Macaco

animal dos primatas antropóides, símios
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 Nota: Para outros significados, veja Macaco (desambiguação).

Macaco é um termo de origem africana (provavelmente do banto makako)[1] utilizado como designação comum a todas as espécies de símios ou primatas antropoides. É aplicada restritivamente no Brasil aos cebídeos (ou macacos do Novo Mundo) em geral. No sentido estrito, "macaco" refere-se às espécies de primatas pertencentes ao género Macaca.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMacaco
Macaco nas cavernas de Batu, na Malásia.
Macaco nas cavernas de Batu, na Malásia.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Superfilo: Vertebrata
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Eutheria
Superordem: Euarchontoglires
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordens
Catarrhini
Platyrrhini

A designação mico se origina, segundo o Dicionário Aurélio,[2] do caraíba (karib) continental. É bastante usada no Brasil, onde costuma aplicar-se às espécies do gênero Cebus, no Sul, e às espécies de pequeno porte, ou saguis, no Norte.

O termo sagui se origina do tupi antigo sagûi e também designa os macacos calitriquídeos de pequeno porte.[3]

Ainda segundo Cunha,[4] o termo símio, que também designa os macacos (tendo sido registrado no português dos séculos XVI e XVII), vem do latim simius, de simus, "que tem o nariz chato".

Descrição

Os macacos variam em tamanho desde o sagui-pigmeu, que pode ser tão pequeno quanto 117 mm ( 4+5 ⁄ 8  pol) com 172 mm ( 6+3 ⁄ 4  pol) de cauda e pouco mais de 100 g ( 3+1 ⁄ 2  oz) em peso,[5] para o mandril macho, quase 1 m (3 pés 3 pol) de comprimento e pesando até 36 kg (79 lb).[6]  Alguns são arbóreos (vivendo em árvores), enquanto outros vivem na savana ; as dietas diferem entre as várias espécies, mas podem conter qualquer um dos seguintes alimentos: frutas, folhas, sementes, nozes, flores, ovos e pequenos animais (incluindo insetos e aranhas).[7]

Algumas características são compartilhadas entre os grupos; a maioria dos macacos do Novo Mundo tem caudas preênseis, enquanto os macacos do Velho Mundo têm caudas não preênseis ou nenhuma cauda visível. Os macacos do Velho Mundo têm visão tricromática de cores como a dos humanos, enquanto os macacos do Novo Mundo podem ser tricromáticos, dicromáticos ou - como nos macacos-coruja e grandes galagos - monocromáticos . Embora os macacos do Novo e do Velho Mundo, tenham olhos voltados para a frente, os rostos dos macacos do Velho e do Novo Mundo parecem muito diferentes, embora, novamente, cada grupo compartilhe algumas características, como os tipos de nariz, bochechas e nádegas.

Nomenclatura

Na classificação popular da língua portuguesa, geralmente se utilizam os termos "macaco" ou mono (segundo o Dicionário Aurélio, antigo termo português para espécie de símio africano),[8] seguidos de um adjetivo que identifique o animal, a exemplo de "mono-carvoeiro" e "macaco-aranha", como exemplificado abaixo na galeria de fotos.

Classificação científica

 Ver artigo principal: Simiiformes

A classificação científica também se vale desse esquema de adjetivação. Por exemploː no gênero Cebus, incluem-se espécies designadas por libidinosus (macaco-prego), ruivo, robustus etc. Ainda nessa classificação, alguns deles são associados a demônios como Beelzebuth (Coatá branco (Ateles belzebuth)) e Satanás (Cúxiu preto (Chiropotes satanas)) ou se referem a lendas como por exemplo a dos cércopes, salteadores de força descomunal que assaltavam e matavam os viajantes da Grécia Antiga. Conta-se que, no seu atrevimento, chegaram a atacar Hércules enquanto este dormia mas que este, ao acordar, os dominou com facilidade, tratando então de amarrá-los, pretendendo vendê-los como escravos. No caminho do mercado, os cércopes, mesmo amarrados, fizeram tantas brincadeiras e piadas que o herói findou por soltá-los. Contudo, Zeus, o senhor dos homens e dos deuses do Olimpo, não foi tão piedoso e transformou os cércopes em macacosː mais especificamente, os do gênero Cercopithecus.[9]

Macacos do Novo Mundo

Macacos do Velho Mundo

Provérbios, ditos e trovas[Nota 1]

 
Três Macacos Sábios
  • "Macaco velho não mete a mão em cumbuca".
  • "Macaco velho não aprende arte nova".
  • "Macaco que pula muito leva chumbo".
  • "A brincadeira a brincar, vai o macaco à banana".
  • "Quando a árvore cai os macacos se dispersam".
  • "Macaco gordo não pula em galho seco".
  • "Quem quebra-galho é macaco gordo".
  • "Macaco que coça o rabo, cedo ou tarde cheira o dedo"
  • "Macaco de feira só dança quando vê dinheiro no chapéu"
  • "Macaco não enjeita banana".
  • "Macaco não olha para o próprio rabo".
  • "Macaco, quando acha galho, trepa e balança".
  • "Macacos me mordam!".
  • "Vá pentear macaco!".
  • "Pagando mico!".
  • "Perguntar se macaco quer banana"
  • "Muita gente se admira do macaco andar em pé, o macaco já foi gente pode andar como quiser".
  • "Cada macaco no seu galho!".
  • "Guariba na serra, chuva na terra"
  • "Macaco meu veste roupa"[10]
  • "Mulateiro florando - tempo de macaco gordo"[11]
  • "...está com a macaca"[12]
  • "Há no macaco uma inteligência não aproveitada que faz falta a muita gente".[13]
  • "No século passado, pessoas riam da ideia de nós somos descendentes do macacos. Hoje os indivíduos mais ofendidos por essa concepção são os macacos" Jacob M. Appel

Ver também

 
O macaco peregrino personagem do clássico texto budista chinês "Jornada ao Oeste"[14]

Referências

  1. HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. RJ, Objetiva. 2001.
  2. AURÉLIO. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0. Rr, Positivo, 2004
  3. NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 436.
  4. CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. RJ, Lexikon, 2010
  5. Nowak, R. M. (1999). Walker's mammals of the world 6th ed. Baltimore and London: The Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0801857898 
  6. «Mandrill». ARKive. 2005. Consultado em 10 de abril de 2013. Arquivado do original em 12 de maio de 2013 
  7. Fleagle, J. G. (1998). Primate adaptation and evolution 2nd ed. [S.l.]: Academic Press. pp. 25–26. ISBN 978-0-12-260341-9 
  8. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 153.
  9. COSTA, Mônica R.; COSTA, Paulo Pedro P.R. Os Segredos do Macaco, Livro e CD - BOOK. SP, Maltese / Revista Neo-interativa, 1995
  10. ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas.
  11. MESQUITA, Erika. Ver de perto pra contar de certo : as mudanças climáticas sob os olhares dos moradores da floresta do Alto do Juruá. Tese (doutorado). Campinas, SP, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2012 PDF Acesso Dez. 2014
  12. RIBOLDI, Ari. Veja de onde vêm 10 expressões populares com animais. Dez expressões populares com animais Infograficos terra.com (acesso nov. 2015)
  13. ANDRADE, Carlos Drummond. O Avesso das Coisas. Aforismos. Editora Record. 2ª Edição. 1990.
  14. CH'ÊNG-ÊN, Wu. O macaco peregrino ou a saga ao ocidente. SP, Horus Editora, 2002

Notas

  1. Compiladas da tradição lusitana, afro-indígena brasileira por diversos autores entre os quais:ITABERABA, Lyra. Já dizia minha vó...sabedoria popular. Salvador, Ed. Assembléia Legislativa do estado da Bahia, 2010; CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. RJ, Ediouro, 1972

Ligações externas

 
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