Luísa da Prússia

política alemã

Luísa Maria Isabel da Prússia (em alemão: Luise Marie Elisabeth; Berlim, 3 de dezembro de 1838Berlim, 23 de abril de 1923) foi uma princesa da Prússia. Era a irmã mais nova do imperador Frederico III da Alemanha e tia do imperador Guilherme II da Alemanha. Luísa era sete anos mais nova que o seu irmão e apenas dois anos mais velha do que sua cunhada, Vitória do Reino Unido.

Luísa
Princesa da Prússia
Luísa da Prússia
Grã-Duquesa Consorte de Baden
Reinado 20 de setembro de 1856
a 28 de setembro de 1907
Predecessora Sofia da Suécia
Sucessora Hilda de Nassau
 
Nascimento 3 de dezembro de 1838
  Berlim, Reino da Prússia
Morte 23 de abril de 1923 (84 anos)
  Baden-Baden, República de Baden, República de Weimar
Sepultado em 14 de fevereiro de 1985, Karlsruhe
Nome completo Luísa Maria Isabel
Marido Frederico I, Grão-Duque de Baden
Descendência Frederico II, Grão-Duque de Baden
Vitória de Baden
Luís de Baden
Casa Hohenzollern (por nascimento)
Zähringen (por casamento)
Pai Guilherme I da Alemanha
Mãe Augusta de Saxe-Weimar
Religião Protestantismo
 Nota: Para outros significados, veja Luísa da Prússia (desambiguação).

Família

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Luísa era a filha mais nova do kaiser Guilherme I da Alemanha e da princesa Augusta de Saxe-Weimar-Eisenach. Os seus avós paternos eram o rei Frederico Guilherme III da Prússia e a duquesa Luísa de Mecklemburgo-Strelitz. Os seus avós maternos eram o grão-duque Carlos Frederico, Grão-Duque de Saxe-Weimar-Eisenach e a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia. Uma das suas tias paternas era a imperatriz Alexandra Feodorovna da Rússia.[1]

Princesa da Prússia

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Luísa da Prússia
Minna Pfüller, 1858. Na Royal Collection

Quando Luísa nasceu, os seus pais já estavam afastados e mal se falavam. Apesar de ter apenas mais um irmão sete anos mais velho, quando nasceu a sua mãe afirmou que já tinha cumprido o seu dever de continuar a dinastia Hohenzollern e, por isso, não teve mais filhos.[2]

Apesar de dar pouca atenção ao seu filho Frederico, Guilherme adorava a sua filha, fazendo visitas surpresa à sua sala de aulas onde acabava por brincar com ela no chão. Contudo, Luísa não era muito chegada à sua mãe e a presença de Augusta intimidava-a. Segunda uma história da época, quando Augusta se cruzava com a filha, Luísa "erguia-se involuntariamente para a sua altura máxima e sentava-se muito direita e constrangida como se estivesse a posar para um retrato enquanto tremia de medo por dentro, temendo de que as suas respostas às perguntas da mãe não estivessem correctas".[2]

Grã-Duquesa de Baden

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Luísa com o marido Frederico e o filho com o mesmo nome

Luísa ficou noiva do príncipe-regente Frederico de Baden em 1854 e casou com ele no dia 20 de setembro de 1856 no Novo Palácio de Potsdam.[2] Frederico era regente do seu irmão mais velho, que tinha sido considerado louco, e foi proclamado grão-duque de Baden quando os médicos declararam que não havia hipóteses de melhora do seu estado.[2]

Como Luísa era a única filha do rei da Prússia, o casamento fez com que o Grão-Ducado de Baden ganhasse muita importância, principalmente quando foi criado o Império Alemão.[3]

Poucas semanas depois do casamento, Luísa já estava grávida do seu primeiro filho, o futuro grão-duque Frederico II de Baden.[2] Luísa era uma mãe e esposa feliz, escrevendo a uma amiga que "desde que nos vimos pela última vez, a minha vida tornou-se mais bonita, mais preciosa, a minha felicidade é muito mais rica e profunda do que antes".[4]

Luísa e Frederico não gostavam da severidade da Corte de Karlsruhe e trocaram-na de boa vontade pelo seu castelo na Ilha Mainau.[3] O casal era muito popular em Baden e os residentes de Constança, onde tinham uma casa de férias, falavam dos seus grão-duques com muito afecto e orgulho.[5]

Anos posteriores

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Luísa era uma grande amiga da grã-duquesa Alice de Hesse e Reno, irmã mais nova da sua cunhada, e as duas visitavam-se com frequência.[6]

Em cartas para a sua cunhada Vitória, o casal de Baden era sempre referido com prazer e simpatia e eram tratados pelos bons Fritz e Luísa de Baden.[7] Apesar de serem grandes amigas desde crianças, Luísa e Vitória começaram a ter uma "rivalidade pouco simpática" depois de casadas, principalmente quando comparavam os seus filhos: enquanto o filho mais velho de Vitória, o príncipe-herdeiro Guilherme, nasceu com um braço deformado, parecia que Luísa não resistia a vangloriar os seus três filhos por serem mais saudáveis e mais crescidos quando tinham a mesma idade dos de Vitória.[2] Apesar de tudo, Luísa gostava muito do seu sobrinho mais velho e Vitória escrevia à sua mãe dizendo-lhe que Luísa "o mimava demasiado".[2] A grã-duquesa defendia muitas vezes o seu sobrinho contra os pais dele e a sua relação chegada iria continuar mesmo depois de Guilherme se tornar adulto. O futuro kaiser escreveu nas suas memórias que Luísa "possuía conhecimentos políticos consideráveis e tinha um grande talento para a organização, compreendendo perfeitamente como se punha um homem no seu lugar e como tirar partido das suas capacidades para o beneficio do governo". Acrescentou ainda que a sua tia "aprendeu de forma admirável a combinar o seu elemento prussiano com o caráter de Baden, tornando-se numa princesa soberana modelo."[2]

A relação de Luísa e Vitória tornou-se ainda mais distante quando a primeira quis casar o seu filho mais velho com uma das sobrinhas de Vitória, a princesa Isabel de Hesse e Reno, um plano que também era ambicionado pela princesa-herdeira da Alemanha. Isabel acabou por se casar com o grão-duque Sérgio Alexandrovich da Rússia.[2]

A Guerra Austro-Prussiana casou tensões entre o Grão-Ducado de Baden e o Reino da Prússia, visto que os primeiros, apesar das suas relações familiares próximas com a Prússia, escolheram apoiar o Império Austríaco. Como Luísa era filha de um rei prussiano, Baden foi um dos poucos estados alemães do lado austríaco que não foi forçado a pagar indemnizações avultadas à Prússia.[2] Contudo, o chanceler fortemente anti-cristão do seu pai, Otto von Bismarck, não gostava de Baden por este ser um dos mais importantes estados católicos alemães e via a religião como uma ameaça à estabilidade do novo Império Alemão.[2] Suspeitando da influência que Luísa tinha junto do seu pai, Bismarck fez os possíveis para impedir que o pedido da grã-duquesa para poupar os católicos da Alsácia não fosse cumprido.[2]

Actividades filantrópicas

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Devido ao seu estatuto de grã-duquesa, Luísa envolvia-se muito nas organizações de caridade do ducado, principalmente nas que estavam mais direccionadas para as mulheres. Ajudou a criar uma obra de caridade para mulheres chamada Baden Frauenverein, cuja principal actividade era oferecer cuidados médicos e casas a crianças.[2] Com o apoio da associação de mulheres, Luísa criou a primeira escola de trabalhos domésticos de Baden em Karlsruhe, cumprindo o objectivo de Theodor Gottlieb von Hippel de treinar as mulheres para trabalhos domésticos.[8]

Luísa escrevia regularmente a Florence Nightingale, que considerava que as cartas da grã-duquesa podiam ter sido escritas por "qualquer administrador da Guerra da Crimeia".[9] A grã-duquesa também era uma grande amiga de Clara Barton, que tinha conhecido durante a Guerra Franco-Prussiana.[2] As duas organizaram hospitais militares e ajudaram a criar fábricas de coser para mulheres para ajudar no esforço de guerra. Barton recebeu a Cruz de Ferro pelo seu trabalho graças a um pedido feito por Luísa ao seu recém-coroado sobrinho Guilherme II da Alemanha.[2]

Viuvez

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Luísa nos seus últimos anos de vida

Em dois anos, três dos familiares mais próximos de Luísa morreram: o pai, o irmão e a mãe. A sua cunhada Vitória teve pena dela e convenceu a sua sua mãe, a rainha Vitória, a investir-lhe a Real Ordem de Vitória e Alberto, primeira classe.[2]

O seu marido Frederico morreu a 28 de setembro de 1907 e foi sucedido pelo filho mais velho do casal que se tornou no grão-duque Frederico II de Baden. Nesse mesmo ano, a sua filha Vitória tornou-se rainha-consorte da Suécia.

Luísa, agora grã-duquesa viúva de Baden, viveu o suficiente para ver o ducado ser absorvido pelo novo estado da Alemanha depois da Revolução de 1918-19 que aconteceu no final da Primeira Guerra Mundial. Na altura da revolução, a sua filha, a rainha Vitória da Suécia, estava a visitá-la. Após a abdicação do imperador alemão, os protestos espalharam-se até Karlsruhe a 11 de novembro. O filho de um dos membros da corte liderou um grupo de soldados até à fachada principal do palácio, seguidos de uma grande multidão de pessoas e foram disparados alguns tiros.[10] Luísa, bem como o resto da família, deixaram o palácio pelas traseiras e foram para o palácio de Zwingenberg no vale do Neckar. O novo governo deu-lhes autorização para viver no Palácio de Langenstein que pertencia a um conde sueco.[10] Durante estes acontecimentos, Luísa manteve a calma e nunca se queixou. O governo ordenou que a antiga família ducal fosse protegida e que o Langenstein não fosse obrigado a receber soldados retornados da guerra devido à filha de Luísa, a rainha da Suécia, uma vez que a Alemanha não desejava ofender o país. Em 1919, a família pediu permissão ao governo para morar em Mainau e foi-lhes dito que agora, como eram cidadãos privados, podiam viver onde quisessem.[10]

Luísa viveu o resto da vida em Baden-Baden, onde morreu em 1924.

Títulos, estilos e honras

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  • 3 de dezembro de 1838 – 20 de setembro de 1856: Sua Alteza Real a Princesa Luísa da Prússia
  • 20 de setembro de 1856 – 28 de setembro de 1907: Sua Alteza Real a Grã-Duquesa de Baden
  • 28 de setembro de 1907 – 23 de abril de 1923: Sua Alteza Real a Grã-Duquesa Viúva de Baden

Honras

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Ancestrais

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Referências

  1. The Peerage
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p Van der Kiste, John (July 2001). "Louise, Grand Duchess of Baden: 'A model sovereign princess'". Royalty Digest. Consultado a 28 de Julho de 2011
  3. a b The Illustrated American, Volume 11. New York: The Illustrated American Publishing Co. 1892. p. 40.
  4. Roberts, Dorothea (1888). Two royal lives: gleanings from Berlin and from the lives of their Imperial Highnesses The Crown Prince and Princess of Germany. London: T. Fisher Unwin. p. 47.
  5. Roberts, p. 48.
  6. Alice of Hesse, Grand Duchess; John Murray (editor) (2005). Alice, Grand Duchess of Hesse, Princess of Great Britain and Ireland. London: Elibron Classics.
  7. Roberts, pp. 47-48.
  8. Monroe, Paul (1912). A cyclopedia of education, Volume 3. New York: The Macmillan Company.
  9. Nightingale, Florence; Lynn McDonald (editor) (2001). The collected works of Florence Nightingale, Volume 1. Toronto: Wilfrid Laurier University Press. p. 185.
  10. a b c Heribert Jansson (em Sueco). Drottning Victoria (Rainha Vitória). Hökerbergs Bokförlag. (1963) ISBN.
 
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