Lophornis verreauxii

espécie de ave

O Lophornis verreauxii é uma espécie de beija-flor do grupo "coquete", tribo Lesbiini da subfamília Lesbiinae.[2][3] É encontrado na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.[4]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLophornis verreauxii

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Furnariidae
Gênero: Lophornis
Espécie: verreauxii
Nome binomial
Lophornis verreauxii
Bourcier, 1853
Distribuição geográfica
Distribuição do Lophornis verreauxii
Distribuição do Lophornis verreauxii

Taxonomia e sistemática

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Este beija-flor era anteriormente tratado como uma subespécie do topetinho-verde (Lophornis chalybeus), e essa espécie e o topetinho-pavão (L. pavoninus) também foram por um tempo colocados no gênero Polemistria. Em 2019, o Comitê de Classificação Sul-Americano (SACC) da Sociedade Ornitológica Americana aceitou o Lophornis chalybeus como uma espécie separada. O Comitê Ornitológico Internacional (IOC) e o Handbook of the Birds of the World (HBW) da BirdLife International adotaram a divisão em 2020. A taxonomia de Clements não fez atualizações em 2020 e adotou a divisão em 2021.[5][2][3][6]

Este beija-flor tem duas subespécies, as nominais L. v. verreauxii e L. v. klagesi.[2]

Descrição

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O Lophornis verreauxii tem de 7,5 a 9,1 cm de comprimento. O macho da subespécie nominal tem uma cabeça verde-escura com uma crista longa, verde, com ponta vermelha e longos "bigodes" verdes com pontas brancas. Seu dorso é verde com reflexos dourados, coberturas superiores da cauda de um vermelho profundo e uma faixa branca na traseira. As partes inferiores são verdes, exceto as coxas brancas, e a cauda é marrom. A fêmea não tem a crista e os "bigodes", mas tem uma mancha malar esbranquiçada. As coberturas superiores da cauda são de um vermelho menos intenso do que as do macho e tem reflexos dourados no peito. Ambos os sexos da subespécie L. v. klagesi são mais escuros no geral do que o nominal, e suas coberturas superiores da cauda são verde-oliva bronzeadas e a cauda verde-bronzeada.[7]

Distribuição e habitat

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A subespécie nominal de Lophornis verreauxii é encontrada da Amazônia colombiana, Equador e Peru, até o extremo leste de Mato Grosso no Brasil, e no sul, até o centro da Bolívia. L. v. klagesi é restrito à bacia hidrográfica do rio Caura, no estado de Bolívar, na Venezuela. A espécie habita uma variedade de paisagens úmidas, incluindo floresta ribeirinha, campinarana e floresta tropical e subtropical húmida. Também ocorre em florestas secundárias e campos arbustivos. Em elevação, atinge até 1.000 m.[2][7]

Comportamento

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Movimentação

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O Lophornis verreauxii é essencialmente sedentário, embora se pense que ocorra algum movimento sazonal de curta distância.[7]

Alimentação

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O Lophornis verreauxii alimenta-se de néctar, que é procurado principalmente na copa das árvores, mas também em níveis mais baixos. A espécie geralmente paira para pegar néctar, mas foi registrada perfurando a base das flores para "roubá-lo". Foi observado percorrendo sequencialmente um circuito de plantas floridas. Não parece defender um território, mas disputará coespecíficos em um canteiro de flores. A espécie também come pequenos insetos, que aparentemente coleta da folhagem.[7]

Reprodução

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Segundo observações do naturalista Augusto Ruschi, o Lophornis verreauxii é uma das espécies de troquilídeos que realizam a chamada "parada nupcial", um ritual de acasalamento na qual o macho exibe sua plumagem colorida para a fêmea, numa série de acrobacias aéreas que são executadas durante o período do cio por vários dias, ao longo de até uma hora. Durante estes voos, o[8]

Vocalização

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O Lophornis verreauxii geralmente é silencioso, mas produz piados curtos e longos, além de estalidos e cliques (quase sempre provocados pela vibração das asas). Uma gravação de áudio está disponível na Biblioteca Macaulay da Universidade Cornell.[7]

Status

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A IUCN avaliou o Lophornis verreauxii como sendo de menor preocupação, embora seu tamanho populacional não seja conhecido e se pense que esteja diminuindo.[9] Ele ocorre em algumas áreas protegidas, mas é incomum a raro e distribuído de forma irregular por toda sua extensão.[7]

Referências

  1. «Appendices | CITES». cites.org. Consultado em 8 de novembro de 2024 
  2. a b c d Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P., eds. (janeiro de 2022). «Hummingbirds». IOC World Bird List. v 12.1 (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2022 
  3. a b HBW and BirdLife International (2020) Handbook of the Birds of the World and BirdLife International digital checklist of the birds of the world Version 5. Disponível em: http://datazone.birdlife.org/userfiles/file/Species/Taxonomy/HBW-BirdLife_Checklist_v5_Dec20.zip [.xls compactado 1 MB] acessado em 27 de maio de 2021
  4. Remsen, J. V., Jr., J. I. Areta, E. Bonaccorso, S. Claramunt, A. Jaramillo, D. F. Lane, J. F. Pacheco, M. B. Robbins, F. G. Stiles, e K. J. Zimmer. Versão: 31 de janeiro de 2022. Species Lists of Birds for South American Countries and Territories. https://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCCountryLists.htm acessado em 1º de fevereiro de 2022
  5. Remsen, J. V., Jr., J. I. Areta, E. Bonaccorso, S. Claramunt, A. Jaramillo, D. F. Lane, J. F. Pacheco, M. B. Robbins, F. G. Stiles, e K. J. Zimmer. Versão: 31 de janeiro de 2022. A classification of the bird species of South America. American Ornithological Society. https://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCBaseline.htm retrieved February 1, 2022
  6. Clements, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, S. M. Billerman, T. A. Fredericks, J. A. Gerbracht, D. Lepage, B. L. Sullivan, e C. L. Wood. 2021. The eBird/Clements checklist of Birds of the World: v2021. Downloaded from https://www.birds.cornell.edu/clementschecklist/download/ Acessado em 25 de agosto de 2021
  7. a b c d e f del Hoyo, J., T. Züchner, G. M. Kirwan, N. Collar, and P. F. D. Boesman (2021). Butterfly Coquette (Lophornis verreauxii), versão 1.0. In Birds of the World (B. K. Keeney, Editor). Cornell Lab of Ornithology, Ithaca, NY, USA. https://doi.org/10.2173/bow.fescoq2.01 acessado em 16 de fevereiro de 2022
  8. a b Ruschi, Augusto (28 de dezembro de 1949). «Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão» (PDF). Santa Teresa (Espírito Santo) (7). Consultado em 8 de novembro de 2024 
  9. «Butterfly Coquette». IUCN Red List (em inglês). 12 de junho de 2024. Consultado em 8 de novembro de 2024