Lisboa (filme)
Lisbon (prt/bra: Lisboa)[3][4] é um filme luso-estado-unidense de 1956, dos gêneros drama policial e espionagem, realizado por Ray Milland, com roteiro de John Tucker Battle e Martin Rackin.[1]
Lisboa | |
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Lisbon | |
Cartaz promocional | |
Estados Unidos[1] · Portugal[1] 1956 • cor • 90 min | |
Género | |
Direção | Ray Milland |
Produção | Herbert J. Yates[1] |
Coprodução | Ray Milland[1] |
Roteiro | John Tucker Battle[1] |
História | Martin Rackin[1] |
Elenco |
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Música | Nelson Riddle[1] |
Cinematografia | Jack Marta[1] |
Direção de arte | |
Efeitos especiais | |
Figurino | Adele Palmer[1] |
Edição | Richard L. Van Enger[1] |
Companhia(s) produtora(s) | Republic Pictures[1] |
Distribuição | Republic Pictures[1] |
Lançamento | |
Idioma | inglês |
Elenco
editar- Ray Milland como cap. Robert John Evans
- Maureen O'Hara como Sylvia Merrill
- Claude Rains como Aristides Mavros
- Yvonne Furneaux como Maria Maddalena Masanet
- Francis Lederer como Serafim
- Percy Marmont como Lloyd Merrill
- Jay Novello como Inspector João Casimiro Fonseca
- Edward Chapman como Edgar Selwyn
- Harold Jamieson como Philip Norworth
- Humberto Madeira como Tio Rabio
Produção
editarDesenvolvimento
editarA Paramount Pictures comprou os direitos da história em 1951, e Irving Asher encarregou-se da produção.[5] O tema do filme tornou-se sensível sob a perspectiva da Guerra Fria na década de 1950 e havia preocupações iniciais sobre como a Paramount lidaria com a história envolvendo a Cortina de Ferro. Luigi Luraschi, chefe da censura nacional e estrangeira da Paramount na época, havia escrito um relatório para a Central Intelligence Agency em janeiro de 1953, dizendo que "[Lisboa] poderia ser confusa se manuseada incorrectamente, mas agora nós havemos de pensar ao longo do caminho certo e isto pode ser muito útil para nós. Shall observou com muito cuidado."[6]
Irving Asher contratou o realizador Nicholas Ray e, no início de 1953, Joan Crawford estava em negociações para estrelar como a personagem principal, Sylvia Merril. Eventualmente, após várias reescritas, o projecto foi arquivado, pois Asher e Crawford não tinham certeza sobre a polémica do argumento.[7][8] Nicholas Ray e Joan Crawford passaram a filmar Johnny Guitar.
Em seguida, a Paramount vendeu os direitos para a Republic Pictures, e Herbert J. Yates contratou Ray Milland para realizar e protagonizar o filme. Milland supostamente queria a actriz Mary Murphy do filme A Man Alone para o papel da protagonista,[5] mas cujo trabalho foi enviado para a actriz irlandesa Maureen O'Hara. Em sua autobiografia, 'Tis Herself: A Memoir, O'Hara escreveu sobre seu papel em Lisboa: "Pela primeira vez na minha carreira eu tive que actuar como vilã, e Bette Davis tinha razão – é divertido interpretar desordeiras."[9]
Filmagens
editarLisboa foi inteiramente produzida na capital de Portugal, Lisboa e seus municípios vizinhos. Foi considerada a primeira longa-metragem de Hollywood produzida em Portugal.[5] Para as tomadas internas, a produção utilizou as instalações dos estúdios da Tobis Portuguesa. As gravações exteriores foram feitas em Lisboa, entre elas, a Torre de Belém, Praça do Comércio, o Castelo de São Jorge e o Mosteiro dos Jerónimos. Fora da capital, algumas cenas de praia foram filmadas em Cascais e a cena do miradouro do Palácio de Seteais, foi feita em Sintra.
O cinematógrafo Jack A. Marta filmou utilizando o sistema de lentes de ecrã panorâmico anamórfico, Naturama, um formato desenvolvido pela Republic Pictures na década de 1950. A coloração do filme foi obtida através do processo Trucolor, desenvolvido na década de 1940 pela Consolidated Film Industries (uma divisão da Republic Pictures). A Variety declarou que "Lisboa criou uma ambientação colorida" e "que o processo anamórfico da Republic, Naturama e Trucolor percorreram um longo caminho para enfatizar o carácter impressionante dos visuais."[10]
Música
editarA canção "Lisbon Antigua", de Raul Portela e Larry Dupree, foi interpretada por Roby Charmandy, com arranjos de Nelson Riddle[1], e pela fadista Anita Guerreiro.[11][12]
Lançamento
editarLisboa fez sua estreia em Los Angeles a 15 de agosto de 1956, seguido pelo lançamento nos cinemas a 17 de agosto de 1956.[5] Em Portugal estreou-se a 1 de janeiro de 1957.[13]
No mercado doméstico, o filme foi lançado em VHS na década de 1990, carregando a frase "Após a Casablanca todos eles foram para… Lisboa."[14] Em 2011, a edição digital foi lançada.
Recepção
editarA Variety comentou: "Como um suave, romântico e inclinado americano a divertir-se com operações de contrabando, [Ray Milland] saiu-se muito bem. Assim como a produção, a imagem poderia utilizar um pouco mais de nitidez, através da história do material" e concluiu, "As actuações do quarteto foram bastante simplistas e agradáveis nos papéis principais."[10]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «Lisbon (1956)». American Film Institute. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Cronologia 1957». Instituto Camões. Consultado em 6 de outubro de 2015
- ↑ «Lisboa». Portugal: CineCartaz. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ «Lisboa». Brasil: CinePlayers. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ a b c d «Lisbon (1956)» (em inglês). Turner Classic Movies. Consultado em 6 de outubro de 2015
- ↑ N. Eldridge, David. «"Dear Owen": The CIA, Luigi Luraschi and Hollywood, 1953» (PDF) (em inglês). Historical Journal of Film, Radio and Television. p. 165. Consultado em 6 de outubro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 28 de janeiro de 2006
- ↑ Bret, David (2009). Joan Crawford: Hollywood Martyr (em inglês). [S.l.]: Da Capo Press. 336 páginas
- ↑ «Joan Crawford original signed contract cancellation» (em inglês). WorthPoint. Consultado em 6 de outubro de 2015
- ↑ Maureen O'Hara e John Nicoletti (2004). 'Tis Herself: A Memoir (em inglês). [S.l.]: Simon & Schuster. p. 241. ISBN 0-7432-4693-4
- ↑ a b «Review: 'Lisbon'». Variety (em inglês). 31 de dezembro de 1955
- ↑ «Anita Guerreiro». Museu do Fado. Consultado em 10 de novembro de 2021
- ↑ Castelo, Inês (18 de fevereiro de 2013). «Época d'Ouro: Lisbon (1956)». Lisboa Vintage. Consultado em 6 de outubro de 2015. Arquivado do original em 7 de outubro de 2015
- ↑ «Folheto de cinema – Teatro Vitória (IX) – "Lisbon"». Nenotavaiconta. 14 de novembro de 2013
- ↑ «Amazon.com: Lisbon (1956) VHS» (em inglês). Amazon. Consultado em 6 de outubro de 2015