O Kremlin de Rostov (em russo: Ростовский кремль) (também chamado Corte do Metropolita) é a cidadela da cidade de Rostov, que foi residência do metropolita da eparquia de Rostov e Yaroslavl. Este kremlin encontra-se no centro da cidade, a orlas do lago Nero. Data da segunda metade do século XVII. A cidade de Rostov Veliki está classificada como patrimônio cultural da Federação da Rússia e da UNESCO desde 22 de outubro de 1998.[1] Ela encontra-se na rota do Anel de Ouro de Rússia, depoimento da riqueza da arquitetura antiga russa.

Kremlin de Rostov
(em russo: Ростовский кремль

Tipo Cultural
Critérios ii,iii,iv,vi
Referência 1185 en fr es
Região Europa e América do Norte
País  Rússia
Coordenadas 57° 11' 09" N 39° 25' 12" E
Histórico de inscrição
Inscrição 1998
Website www.rostmuseum.ru

Nome usado na lista do Patrimônio Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

História do Kremlin

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Jonas Sysoevich, fundador do kremlin
 
Kremlin de Rostov

O kremlin de pedra branca de Rostov foi construído pelo metropolita Jonas Sisoeviche (ca.1607-1690), o qual ocupou o assento episcopal da cidade desde 1652 até 1690 e foi um dos maiores construtores de Rússia.[2]

A residência do metropolita construiu-se segundo um plano do Kremlin, ainda que no final do século XVI a era dos «kremlins» já tinha passado.[3] Os altos muros do recinto tinham uma função estética, religiosa, mais que defensiva. Todos os edifícios se caracterizam pela união da arquitetura religiosa e a arquitetura civil e militar. Muitos dos grandes monastérios russos, como os de Laura da Santa Trindade, o monastério Solovetski no mar Branco são fortalezas cujas grossas paredes poderiam suportar um assédio militar. Esta associação de arquitetura religiosa e militar assegura a estas construções uma grande originalidade. Eram verdadeiras fortalezas eclesiásticas e monásticas, cidadelas da fé ortodoxa.

O metropolita de Rostov era comparável na Rússia somente ao metropolita de Nóvgorod e superior ao patriarca de Moscou. Mas a decadência foi rápida e privou a Rostov da maior parte de seus rendimentos.[4] Em 1788, transladou-se a sede do metropolita de Rostov a Yaroslavl; o kremlin perdeu sua importância e gradualmente foi abandonado. Os serviços de adoração já não eram mais celebrados, e os bispos estavam inclusive dispostos a vender o kremlin a demolidores ou para construir um grande hotel.[5] No entanto, graças aos meios financeiros dos mercadores de Rostov, o Kremlin foi finalmente restaurado no século XIX.

A iniciativa de A. A. Titov e de I. A. Chliakov, em outubro de 1883 transformou o edifício num museu que foi inaugurado no Palácio Branco do Kremlin: o museu das antiguidades religiosas que foi financiado pelo Governo em 1907. Até a década de 1920, não se levou a cabo o trabalho de restauração sistêmica. No entanto, um terrível furacão destruiu essas restaurações em 1953 e foi necessário começar de novo.

Desde o outono de 2010, a associação do Fundo Social de São Gregório, com o apoio do patriarca Cirilo de Moscou, tenta obter a devolução ao patrimônio da Igreja ortodoxa russa do patrimônio religioso de Rostov.[6][7][8] Em outubro de 2010, o governador do óblast de Yaroslavl, Sergei A. Vakroukov, apresentou uma solicitação de transferência do museu-reserva da igreja «Kremlin de Rostov», com suas coleções num edifício novo e a criação nos locais da residência do metropolita de um centro russo de casamento e batismo.[9] Este projeto provocou críticas dos especialistas em conservação de monumentos e uma reação em massa da gente do povo. O projeto ainda não foi completado.[10]

Conjunto arquitetônico do kremlin

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Igreja de São João Evangelista
 
Paperte da igreja da Ressurreição em Rostov Veliki

O Kremlin está agradavelmente disposto ao longo das margens do lago Nero. Ainda que construído quase duzentos anos após o Kremlin de Moscovo, no século XVII, o Kremlin de Rostov oferece uma aparência mais medieval. As igrejas, em lugar de agrupar-se dentro do recinto, como em Moscovo, se repartem na periferia. A maioria delas se abrem no primeiro andar, acima das portas do recinto e estão flanqueadas por duas torres grandes. Conectadas por um adarve, contribuem à defesa da cidadela eclesiástica.[4] As principais edificações são:

  • Onze torres fortificadas
  • Catedral de la Dormición (1508–1512)
  • Campanário-arcada da Catedral da Dormição (1682–1687)
  • As santas portas
  • Igreja da Ressurreção (1670)
  • Tribunal (1650—1660)
  • Igreja de Sãp João Evangelista (1683)
  • Igreja da Santísima Virgem (Hodegétria) (1693)
  • Igreja de Salvador no Séni (1675)
  • Igreja de São Gregório (1680)
  • Palácio Vermelho (1670–1680)
  • «Casa d'adega» (XVII)
  • Corpus Samuel
  • Palácio Branco: palácio Episcopal
  • Torres do kremlin

Catedral da Dormição

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Catedral da Dormição
 
Arcada-campanário da catedral da Dormição

A catedral da Dormição (1508—1512) foi construída no local onde se encontrava uma igreja de pedra branca anteriormente, que datava dos séculos XII-XIII.

A catedral apresenta muitas similitudes com a catedral do mesmo nome: a catedral da Dormição em Moscou. Uma edificação monumental com cinco cúpulas, mas de formas simples e nobres. A altura da catedral com a cruz é de 60 metros. A estrutura da catedral é de tijolo, mas a superfície está decorada com pedras brancas, especialmente na base do edifício. Tem grande quantidade de elementos decorativos: arcadas e tirantes com guarnições.

Em 1991, a catedral e o campanário foram devolvidos à Igreja Ortodoxa Russa.

A arcada-campanário da catedral da Dormicão (1682-1687) foi construída ao sudeste da catedral da Dormicão, e consta de dois volumes diferentes, coroados por quatro cúpulas. A pedido do metropolita Jonas Sysoevich, dispuseram-se 13 sinos. A primeira foi baptizada «Polyéléinyï» (1000 pudines ou (32 toneladas) e a segunda «O cisne» (500 pudines ou  ), e depois o sino mais pesado, chamado «Sysoï» (2.000 pudines ou ( ). Estes sinos têm seu tom e podem produzir conformes musicais armoniosos. Para fazer soar uma faixa completa de acordes, há um surtido de 15 sinos.

Igreja do Salvador no Séni

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Igreja do Salvador no Séni

A igreja do Salvador no Séni está ligada directamente com o palácio Branco, o palácio episcopal. Servia como um oratório para o metropolita. No interior, um magnífico arco de pedra com colunas douradas eleva-se e separa o iconóstase da nave como um ecrã de coro alto. Este desenho é único na arquitectura russa.[11] O interior da igreja foi pintado pelo pope Timoteo e os maestros de Yaroslavl: Dmitri Grigoriev, Fédor e Ivan Karpov. As pinturas estão tituladas:

  • Cúpula central: «Pátria».
  • Muro ocidental: «Julgamento final».
  • Muro oriental: iconóstase.

Igreja da Ressurreição

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Igreja da Ressurreição

Construída em torno de 1670. Sua massa quadrada está coroada com cinco cúpulas. Um portal triplo com uma galeria serve-lhe como pedestal.

Igreja da Virgem Santíssima (Hodegétria)

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Igreja da Virgem Santíssima (Hodegétria)

A Igreja da Santísima Virgem (Hodegétria) é uma das igrejas do kremlin de Rostov. Foi construída em 1692-1693, um pouco mais tarde que as outras igrejas deste conjunto, a pedido de Joasaphe, sucessor do metropolita Jonas Sysoevich. Representa um modelo do estilo barroco moscovita.[12] Esta é a construção mais recente da corte do metropolitano.

A igreja encontra-se no canto noroeste do kremlin de Rostov e adjacente ao muro que rodeia o pátio. Foi construída quando a muralha de fechamento já tinha sido construída e os construtores tiveram que usar a imaginação para se assegurar de que a igreja não parecesse demasiado desconectada em relação a todos os demais edifícios, por seu estilo e localização A igreja é de planta retangular (estende-se deste o oeste). Só o andar superior é utilizado como local de culto.

Ao longo do perímetro do primeiro andar, há uma sacada para o exterior, que distingue esta igreja de outras igrejas de Rostov equipadas com galerias. Nos muros exteriores há decorações em triângulo que criam uma impressão de relevo. A pintura foi feita muito tarde em comparação com a data de construção da igreja. O interior da igreja também é muito diferente dos outros edifícios no Kremlin. As abóbadas e as paredes da igreja Hodegétria estão cobertas com 20 cartelas de estuco de forma incomum. Estas foram pintadas pouco depois da construção do edifício.

Desde a segunda metade do século XIX, a corte dos bispos de Rostov entrou em decline, e os murais deterioraram-se consideravelmente. Entre 1920 e 1950, as paredes da igreja e os cartuchos se esbranquearam. Em 2001-2003, foram limpos e restaurados. Nos últimos anos, organizam-se exposições na igreja.

Igreja de São João Crisóstomo dito também o Evangelista

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Igreja de São João o Evangelista

A igreja de São João Crisóstomo foi construída em 1683. Este edifício é um dos últimos da era do metropolita Jonas. Sua arquitetura parece mais elegante e mais leve que as outras igrejas do kremlin. Está suspensa, como a Igreja da Ressurreição, sobre uma porta, e enquadrada por duas torres.

Referências

  1. Centre, UNESCO World Heritage. «Rostov Kremlin». UNESCO World Heritage Centre (em inglês). Consultado em 6 de dezembro de 2019 
  2. Louis Réau : "L'art russe des origines à Pierre le Grand" .Paris, Henri Laurens, éditeur 1921 p. 325.
  3. Los krémlines de Moscú, Novgorod o Kazán, por ejemplo, datan de los siglos XV y XVI.
  4. a b Louis Réau : "L'art russe des origines à Pierre le Grand". Paris, Henri Laurens, éditeur 1921, p. 326.
  5. Eugène Arapov : Rostov- le- grand Édition Russie soviétique, Moscú 1971. p. 15.
  6. Фонд имени святителя Григория Богослова представил Святейшему Патриарху Кириллу проект возрождения святынь Ростова Великого//Mospat.Ru
  7. Фильм — Благотворительный фонд имени святителя Григория Богослова
  8. Фонд святителя Григория Богослова представил Патриарху Кириллу проект «Ростов Великий — духовный центр России»
  9. Э. Труханова, Заповедник ждет паломников. «Российская газета» — Федеральный выпуск № 5302 (223) от 4 октября 2010 г. ссылка (дата обращения: 06.10.2010)
  10. А. Зубков, Сырой проект передачи Ростовского кремля Церкви «допекли» за три недели, gzt.ru ссылка (дата обращения: 06.10.2010).
  11. Louis Réau: L'art russe des origines à Pierre le Grand. París, Henri Laurens éditeur, 1921, p. 326.
  12. Мельник, Александр Гаврилович, Архитектурные сооружения Ростовского кремля Arquivado no WebCite
 
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