Longomel
Longomel é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Longomel do Município de Ponte de Sor, freguesia com 46,19 km² de área[1] e 978 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 21,2 hab./km².
Longomel
| |
---|---|
Freguesia | |
Gentílico | longomelense |
Localização | |
Localização de Longomel em Portugal | |
Coordenadas | 39° 20′ 08″ N, 7° 59′ 34″ O |
Região | Alentejo |
Sub-região | Alto Alentejo |
Distrito | Portalegre |
Município | ![]() |
Código | 121305 |
Administração | |
Tipo | Junta de freguesia |
Características geográficas | |
Área total | 46,19 km² |
População total (2021) | 978 hab. |
Densidade | 21,2 hab./km² |
Código postal | 7400-454 |
Outras informações | |
Orago | Nossa Sra. da Oliveira |
Sítio | https://www.jfreguelongomel.pt/ |
A freguesia foi criada pela Lei nº 47/84, de 31 de Dezembro, com lugares desanexados da freguesia de Ponte de Sor. As aldeias que pertencem a Freguesia de Longomel são: Rosmaninhal, Longomel, Escusa, Tom e Vale do Arco.
Demografia
editarA população registada nos censos foi:[2]
|
Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
---|---|---|---|---|
Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 219 | 132 | 710 | 433 |
2011 | 124 | 141 | 589 | 374 |
2021 | 76 | 84 | 497 | 321 |
História
editarPor uma sentença de 13 de dezembro de 1327, foi julgado que a aldeia de Lagomel, termo de Abrantes, pertencia a el-Rei D. Dinis. Em 19 de dezembro de 1327 foi publicada uma carta na qual se diz que a Vila de Abrantes podia tomar posse de Lagomel. D. Dinis confirmou a posse da aldeia na sua pessoa e deu jurisdição à Vila de Abrantes para a engrandecer.
Essa posse, mais tarde, foi ter às mãos do duque de Bragança que, com Margem (Gavião), formou um concelho subordinado a Vila Viçosa.
A actual Longomel teria tido origem no lugar do Cabeço, que ficaria separada pelo ribeiro da aldeia.
No chamado Vale da Igreja, entre a ribeira de S. Bartolomeu e Vale de Gaviões, existia, na Idade Média, o concelho de Margem e Longomel, isto segundo Primo Pedro da Conceição, no seu livro Cinzas do Passado.
A associação destes dois lugares levou à criação do Julgado de Margem e Longomel. Esta nova designação acabou por substituir a de concelho.
Reza a história que devido a uma sentença judicial de Dezembro de 1327, de Afonso IV, a aldeia de Longomel pertencia ao termo de Abrantes.
Conta Manuel Pestana, no seu livro O Julgado de Margem e Longomel que,
“ | nas "Memórias Paroquiais de 1758" levantadas por todo o reino por ordem expressa do governo pombalino (…), o pároco de Ponte de Sor considera já, na data do documento (1758), que Longomel era aldeia do seu termo; porém, quarto anos mais tarde (1762) Longomel e, agora também, Margem são mencionadas com classificação de vilas. | ” |
Foi no século XVIII que se deram os primeiros aforamentos e se começa a definir, com maior exactidão, as dimensões geográficas deste termo.
A história da freguesia de Longomel está intimamente ligada ao concelho de Gavião até ao dia 26 de Setembro de 1895.
No cadastro da população de 1527, as duas povoações, Margem e Longomel, formavam um concelho incluído nas terras pertencentes ao duque de Bragança.
Em 1758, o pároco de Ponde de Sor diz que Longomel é uma aldeia do termo de Ponte de Sor.
Em 1762 Longomel e Margem aparecem como vilas e, em 1811, subordinadas à comarca de Vila Viçosa.
Em 1826, o concelho de Margem tem 96 fogos e o seu orago é Nossa Senhora da Graça. Seis anos depois aparece o concelho de Longomel na comarca de Portalegre, província do Alentejo, capital Évora. Em 1835 figura no julgado do Crato, com 101 fogos, mas nesse ano foi extinto e em 1842 encontram-se as duas povoações fazendo parte do concelho do Gavião.
Depois da extinção do concelho de Margem e Gavião, Longomel transitou para o (atual município) de Ponte de Sor.
Atualmente é das mais jovens freguesias do Município de Ponte de Sor, criada em 1984 por desmembramento da Freguesia de Ponte de Sor.[5]
Economia
editarA construção civil, a agricultura (principalmente o tabaco, cortiça e azeitona), a indústria do carvão vegetal e o turismo rural são as principais atividades económicas da freguesia.
Equipamentos
editar- Extensão de Saúde de Longomel
- EB 1/JI de Longomel
- Junta de Freguesia de Longomel
- Multibanco da Junta de Freguesia de Longomel
Tradições e Património
editarA Casa
editarAs casas mais antigas que ainda existem em Longomel, eram feitas de taipa, uma técnica que consiste em colocar terra entre taipas de madeira e bater com um maço.
As janelas são poucas ou nenhumas. O chão é feito de ladrilhos são feitos de barro cozido, o que foi gradualmente sendo substituído por cimento. O telhado original é o de telhas de canudo. As chaminés são largas e serviam para secar a carne.
Quanto à divisão da casa, a sala de entrada servia de cozinha. À parte desta divisão, havia ainda mais dois quartos.
As casas mais ricas distinguiam-se das outras pelas barras amarelas ou azuis à volta das portas e janelas.
A Casa Rebela e o Casão
editarNa altura da apanha da azeitona, vinham ranchos de fora trabalhar por conta da Casa Rebela. No Casão faziam-se grandes lumes para os trabalhadores se aquecerem, para se cozinhar a comida e enxugar-se as roupas nos dias de chuva.
Moinho de Vento
editarO moinho de vento é constituído por um poço fundo com arames, ferro, canos e pás. A força do vento fazia girar as pás que retiravam a água do poço que seguia pela calha que conduzia a água para o Monte Novo.
Culinária
editarPão de milho; azeite; açúcar (facultativo). Num tacho, põe-se um pouco de azeite. Junta-se o miolo do pão de milho muito bem esfarelado e as côdeas cortadas em tiras finas. Mexe-se muito bem durante alguns minutos. No fim, pode juntar-se algum açúcar.
Couve com feijão
editarCouve; feijão de cor; batata; azeite e sal. Põe-se o feijão de molho de véspera e coze-se numa panela de barro. Migam-se as couves miudinhas. Cortam-se as batatas em pequenos pedaços. Coloca-se uma panela ao lume e, quando a água estiver a ferver, junta-se as couves. Depois de cozidas, escorrem-se e junta-se-lhes o feijão que foi parcialmente desfeito com uma colher de pau e as batatas.
Lendas
editarIgreja
editarSegundo o Sr. António de Matos Lopes, de Longomel, quando se foram abrir os alicerces para construir a igreja, encontraram-se duas grandes talhas de barro enterradas na terra. Reza da lenda que essas talhas eram dos mouros que, no tempo da guerra, aí tinham escondido os seus mantimentos e vestuário.
Os Cachamelos
editarDiz a dona Iria Matos do lugar de Cabeço que:
“ | As pessoas de Longomel são chamadas Cachamelos, as de Barreiras, Rabinos, e as do Vale de Arco são chamadas Trás-Trás. As raparigas antigamente iam à Ponte de Sor a pé e iam acompanhadas pelos rapazes. Eles levavam sempre cajados para se defenderem dos Rabinos e assim brigavam à cajadada, dando assim origem ao nome de Cachamelos. |
” |
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
- ↑ Nunes, Carla, (referência incompleta).