Keith Allen Haring (Reading, 4 de maio de 1958Nova Iorque, 16 de fevereiro de 1990) foi um artista e ativista norte-americano conhecido por sua atuação na cena do grafite e na cultura da arte de rua em Nova Iorque nos anos 1980.[1] Grande parte de sua obra contém alusões sexuais que evoluíram para o ativismo social, das quais utilizou para promover o sexo seguro e aumentar a conscientização sobre a AIDS.[2]

Keith Haring

Nome completo Keith Allen Haring
Nascimento 4 de maio de 1958
Reading, Pensilvânia
Morte 16 de fevereiro de 1990 (31 anos)
Nova Iorque, Nova Iorque
Nacionalidade norte-americano
Ocupação artista gráfico, activista
Assinatura
Assinatura de Keith Haring

Além de produzir exposições individuais, também esteve presente em importantes mostras coletivas internacionais, como a documenta 7 na Alemanha, bem como na Bienal de São Paulo, e na Bienal de Veneza.[3] Em 1997, uma retrospectiva de sua obra foi organizada no Museu Whitney de Arte Americana em Nova Iorque.[4]

Biografia

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Filho de um engenheiro, desde jovem começou a demonstrar interesse pela arte, fazendo desenhos com o pai que também era cartunista amador em seu tempo livre. Seus pais eram cristãos e faziam parte da Igreja Unida de Cristo.[5] Logo após concluir o ensino médio, começou a estudar arte comercial em 1976, mas abandonou o curso em 1978 para cursar pintura em Nova Iorque, enquanto trabalhava como ajudante de garçom em uma discoteca.[6][7]

Suas primeiras artes em grafite eram compostas por figuras, símbolos e imagens estilizadas, sendo expostas por ele com giz de cera nos espaços vazios das estações do metrô de Nova Iorque.[8] Realizou sua primeira exposição individual em 1982, na Galeria Tony Shafrazi em Nova Iorque, onde ganhou maior reconhecimento, passando a produzir obras de maior escala como murais coloridos, muitos deles encomendados.[9] Em 1986, inaugurou sua própria loja, denominada Pop Shop, que foi utilizada por ele como uma extensão pessoal de suas obras. No local, comercializava a preços acessíveis decalques, pôsteres, camisetas, e souvenires estampados por ele mesmo.[10] Ainda no mesmo ano, ganhou destaque por sua obra em uma quadra no Harlem com a frase "Crack is Wack", como um alerta simbólico sobre os perigos do crack, que assolava os Estados Unidos na época. Nesse período, abandonou sua arte nos metrôs, que, já reconhecida pelo público, passou a ser utilizada por ele para expressar temas políticos e sociais, e em especial, a homossexualidade e a AIDS, da qual foi diagnosticado como portador em 1987.[11][12]

Em seus últimos anos, participou de exposições na Europa e na Ásia, atuando como um ativista no meio artístico, e na cena de arte de rua dos anos 1980 ao lado de renomados grafiteiros e artistas da época, como Jean-Michel Basquiat e a cantora Madonna.[13] Sua imagem na conscientização sobre a AIDS foi retratada em murais como a obra "Todos Juntos Podemos Parar el SIDA", pintado em Barcelona, em 1989, próximo ao MACBA.[1]

Morreu em seu apartamento, em Manhattan, no dia 16 de fevereiro de 1990, após complicações relacionadas à AIDS.[14]

Legado

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Keith Haring em Amsterdam (1986)

Estabelecida pelo artista em 1989, a Keith Haring Foundation, atua com o objetivo de preservar seu legado e contribuir com organizações não governamentais que atuam apoiando pesquisas sobre a AIDS, e estimulando projetos infantis, e de educação artística.[15]

Em 2014, Haring foi um dos homenageados no Rainbow Honor Walk, uma caminhada pela fama realizada no bairro de Castro, em São Francisco, destacando pessoas LGBTQ que contribuíram de maneira significativa na comunidade. Em junho de 2019, esteve entre as cinquenta figuras homenageada no "Muro de Honra Nacional LGBTQ", localizado no Stonewall Inn em Nova Iorque.[16]

Galeria

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Referências

  1. a b Blinderman, Barry (1990). Keith Haring : Future Primeval. University Galleries, Illinois State University. pp. 1–12. ISBN 978-1-55859-378-7
  2. Blinderman, Barry (1990). Keith Haring: Future Primeval. University Galleries, Illinois State University. pp. 16–17. ISBN 978-1-55859-378-7
  3. Cruz-Malavé, A. (2 de outubro de 2007). Queer Latino Testimonio, Keith Haring, and Juanito Xtravaganza: Hard Tails (em inglês). [S.l.]: Springer 
  4. «Whitney Biennial 1983». whitney.org (em inglês). Consultado em 20 de fevereiro de 2022 
  5. «Bio | Keith Haring». www.haring.com. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  6. Faria, Mariana (25 de março de 2021). «Conhece o artista ativista: Keith Haring!». ESCS Magazine. Consultado em 14 de novembro de 2024 
  7. «madonna-art-vision.com». www.madonna-art-vision.com (em inglês). Consultado em 25 de outubro de 2024 
  8. «Keith Haring - Art, Death & Facts». Biography (em inglês). 30 de novembro de 2021. Consultado em 25 de outubro de 2024 
  9. Wolff, Rachel (22 de março de 2012). «How Artist Keith Haring Got His Start in the East Village -- New York Magazine Art Review - Nymag». New York Magazine (em inglês). Consultado em 25 de outubro de 2024 
  10. Slesin, Suzanne (18 de abril de 1986). «An Artist Turns Retailer». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 20 de fevereiro de 2022 
  11. Haggerty, George (November 5, 2013). Encyclopedia of Gay Histories and Cultures. Taylor & Francis. pp. 425–. ISBN 978-1-135-58513-6. Retrieved September 7, 2014.
  12. John Gruen (1992). Keith Haring: The Authorized Biography. Simon and Schuster. ISBN 978-0-671-78150-7.
  13. Benevides, Mariana (25 de fevereiro de 2018). «O legado da arte de Keith Haring». Escotilha. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  14. «Keith Haring». Google Arts & Culture. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  15. Suriani, Rafael (29 de junho de 2021). «Arte e ativismo queer nas ruas. Os murais a céu aberto de Keith Haring». music non stop. Consultado em 24 de outubro de 2024 
  16. «National LGBTQ Wall of Honor Unveiled at Historic Stonewall Inn». 20 de junho de 2019. Consultado em 24 de outubro de 2024 

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Keith Haring