Kwangmyong (rede)
Kwangmyong (hangul: 광명; hanja: 光明; em português: "Luz") é uma intranet nacional da Coreia do Norte[1] em funcionamento desde o ano 2000. Pode ser acessada por navegadores de internet, incorpora serviços de correio eletrônico, grupos de notícias e um motor de busca interno. A rede usa seu próprio serviço DNS para usar nomes de domínio inexistentes da Internet global.[2] As páginas são acessadas através de URLs ou de endereços IP.[3]
Somente alguns funcionários do governo e turistas têm acesso à Internet, fazendo com que a Kwangmyong seja a única rede disponível à grande maioria dos usuários norte-coreanos, um serviço de uso gratuito.
Conteúdo
editarA rede Kwangmyong é composta por várias páginas e serviços, incluindo também mas não somente: política, economia, ciência, cultura, correio eletrônico e um serviço de rede social;[4] serviço nacional de notícias; pesquisas científicas acadêmicas (hangul: 과학기술전시관; hanja: 科學技術展示館),[5] tal como os da Academia de Ciências para as Ciências Médicas (hangul: 의학과학정보센터);[6] páginas de várias agências do governo norte-coreano: governos regionais, instituições culturais, universidades e organizações industriais e comerciais; páginas censuradas da internet (geralmente no campo das ciências) são baixadas, revistas, analisadas e reeditadas pelos censores, para assim serem publicadas na Kwangmyong;[2] uma biblioteca eletrônica;[7] e poucas páginas de comércio eletrônico de empresas autorizadas.[8] Em 2014, estimava-se que a Kwangmyong tivesse entre 1 000 e 5 500 páginas.[9]
Acesso
editarA rede Kwangmyong é acessível dentro da Coreia do Norte, estando disponível dentro das cidades grandes e sedes regionais, assim como em universidades e organizações comerciais e industriais. Há vários cyber cafés em Pyongyang.[10][11]
O acesso é feito por linha discada, ilimitada e disponível 24 horas por dia. Em 2013, vários tablets com sistemas amplamente modificados e baseados no Android, inclusive o Samjiyon, podem ser comprados para dar acesso à Kwangmyong.[12]
Controle da informação
editarA Kwangmyong foi projetada para uso interno na Coreia do Norte e é referida como "intranet". Essa rede, assim projetada, impede que os norte-coreanos acessem conteúdo oriundo do estrangeiro, especialmente conteúdo livre e não verificado pelos censores. Assim, questões sensíveis e informações sem controle dificilmente surgirão na Kwangmyong em função da ausência de ligação com o mundo exterior. A rede é mantida por entidades governamentais. Considerando-se que não há ligação direta à Internet, informações indesejadas não podem entrar na rede, uma vez que toda informação é filtrada e processada pelas agências governamentais antes de ser carregada na intranet nacional. Países como Birmânia e Cuba também usam intranets nacionais separadas do restante da internet,[13] e foi reportado que o governo do Irã tinha planos em criar rede semelhante, mas que esta funcionaria paralelamente à Internet e não a substituiria.[13]
Referências
- ↑ Andrew Jacobs (10 de janeiro de 2013). «Google Chief Urges North Korea to Embrace Web». The New York Times. Consultado em 10 de janeiro de 2013
- ↑ a b Will Scott (29 de dezembro de 2014). «Computer Science in the DPRK [31c3]». media.ccc.de. Chaos Computer Club. Consultado em 26 de junho de 2017
- ↑ Mäkeläinen, Mika (14 de maio de 2016). «Yle Pohjois-Koreassa: Kurkista suljetun maan omaan tietoverkkoon» [Yle in North Korea: Peek into the Network of the Closed Country] (em finlandês). Yle. Consultado em 15 de maio de 2016
- ↑ Caitlin Dewey (13 de março de 2013). «A rare glimpse of North Korea's version of Facebook». Washington Post. Consultado em 15 de julho de 2014
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 18 de novembro de 2017. Arquivado do original em 15 de agosto de 2013
- ↑ http://www.icms.he.kp/[ligação inativa]
- ↑ http://www.elib.edu.kp/[ligação inativa]
- ↑ Jeff Baron (11 de março de 2013). «Book Review: A CAPITALIST IN NORTH KOREA». 38 North. School of Advanced International Studies. Consultado em 11 de março de 2013
- ↑ Eric Talmadge (23 de fevereiro de 2014). «North Korea: Where the Internet has just 5,500 sites». Toronto Star. Associated Press. Consultado em 15 de julho de 2014
- ↑ Khazan, Olga (11 de dezembro de 2012). «What it's like to use the Internet in North Korea». Washington Post. Consultado em 19 de julho de 2016
- ↑ Jung, Yang. «Controlling Internet Café in North Korea». DailyNK. Consultado em 19 de julho de 2016
- ↑ Martyn Williams (30 de julho de 2013). «Android tablet gives rare glimpse at North Korean tech». IT World. Consultado em 15 de julho de 2014
- ↑ a b Christopher Rhoads and Farnaz Fassihi, 28 de maio de 2011, Iran Vows to Unplug Internet, Wall Street Journal
Ligações externas
editar- Lista de páginas na Kwangmyong em North Korea Tech
- Vídeo que mostra a navegação na Kwangmyong na Areena Yle
- Coreia do Norte e a internet no The Economist (em inglês)
- A rede de computadores Kwangmyong no North Korea Economy Watch (em inglês)
- A fronteira digital na Península Coreana no Instituto para Estudos Coreano-Americanos (em inglês)
- Navegadores solitários de Pyongyang na CIA (em inglês)