Lisbon (prt/bra: Lisboa)[3][4] é um filme luso-estado-unidense de 1956, dos gêneros drama policial e espionagem, realizado por Ray Milland, com roteiro de John Tucker Battle e Martin Rackin.[1]

Lisboa
Lisbon
Lisboa (filme)
Cartaz promocional
 Estados Unidos[1] · Portugal Portugal[1]
1956 •  cor •  90 min 
Género
Direção Ray Milland
Produção Herbert J. Yates[1]
Coprodução Ray Milland[1]
Roteiro John Tucker Battle[1]
História Martin Rackin[1]
Elenco
Música Nelson Riddle[1]
Cinematografia Jack Marta[1]
Direção de arte
  • Frank Arrigo[1]
  • Eduardo Anahory[1]
Efeitos especiais
  • Howard Lydecker[1]
  • Theodore Lydecker[1]
Figurino Adele Palmer[1]
Edição Richard L. Van Enger[1]
Companhia(s) produtora(s) Republic Pictures[1]
Distribuição Republic Pictures[1]
Lançamento
  • 17 de agosto de 1956 (EUA)[1]
  • 1 de janeiro de 1957 (PRT)[2]
Idioma inglês

Elenco

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Produção

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Desenvolvimento

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A Paramount Pictures comprou os direitos da história em 1951, e Irving Asher encarregou-se da produção.[5] O tema do filme tornou-se sensível sob a perspectiva da Guerra Fria na década de 1950 e havia preocupações iniciais sobre como a Paramount lidaria com a história envolvendo a Cortina de Ferro. Luigi Luraschi, chefe da censura nacional e estrangeira da Paramount na época, havia escrito um relatório para a Central Intelligence Agency em janeiro de 1953, dizendo que "[Lisboa] poderia ser confusa se manuseada incorrectamente, mas agora nós havemos de pensar ao longo do caminho certo e isto pode ser muito útil para nós. Shall observou com muito cuidado."[6]

Irving Asher contratou o realizador Nicholas Ray e, no início de 1953, Joan Crawford estava em negociações para estrelar como a personagem principal, Sylvia Merril. Eventualmente, após várias reescritas, o projecto foi arquivado, pois Asher e Crawford não tinham certeza sobre a polémica do argumento.[7][8] Nicholas Ray e Joan Crawford passaram a filmar Johnny Guitar.

Em seguida, a Paramount vendeu os direitos para a Republic Pictures, e Herbert J. Yates contratou Ray Milland para realizar e protagonizar o filme. Milland supostamente queria a actriz Mary Murphy do filme A Man Alone para o papel da protagonista,[5] mas cujo trabalho foi enviado para a actriz irlandesa Maureen O'Hara. Em sua autobiografia, 'Tis Herself: A Memoir, O'Hara escreveu sobre seu papel em Lisboa: "Pela primeira vez na minha carreira eu tive que actuar como vilã, e Bette Davis tinha razão – é divertido interpretar desordeiras."[9]

Filmagens

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Lisboa foi inteiramente produzida na capital de Portugal, Lisboa e seus municípios vizinhos. Foi considerada a primeira longa-metragem de Hollywood produzida em Portugal.[5] Para as tomadas internas, a produção utilizou as instalações dos estúdios da Tobis Portuguesa. As gravações exteriores foram feitas em Lisboa, entre elas, a Torre de Belém, Praça do Comércio, o Castelo de São Jorge e o Mosteiro dos Jerónimos. Fora da capital, algumas cenas de praia foram filmadas em Cascais e a cena do miradouro do Palácio de Seteais, foi feita em Sintra.

O cinematógrafo Jack A. Marta filmou utilizando o sistema de lentes de ecrã panorâmico anamórfico, Naturama, um formato desenvolvido pela Republic Pictures na década de 1950. A coloração do filme foi obtida através do processo Trucolor, desenvolvido na década de 1940 pela Consolidated Film Industries (uma divisão da Republic Pictures). A Variety declarou que "Lisboa criou uma ambientação colorida" e "que o processo anamórfico da Republic, Naturama e Trucolor percorreram um longo caminho para enfatizar o carácter impressionante dos visuais."[10]

Música

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A canção "Lisbon Antigua", de Raul Portela e Larry Dupree, foi interpretada por Roby Charmandy, com arranjos de Nelson Riddle[1], e pela fadista Anita Guerreiro.[11][12]

Lançamento

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Lisboa fez sua estreia em Los Angeles a 15 de agosto de 1956, seguido pelo lançamento nos cinemas a 17 de agosto de 1956.[5] Em Portugal estreou-se a 1 de janeiro de 1957.[13]

No mercado doméstico, o filme foi lançado em VHS na década de 1990, carregando a frase "Após a Casablanca todos eles foram para… Lisboa."[14] Em 2011, a edição digital foi lançada.

Recepção

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A Variety comentou: "Como um suave, romântico e inclinado americano a divertir-se com operações de contrabando, [Ray Milland] saiu-se muito bem. Assim como a produção, a imagem poderia utilizar um pouco mais de nitidez, através da história do material" e concluiu, "As actuações do quarteto foram bastante simplistas e agradáveis nos papéis principais."[10]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «Lisbon (1956)». American Film Institute. Consultado em 10 de novembro de 2021 
  2. «Cronologia 1957». Instituto Camões. Consultado em 6 de outubro de 2015 
  3. «Lisboa». Portugal: CineCartaz. Consultado em 10 de novembro de 2021 
  4. «Lisboa». Brasil: CinePlayers. Consultado em 10 de novembro de 2021 
  5. a b c d «Lisbon (1956)» (em inglês). Turner Classic Movies. Consultado em 6 de outubro de 2015 
  6. N. Eldridge, David. «"Dear Owen": The CIA, Luigi Luraschi and Hollywood, 1953» (PDF) (em inglês). Historical Journal of Film, Radio and Television. p. 165. Consultado em 6 de outubro de 2015. Arquivado do original (PDF) em 28 de janeiro de 2006 
  7. Bret, David (2009). Joan Crawford: Hollywood Martyr (em inglês). [S.l.]: Da Capo Press. 336 páginas 
  8. «Joan Crawford original signed contract cancellation» (em inglês). WorthPoint. Consultado em 6 de outubro de 2015 
  9. Maureen O'Hara e John Nicoletti (2004). 'Tis Herself: A Memoir (em inglês). [S.l.]: Simon & Schuster. p. 241. ISBN 0-7432-4693-4 
  10. a b «Review: 'Lisbon'». Variety (em inglês). 31 de dezembro de 1955 
  11. «Anita Guerreiro». Museu do Fado. Consultado em 10 de novembro de 2021 
  12. Castelo, Inês (18 de fevereiro de 2013). «Época d'Ouro: Lisbon (1956)». Lisboa Vintage. Consultado em 6 de outubro de 2015. Arquivado do original em 7 de outubro de 2015 
  13. «Folheto de cinema – Teatro Vitória (IX) – "Lisbon"». Nenotavaiconta. 14 de novembro de 2013 
  14. «Amazon.com: Lisbon (1956) VHS» (em inglês). Amazon. Consultado em 6 de outubro de 2015 
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