo o material se encontra hoje mantido no Museu de Arqueologia de Xingó [5].

Referências

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  1. a b de Abreu, Carolina Melo; Silveira, Iury Santos; de Almeida, Fernando Ozorio; Barrera, Gerardo Rivera; de Carvalho, Oívia Alexandre; de Queiroz, Albérico Nogueira; Machado, Rogério; do Nascimento Souza, Divanizia (19 de junho de 2024). «The Role of Ceramics in Xingó History: An Archaeometric Approach». Brazilian Journal of Physics (em inglês) (4). 140 páginas. ISSN 1678-4448. doi:10.1007/s13538-024-01512-z. Consultado em 16 de setembro de 2024 
  2. a b c d DINIZ, José Alexandre (1998). Programa Arqueológico de Xingó. Xingó: Universidade Federal de Sergipe. pp. 68–69 
  3. Fagundes, Marcelo (30 de junho de 2010). «Entendendo a dinâmica cultural em Xingó na perspectiva inter sítios: indústrias líticas e os lugares persistentes no baixo vale do rio São Francisco, Nordeste do Brasil». Arqueologia Iberoamericana: 3–23. doi:10.5281/zenodo.1309359. Consultado em 16 de setembro de 2024 
  4. Nogueira de Queiroz, Albérico; Cardoso, Carlos Eduardo; de Carvalho, Olivia Alexandre (maio de 2017). «Animais como psicopompos nas sepulturas do sítio arqueológico Justino? (Canindé de São Francisco — Sub-região de Xingó — Sergipe, Brasil)». Antípoda. Revista de Antropología y Arqueología (em espanhol) (28). ISSN 1900-5407. doi:10.7440/antipoda28.2017.03. Consultado em 16 de setembro de 2024 
  5. «Portal UFS - O MAX». max.ufs.br. Consultado em 20 de setembro de 2024