Lia do Rio
Lia do Rio Cardoso Costa (São Paulo, 7 de maio de 1938)[1] é uma artista plástica brasileira.
Lia do Rio | |
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Nascimento | 7 de maio de 1938 (86 anos) São Paulo |
Cidadania | Brasil |
Alma mater | |
Ocupação | pintora |
Biografia
editarPaulistana de nascimento, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dez anos de idade. Em 1958 inscreveu-se na cadeira de Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, da UFRJ, onde se formou em 1963.[2]
Em 1982, ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage onde permaneceu até 1985. Suas pinturas, porém, adquiriram tridimensionalidade e passaram a se assemelhar com janelas, que logo foram assumidas como material principal de suas obras. Enquanto recolhia janelas jogadas na rua, sentiu-se atraída pela riqueza e potencial de outros materiais descartados, passando a trabalhar no próprio espaço em que eram encontrados, organizando-os em formas ditadas pelo local, o que fez a escala aumentar consideravelmente. Ao ser convidada para exposições reciclava estas formas para dentro da galeria.[2]
Em 1988 retornou à EAV do Parque Lage, agora no núcleo de escultura. Passou, então, a intervir diretamente na paisagem usando o manancial de folhas secas à disposição. No entanto, ao usá-las, não aponta para o material em si e sim para as questões nele contidas, tais como transformação, vida e memória. Aos poucos, emergiu da obra a atemporalidade. Aparecem, então, os trabalhos em que procura capturar o tempo.
Trabalho
editarParalelamente às exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior, exerce outras atividades ligadas à arte:
- A partir de 1994, tornou-se professora de escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e do Centro de Arte Calouste Gulbenkian. Em 1997 participou da criação do projeto extra-oficina Momentos e do ciclo de palestras A Construção da Imagem, na EAV.
- De 1999 a 2000, ajudou a criar a galeria de arte contemporânea da UNIRIO, coordenando as exposições, nas quais o expositor relacionava seu trabalho a uma área da universidade. Promoveu, também, os Encontros Com o Artista, no Salão da Reitoria.
- Em 1995 concebeu, juntamente com a artista Monica Mansur, o projeto Dialeto, que resultou no livro de artistas Dialeto (1995/96) e no livro Dialeto volume II (1996/2001), apresentados, respectivamente, no Paço Imperial e no Centro de Arte Hélio Oiticica.
- Em 2002 é convidada pela artista Solange Oliveira a dar aulas na Universidade Estácio de Sá, da Barra. Nesse ano co-participa da criação de dois projetos itinerantes: Em Matéria de Natureza (Rio/Paris/Berlin) e Acessoremoto (Rio/Linz: Áustria), dos quais toma parte como artista e palestrante.
- Em 2003 transfere-se, com sua turma da EAV, para o Atelier Rio Comprido, onde passa a participar, juntamente com os artistas Valéria Rodrigues, Mônica Mansur e Pedro Paulo Domingues, do grupo APARTE/Interações. Juntos fazem do local um centro de arte, com cursos especiais e galeria de arte.
- Em 2004 é convidada a dar uma oficina no Instituto de Arte, na UERJ assim como na Galeria Lana Botelho. Em agosto desse ano ministra, pelo Projeto REDE Nacional/FUNARTE, Artes Visuais, uma oficina de arte em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Passa a se interessar, também, pela questão do olhar, do olhar do artista, do artista espectador, de seu tempo de olhar.
- Em 2005 conclui a Pós Graduação em Arte e Filosofia, com a monografia Virtualidade e Ato de Criação e em 2007 a Pós Graduação em Filosofia Antiga, com a monografia O Tempo em Aristóteles, ambas pela PUC-Rio. Ainda em 2005, ministra a oficina O Processo Artístico, no projeto Arte no Ventilador, no Museu Imperial de Petrópolis, RJ. Desde 2006 é curadora do Projeto Borgeanas, da Rede Sirius de Bibliotecas, na UERJ. Em 2007 produz, juntamente com a artista Monica Mansur, o livro Poliálogo, concebido em 1997, resultado de troca de ideias sobre arte entre as duas artistas. Em 2003 participa da concepção do Projeto Lócus, do qual é curadora e orientadora, projeto esse que se constitui em intervenções em locais específicos, de modo a experienciar diferentes espaços e linguagens. Em 2008 volta a dar aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e inicia o curso A Poética do Espaço, no museu do Ingá em Niterói. Neste mesmo ano é convidada a ser membro do júri do Primeiro Salão de Petrópolis.
A Obra
editarLia do Rio utiliza-se de uma linguagem limite entre a instalação, a intervenção e a apropriação, em uma indagação sobre a natureza do tempo, questão essa que percebeu estar contida em toda a sua trajetória. A diversidade de materiais e linguagens utilizados está relacionada a estes questionamentos. Quanto ao espaço a ser utilizado, este lhe dita o que nele vai ser inserido.[3]
Referências
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Lia do Rio». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 13 de junho de 2020
- ↑ a b «Exposição de Lia do Rio provoca reflexão sobre o tempo». Aqui tem Diversão. 10 de julho de 2019. Consultado em 12 de junho de 2020
- ↑ Desvio, por Revista (29 de junho de 2019). «Museu da República celebra 40 anos de trajetória de Lia do Rio». Revista Desvio. Consultado em 13 de junho de 2020