Liliana, Princesa de Réthy

aristocrata belga

Liliana, Princesa de Réthy (nascida Mary Lilian Baels; Highbury, 28 de novembro de 1916Waterloo, 7 de junho de 2002), mais conhecida como Princesa de Réthy, foi a segunda esposa do rei Leopoldo III da Bélgica.[1]

Liliana
Liliana, Princesa de Réthy
Princesa de Réthy
Reinado 11 de setembro de 1941
a 7 de junho de 2002
 
Nascimento 28 de novembro de 1916
  Highbury, Londres, Inglaterra
Morte 7 de junho de 2002 (85 anos)
  Castelo Argenteuil, Waterloo, Reino da Bélgica
Sepultado em 14 de junho de 2002, Igreja de Nossa Senhora de Laeken, Bruxelas, Reino da Bélgica
Nome completo  
Maria Liliana Henriqueta Lúcia Josefina Gislaine Baels
Marido Leopoldo III da Bélgica
Descendência Alexandre Emanuel da Bélgica
Maria Cristina da Bélgica
Maria Esmeralda da Bélgica
Casa Saxe-Coburgo-Gota (por casamento)
Pai Henri Louis Baels
Mãe Anne Marie de Visscher

Sua vida como princesa foi envolta em polêmicas, incluindo uma relação com seu enteado de pouco mais de 20 anos de idade, o então príncipe herdeiro Balduíno, com quem viajava por diversos países da Europa.[1][2][3]

Infância e juventude

editar

Maria Liliana Henriqueta Lúcia Josefina Gislaine Baels nasceu em Highbury, Londres, Inglaterra, como uma descendente de Henri Baels (1878-1951), advogado e comerciante de peixe de Oostende, e de sua esposa, Anne Marie de Visscher (1882-1950), que estavam vivendo na capital londrina durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1936, Henri Baels tornou-se o Ministro Belga da Agricultura e o rei Leopoldo III o nomeou governador (representante real) da província de Flandres Ocidental. Uma ávida jogadora de golfe e uma visitante regular do curso de golfe de Knokke, Lilian atraiu a atenção do rei Leopoldo, então já viúvo, e os dois tornaram-se frequentes companheiros de golfe. A popular primeira esposa do rei, a princesa Astrid da Suécia, tinha morrido em um acidente automobilístico em 1935, aos vinte e nove anos. Leopoldo, que estava no volante do veículo e perdeu o controle, teria tido a rainha-mãe Isabel da Baviera como cupido. De acordo com uma biografia não-autorizada de Lilian, Isabel convidou a jovem moça para distrair o rei de seus problemas. Os detalhes do galanteio do casal ficaram claros em 2003, quando suas cartas de amor foram divulgadas.

Casamento com o rei

editar

Em 1941 Lilian e o rei Leopoldo III se casaram secretamente, tanto no religioso como no civil, o que era proibido ao monarca. Meses depois ficou óbvio que Lilian estava grávida e o casamento foi revelado, o que segundo a revista Mujer Hoy provocou "críticas ferozes" na sociedade belga.[1]

O anúncio público do segundo casamento do rei foi feito em 6 de dezembro de 1941, quando o cardeal Jozef-Ernest van Roey, arcebispo de Mechelen, escreveu uma carta aberta para padres ao redor do país. A carta revelou que a nova esposa do rei seria conhecida como Princesa de Réthy e não como rainha Lilian. Os filhos do casal não poderiam reivindicar o trono, embora tivessem os títulos de Príncipes da Bélgica. O título de Réthy nunca foi aprovado pelo governo, mas era por ele que Lilian era popularmente conhecida, apesar de que, com o casamento, ela ter se tornado oficialmente uma Princesa da Bélgica.

Filhos

editar

Leopoldo e Líliana tiveram três filhos:

 
Tumba de Leopoldo III Rei dos belgas e suas esposas, Rainha Astrid e Princesa Liliana.

Lilian da Bélgica morreu aos oitenta e cinco anos e está enterrada em um túmulo real, ao lado de seu marido, na Igreja de Nossa Senhora, em Laeken, Bélgica. Seus enteados e a rainha Fabíola compareceram ao funeral, bem como seu filho e sua filha mais jovem, Maria Esmeralda.[1]

Polémica

editar

Segundo o Mujer Hoy, a relação de Lilian e Leopoldo nunca foi bem aceita, já que os belgas acreditavam que ela era uma "alpinista social". O portal também reporta que de 1946 a 1954 boatos do romance da princesa com o jovem Balduíno ganharam força, o que desagradou o governo, que obrigou Lilian e Leopoldo a viverem em Argenteuil após o casamento de Balduíno com Fabíola.[1]

Em março de 2019 a publicação dos diários do ex-primeiro-ministro belga, Achille Van Acker, trouxe revelações secretas sobre a relação de Lilian com seu enteado. Segundo o Observador de Portugal, Van Acker teria sido avisado que "Balduíno e Lilian viajaram para Tirol [uma região na Áustria] num comboio noturno e dividiram o compartimento para dormir".[1][2][3]

Anos antes, em 2004, sua filha Maria Cristina havia publicado suas memórias onde retratou a mãe como uma mulher "cruel".[1][4]

Títulos

editar
  • 28 de novembro de 1916 - 11 de setembro de 1941: Miss Mary Lilian Baels
  • 11 de setembro de 1941 - 7 de junho de 2002: Sua Alteza Real, a Princesa Lilian da Bélgica, Princesa de Réthy

Referências

editar
  1. a b c d e f g «Mary Lilian Baels, la «arpía sin corazón» que se casó en secreto con el rey Leopoldo III de Bélgica, fue acusada de incesto (con su hijastro Balduino) y jamás llegó a ser reina». Mujer Hoy (em espanhol). 10 de fevereiro de 2022. Consultado em 4 de abril de 2023 
  2. a b «Unos diarios confirmarían la relación entre el rey Balduino de Bélgica y su madrastra, Lilian Baels». ELMUNDO (em espanhol). 19 de março de 2019. Consultado em 4 de abril de 2023 
  3. a b Observador. «Bélgica. Romance entre rei Balduíno e madrasta revelado após 65 anos». Observador. Consultado em 4 de abril de 2023 
  4. Riaño, Raquel (7 de fevereiro de 2021). «Marie-Christine, tía del rey Felipe de Bélgica, cumple 70: violación, desaparición y ruina». vanitatis.elconfidencial.com (em espanhol). Consultado em 4 de abril de 2023