Lúcio Martins Rodrigues
Lúcio Martins Rodrigues (Santos, 8 de abril de 1876 — São Paulo, 19 de agosto de 1970) foi um engenheiro, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Lúcio Martins Rodrigues | |
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Quadro na Galeria de Reitores da USP | |
Conhecido(a) por | reitor da USP de 1938 a 1939 |
Nascimento | 8 de abril de 1876 Santos, SP, Brasil |
Morte | 19 de agosto de 1970 (94 anos) São Paulo, SP, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Margarida Pinho Rodrigues (1878-1954) |
Alma mater | Escola Politécnica do Rio de Janeiro (graduação) |
Instituições | Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) |
Campo(s) | Engenharia |
Foi professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo por 41 anos e reitor da mesma universidade de 1938 a 1939. Em 1941, tornou-se diretor da Escola Politécnica, mas se aposentou em 1943. Lúcio foi um dos engenheiros responsáveis pelas obras da Estrada de Ferro Central do Brasil, além de ter feito parte da comissão de saneamento de São Paulo e de ter auxiliado na construção do Porto de Santos.[1]
Biografia
editarLúcio nasceu em Santos, no litoral de São Paulo, em 1876. Era filho do advogado Alexandre Augusto Martins Rodrigues e de Mariana Josefina Martins Rodrigues. Com apenas 6 anos, Lúcio perdeu o pai prematuramente e sua mãe mudou-se para o Rio de Janeiro. Na capital fluminense, fez o antigo primário no colégio Pedro II, retornando, entretanto, à cidade natal para concluir os estudos secundários.[2]
Com 15 anos, ingressou no curso de engenharia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro e em 1894 concluiu a graduação, com 19 anos. Três anos depois já fazia parte do quadro de engenheiros responsáveis pelas obras da Estrada de Ferro Central do Brasil, construindo o trecho Sabará a Curvelo no estado de Minas Gerais.[2]
Começou no magistério em 1901 como o primeiro colocado no concurso para o Ginásio do Estado, em Campinas. Em seguida foi nomeado pelo conselheiro e presidente do estado, Henrique Alves, para o cargo de professor titular. Nesta mesma época, interessou-se por lecionar na Escola Politécnica de São Paulo (depois parte da Universidade de São Paulo). Em 1902, tornou-se substituto na primeira seção de matemática do curso de engenharia. Dois anos depois, por efetivação do presidente Bernardino de Campos, por ato de 16 de abril de 1904, tornou-se professor efetivo, provimento que, na época, era de caráter vitalício.[2]
Em 1917, organizou junto com Caio Prado Júnior e Heitor Teixeira Penteado o 1º Congresso Paulista de Estradas de Rodagem. Em 1932, tornou-se titular de Topografia, Geodésia Elementar e Astronomia de Campo e mais tarde, com a morte de Teodoro Augusto Ramos, foi transferido para a cadeira de Cálculo Vetorial e Mecânica Racional.[3] De julho a dezembro de 1941, assumiu a função de diretor da Escola Politécnica, aposentando-se em 1943.[2][4]
Lúcio também fez parte da primeira comissão oficial para estudar a implantação de uma universidade paulista, em 1931, ao lado dos professores José de Alcântara Machado, Raul Carlos Briquet e Fernando de Azevedo, e do jornalista e proprietário do jornal O Estado de S. Paulo, Júlio de Mesquita Filho.[5] Após a criação da Universidade de São Paulo, em 1934, foi o segundo reitor da instituição, entre 1938 e 1939.[2]
Além do trabalho como professor, dedicou-se à construção do Porto de Santos e participou da comissão de saneamento da capital paulistana no começo do século XX. Durante 30 anos, trabalhou como engenheiro de obras, revezando-se em cargos como engenheiro auxiliar, engenheiro-chefe e, interinamente, diretor de obras na Prefeitura de São Paulo.[2]
Em sua produção científica, destacam-se as obras Astronomia pelo cálculo vetorial, Mecânica racional, Mecânica celeste e A astronomia na época do descobrimento do Brasil.[2]
Vida pessoal
editarLúcio casou-se com Margarida Pinho Rodrigues (1878-1954) em 1897, com quem teve oito filhos. O casal se separou e Lúcio se casou novamente com com Isabel Fonseca Martins Rodrigues (1910-1983). Dentre os quinze netos, três também foram professores da Universidade de São Paulo: Alexandre Augusto Martins Rodrigues, na Escola Politécnica e no Instituto de Matemática e Estatística, João Eduardo Rodrigues Villalobos, na Faculdade de Educação, e Jessita Moutinho, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.[2]
Morte
editarLúcio se aposentou da universidade, mas permaneceu trabalhando e em contato com a pesquisa. Ele morreu em 19 de agosto de 1970, em São Paulo, aos 94 anos.[2]
Legado
editarA Avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues[6], na Cidade Universitária, distrito do Butantã, e a Rua Prof. Lúcio Martins Rodrigues[7], no distrito da Vila Sônia, ambas na cidade de São Paulo, além da EMEF Prof. Lúcio Martins Rodrigues, em São Vicente, foram nomeadas em sua homenagem.[8]
Referências
- ↑ Ane Cristina (ed.). «Os professores que dão nome às avenidas da Cidade Universitária». Jornal da USP. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ a b c d e f g h i «Prof. Dr. Lúcio Martins Rodrigues – 1941-Jul/Dez». Poli USP. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «Ofício de informação de nomeação de Lúcio Martins Rodrigues para professor catedrático efetivo». Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «Autorização da aposentadoria do Prof. Dr. Lucio Martins Rodrigues». Diário Oficial do Estado de São Paulo. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ Bádue, Gabriel Soares (2018). A institucionalização da matemática aplicada na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1940-1970) (PDF) (Tese). Salvador: Universidade Federal da Bahia (UFBA). Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues». Google Maps. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «R. Prof. Lúcio Martins Rodrigues». Dicionário de Ruas. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «EMEF Prof. Lúcio Martins Rodrigues». Guia de Escolas. Consultado em 20 de junho de 2021