Mônica de Veyrac

primeira diplomata negra do Brasil

Mônica de Veyrac (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1957São José, 1 de janeiro de 1985) foi a primeira diplomata negra do Brasil.

Mônica de Veyrac

Mônica de Veyrac em Brasília, 1978
Conhecido(a) por primeira diplomata negra do Brasil
Nascimento 10 de dezembro de 1957
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 1 de janeiro de 1985 (27 anos)
São José, Costa Rica
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Stephane de Veyrac
Ocupação diplomata
Instituições Instituto Rio Branco

Ingressou no Instituto Rio Branco em 1979, tornando-se Terceira-Secretária da carreira de diplomata no ano seguinte.[1]

Biografia

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Mônica de Menezes Campos nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1957, sendo a mais velha dentre três irmãs. Filha de um sargento do Exército Brasileiro e de uma corretora de imóveis, iniciou o antigo ensino primário na Escola México, prosseguindo-o, depois, na Escola Municipal Joaquim Nabuco, ambas instituições públicas localizadas no bairro de Botafogo. Posteriormente, foi aprovada em concurso para ingresso no Colégio Pedro II, estabelecimento tradicional de ensino fluminense.[1]

Mudou-se para Brasília com a família em 1972. Em julho de 1976, matriculou-se em curso preparatório para o vestibular da Universidade de Brasília, sendo aprovada para cursar Letras na instituição. No mesmo ano, tornou-se mãe pela primeira vez. Também cursou Direito na Universidade do Distrito Federal (UDF), o qual abandonou para dedicar-se com mais afinco à seleção para a carreira diplomática. Em 1977, prestou pela primeira vez o exame ao Curso de Preparação à Carreira de Diplomata (CPCD), não logrando aprovação. No ano seguinte, frequentou um curso preparatório específico para o vestibular ao CPCD, ministrado por alunos do Instituto Rio Branco[2].

Mônica realizou novamente o exame em 1978, sendo aprovada na 26ª colocação dentre um total de 52 exitosos. Iniciou sua formação no IRB em 1979, concluindo-a no ano seguinte. Em 2 de setembro de 1980, foi nomeada Terceira-Secretária da carreira de diplomata, tornando-se, aos 22 anos de idade, a primeira diplomata negra do Brasil[3].

Em 1982, casou-se com Stephane de Veyrac, mudando seu nome para Mônica de Veyrac. Em dezembro, tornou-se mãe pela segunda vez.[2]

Carreira diplomática

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Logo após formar-se no IRB, foi designada para a Divisão de Passaportes, na Secretaria de Estado (SERE), exercendo aí a função de Assistente do Chefe até fevereiro de 1982. Foi então transferida para a Divisão de Privilégios e Imunidades, também na SERE. A partir de fevereiro de 1983, foi removida para o consulado brasileiro em Zurique, ocupando naquela repartição a função de vice-cônsul. Foi promovida a Segunda-Secretária, por progressão funcional, no mês de dezembro. Em maio de 1984, Mônica requereu licença para tratar de interesse particular, a qual foi interrompida, a pedido, em novembro do mesmo ano. A diplomata foi então designada para a Embaixada Brasileira em Helsinki.[2]

Mônica morreu em 1 de janeiro de 1985, em São José, na Costa Rica, em decorrência de um aneurisma cerebral, aos 28 anos de idade.[4]

Ver também

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Referências

  1. a b FRIAÇA, G. J. R (2018). Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2011) (PDF). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. p. 258. 388 páginas. ISBN 978-85-7631-766-1 
  2. a b c Haxton, Ivan Andrew Campos; Silva, Camilla Cristina (5 de agosto de 2021). «"Seria o fim do preconceito?": a ditadura militar, o Itamaraty e a primeira diplomata negra do Brasil». Revista Cantareira (35). ISSN 1677-7794. Consultado em 19 de janeiro de 2022 
  3. FRIAÇA, G. J. R (2018). Mulheres diplomatas no Itamaraty (1918-2011) (PDF). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. p. 258. 388 páginas. ISBN 978-85-7631-766-1 
  4. Beatriz de Oliveira (ed.). «Mônica de Menezes: conheça a primeira diplomata negra brasileira». Nós mulheres da periferia. Consultado em 29 de dezembro de 2024