Licofrão II de Feras
Licofrão ou Licofron foi um tirano de Feras, na Tessália.
Segundo Plutarco, Tisífono, Pitolau e Licofrão eram os três irmãos de Tebe, que conspiraram com ela para matar seu marido Alexandre, tirano de Feras.[1][Nota 1] O plano foi matar Alexandre em seu quarto de dormir, que era protegido por um cão de guarda, treinado para atacar qualquer um além de Alexandre, Tebe e o empregado que servia a sua comida.[2] Os irmãos ficaram escondidos em um quarto vizinho,[2] e, de noite, quando Alexandre estava dormindo, Tebe mandou o empregado levar o cachorro para fora, dizendo que Alexandre queria dormir sozinho.[3] Tebe introduziu os irmãos no quarto, tirou a espada de Alexandre para mostrar que ele estava dormindo, e, vendo que eles relutavam em atacar, ameaçou acordar Alexandre e dizer que eles queriam matá-lo;[4] um deles então pegou o pé de Alexandre, outro levantou sua cabeça pelo cabelo e o terceiro matou-o com a espada.[5] Segundo Plutarco, sua morte foi rápida e melhor do que ele merecia, mas por ter sido o primeiro e único tirano a morrer pelas mãos de sua esposa, e como seu corpo foi vilipendiado após sua morte, ele parece ter sofrido o que seus atos ilegais mereciam.[5]
Segundo Xenofonte, o governo de Feras foi entregue a Tisífono, o irmão mais velho.[6] No início, os irmãos foram aclamados como tiracinidas, mas em seguida corromperam os mercenários e se estabeleceram como tiranos, matando os opositores;[7] para se livrar dos tiranos, uma facção dos tessálios chamada de alévadas pediu ajuda do rei da Macedônia, Filipe (mais tarde aclamado como Filipe, o Grande), que libertou a Tessália dos tiranos, o que fez com que a Tessália fosse, daí em diante, uma nação confederada de Felipe e seu filho Alexandre.[8]
Durante a Terceira Guerra Sacra,[carece de fontes] Filipe atacou Licofrão, tirano de Feras, que chamou como aliado Onomarco, general dos fócios.[9] Após várias batalhas, os fócios foram derrotados, e Onomarco foi capturado [10] e enforcado por Filipe.[11]
No ano da 107a olimpíada,[12] Fáilo, comandante dos fócios no lugar do seu irmão [12] Onomarco, morto no ano anterior,[13] dispondo de um grande suprimento de dinheiro, contratou uma grande quantidade de mercenários.[14] Licofrão e Pitolau, tiranos de Feras, que estavam sem aliados após a morte de Onomarco, entregaram Feras para Filipe II da Macedónia e se uniram aos fócios, com seus dois mil mercenários.[15] Filipe terminou com a tirania em Feras, restaurando a liberdade à cidade.[16]
Após a morte de Fáilo, de uma longa doença (que Diodoro Sículo diz ter sido consequência da sua vida ímpia),[17] Licofrão e Pitolau se aliaram aos lacedemônios, em guerra contra Megalópolis.[18]
Notas e referências
Notas
- ↑ Diodoro Sículo não cita Pitolau entre os tiranicidas; Xenofonte não cita nenhum dos irmãos pelo nome.
Referências
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.3
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.4
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.5
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.6
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.7
- ↑ Xenofonte, Helênica, Livro VI, 4.37
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 14.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 14.2
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 35.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 35.5
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 35.6
- ↑ a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 37.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 36.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 37.2
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 37.3
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 38.1
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 38.7
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 39.3