Leopoldo Barreiro Portas
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Leopoldo Barreiro Portas ComMAI (Lisboa, São José, 9 de setembro de 1898[1] – 1989) foi um engenheiro e político português no período do Estado Novo.[2]
Leopoldo Barreiro Portas | |
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Nascimento | 9 de setembro de 1898 Lisboa |
Morte | 1989 |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | professor |
Distinções |
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Empregador(a) | Universidade Técnica de Lisboa |
Família
editarFilho de pais Galegos imigrados em Portugal, José Benito Barreiro Bugarín (Tui, Tomiño, 24 de janeiro de 1866 - ?), Proprietário Agrícola e Comerciante, e sua mulher (Tui, Tomiño, 15 de novembro de 1897) Avelina Porta Cabadillo (Tui, Tomiño, 20 de março de 1876 - ?).[2][3]
Biografia
editarConcluiu o Curso Comercial da antiga Escola Académica de Lisboa em 1912 e o curso liceal em 1916, e licenciou-se em Engenharia de Minas em 1922 e em Engenharia Química Industrial em 1923[4][5] pelo Instituto Superior Técnico, depois parte da Universidade Técnica de Lisboa,[2] no qual foi Professor[carece de fontes], tendo sido Engenheiro de Minas e de Química Industrial e Administrador de Empresas de profissão.[1][6][7]
Carreira profissional
editarApós o termo da primeira Licenciatura, em 1923, inicia a actividade profissional, tornando-se Engenheiro da Companhia Portuguesa de Estanho, nos concelhos do Sabugal, de Celorico da Beira e Fornos de Algodres, onde dirigiu uma campanha de sondagens nas minas aluvionares de estanho naquela região.[1][2]
Em 1924, a Empresa John Whyttaker & Brother convidou-o a estudar as minas de cobre do concelho de Barrancos, a Aparis e a Botefa, e a dirigir a fase das sondagens de prospecção dos antigos trabalhos mineiros e de exploração dos trabalhos subterrâneos, que teve de parar devido à baixa das cotações do cobre e consequente estagnação da mina.[1][2]
Entre 1929, foi convidado por Georges Demoustier e por um grupo Belga, o Merbres-Sprimont, para dirigir os trabalhos de exploração e extração de mármores na região de Vila Viçosa, onde permaneceu até 1989, na qualidade de Administrador da Sociedade Luso-Belga de Mármores, Lda., até à data da sua morte.[1][2]
Durante cerca de 15 anos, de 1943 a 1958, foi, também, o foi Responsável Técnico e Consultor das minas de manganés do Baixo Alentejo, na Sociedade Alonso Gomes, Herdeiros, funções que deixou de desempenhar em resultado da baixa cotação do minério.[1][2]
Carreira Política
editarNo Concelho de Vila Viçosa, foi Presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo e da Comissão de Concelhia da União Nacional,[2] da qual foi Militante, e foi, ainda, Vice-Presidente e Presidente da Comissão Distrital de Évora.[1]
Iniciou a sua carreira parlamentar a 2 de janeiro de 1935, quando foi nomeado Procurador à Câmara Corporativa na I Legislatura, função para a qual foi sendo renomeado, sucessivamente, até à IV Legislatura. Durante a I Legislatura, integrou a 6.ª Secção - Minas, Águas Minerais, Pedreiras e Produtos Químicos, na qualidade de Representante das empresas mineiras e de exploração de pedreiras e de águas minerais, tendo, também, sido Secretário do Conselho da Presidência. Da II Legislatura até ao fim da IV Legislatura, fez parte da 6.ª Secção, então denominada de Minas, Pedreiras e Águas Minerais, em representação das empresas de exploração de pedreiras. Não relatou qualquer parecer. Todavia, em relação ao parecer referente à Proposta de Lei N.º 33, sobre a exploração de pedreiras, exarou a sua discordância em relação ao facto de não ser mantido o direito de expropriação às Sociedades que não satisfizessem inteiramente o disposto no n.º 4 da Base XXIII: Se o requerente for uma pessoa colectiva, documento comprovativo de que se acha constituída segundo a lei portuguesa e tem a sua sede em Portugal, sendo os seus corpos gerentes presididos e formados na sua maioria por cidadãos portugueses de origem ou naturalizados há mais de 5 anos. (D.S., N.º 45, 8 de março de 1939, pp. 442 (21) e 442 (23)). Em conjunto com outros procuradores, propôs que fosse adicionado, à Base XI do parecer sobre a Proposta de Lei que autorizou o Governo a criar um imposto sobre os lucros extraordinários de guerra, o seguinte texto: No caso da indústria mineira serão colectados, como lucros extraordinários de guerra, os lucros que ultrapassem o rendimento normal de 1941, por meio de imposto proporcional suplementar aos valores de tabela da Base III. (D.S., N.º 115, 2.º Suplemento, 28 de janeiro de 1942, p. 110 (59)).[8]
Empenhou-se na fundação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa entre 1937 e 1950, na qual desempenhou diversos cargos directivos.[2]
Exerceu os lugares de Vice-Presidente de 1941 a 1947 e de Presidente de 1947 a 1959 da Câmara Municipal de Vila Viçosa.[1][2]
Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa de 1962 a 1965.[2]
Foi, também, Procurador à Câmara Corporativa em representação das empresas mineiras e de exploração de pedreiras e de águas minerais na I Legislatura (1935-1938) na 6.ª Secção - Minas, Águas Minerais, Pedreiras e Produtos Químicos, onde subscreveu ou relatou o parecer 96/I – Condicionamento Industrial, na II Legislatura (1938-1942), onde subscreveu ou relatou os pareceres 8/II – Exploração de Pedreiras e 10/II – Fomento Mineiro, na III Legislatura (1942-1945) e na IV Legislatura (1945-1949), estas três últimas na 6.ª Secção - Minas, Pedreiras e Águas Minerais, sendo que nestas duas últimas não subscreveu ou relatou qualquer parecer.[1][7]
Foi agraciado com as seguintes condecorações:[9]
- Cavaleiro da Ordem da Coroa da Bélgica (? de ? de 1954)[9]
- Cavaleiro da Ordem de Leopoldo I da Bélgica (? de ? de 1964)[9]
- Medalha de Prata pelos Serviços Prestados à Indústria Extractiva da DGMSG de Portugal (? de ? de 1972)[9]
- Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial de Portugal (29 de julho de 1980)[9][10]
Leopoldo Barreiro Portas residia em Vila Viçosa, na Rua Dr. Couto Jardim, e faleceu em 1989.[1][2]
Casamento e descendência
editarCasou no Alandroal a 7 de dezembro de 1933 com Umbelina do Carmo das Neves Martins[2] (Alandroal, Nossa Senhora da Conceição, Aldeia de Nossa Senhora do Rosário, 21 de setembro de 1903 - ?), filha de António José Martins (Alandroal, Santiago Maior, 25 de agosto de 1870 - Vila Viçosa, 18 de março de 1961), Lavrador, e de sua mulher (Alandroal, Terena (São Pedro), 18 de janeiro de 1902) Maria Gertrudes das Neves (Alandroal, Terena, 23 de dezembro de 1874 - Alandroal, Rosário, 16 de junho de 1929).[3] Tiveram três filhos e uma filha:
- Carlos Alberto Martins Portas
- José Manuel Martins Portas, casado com Maria da Graça da Costa Pinto de Castro Nery, filha de António de Castro Nery e de sua mulher Maria do Carmo Dias da Costa Pinto, da qual tem dois filhos e uma filha:
- António de Castro Nery Portas
- Carlos de Castro Nery Portas
- Maria do Carmo de Castro Nery Portas
- Maria Manuela Martins Portas, solteira e sem geração
- Nuno Rodrigo Martins Portas (Vila Viçosa, São Bartolomeu, 23 de setembro de 1934)
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j Castilho, J. M. Tavares (2010). «Biografia de Leopoldo Barreiro Portas» (PDF). Procuradores da Câmara Corporativa (1935-1974). Assembleia da República Portuguesa. Consultado em 31 de dezembro de 2012
- ↑ a b c d e f g h i j k l m Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto (2005). Dicionário Biográfico Parlamentar (1935-1974). Lisboa: co-edição Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Assembleia da República. pp. Vol. V. 392
- ↑ a b António Luís de Torres Cordovil Pestana de Vasconcelos. Costados Alentejanos. II. 1.ª Edição, Évora, 2005. [S.l.]: Edição do Autor. Árv. N.º 104
- ↑ (PDF). Diário da República http://dre.pt/pdf1s/1942/11/27101/14161418.pdf Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ Google. Books.google.com http://books.google.com/books?isbn=9898074426 Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ Fernandes, A (1948). «Boletim da Sociedade Broteriana Vol. XXII (2.ª Série).» (PDF). Universidade de Coimbra. Instituto Botânico da Universidade de Coimbra. Consultado em 31 de dezembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 6 de fevereiro de 2015
- ↑ a b Ferreira, Nuno Estêvão Figueiredo Miranda (2009). «A Câmara Corporativa no Estado Novo: Composição, Funcionamento e Influência. (Anexos).» (PDF). Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais. p. 796. Consultado em 31 de dezembro de 2012
- ↑ Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto (2005). Dicionário Biográfico Parlamentar (1935-1974). Lisboa: co-edição Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Assembleia da República. pp. Vol. V. 392-3
- ↑ a b c d e Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto (2005). Dicionário Biográfico Parlamentar (1935-1974). Lisboa: co-edição Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Assembleia da República. pp. Vol. V. 393
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado análise da busca de "Leopoldo Barreiro Portas". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 27 de dezembro de 2012
- Arquivo Histórico Parlamentar, Registo Biográfico dos Dignos Procuradores, I Legislatura
- Anais da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa, 1935, p. 222, e 1942-1943, pp. 195 e 291
- Testemunho de Carlos Alberto Martins Portas