Manifesto Versatilista
Manifesto literário[2] escrito em julho de 2007, pelo artista brasileiro Denis Mandarino,[3] que deu origem ao Versatilismo,[4] um movimento artístico que propõe a libertação das pessoas das análises especializadas,[5] promoção do fazer artístico como forma de autoconhecimento[6] e aprimoramento espiritual. No corpo do texto estão presentes os seguintes princípios estéticos e proposições:
- a vida eterna, a existência de Deus e do espírito,
- a desvinculação da prática artística do mercado de arte e do egocentrismo,[7][8][9]
- a busca de expressões artísticas que promovam o homem e a sociedade, respeitando o presente nível de consciência do artista,[10]
- a alteração constante do nível de consciência e a aprendizagem como processo infinito,[11]
- a ausência de concursos de arte,[2]
- o questionamento do papel do crítico de arte,[12][13] pela impossibilidade de o homem avaliar o seu semelhante de forma isenta e atemporal.[14]
"Ideias verdadeiramente novas são de difícil identificação, de difícil assimilação e só o distanciamento pode ser capaz de avalia-las de uma forma mais isenta. Quando um homem assume o papel de dar o veredito, sobre o que os artistas estão fazendo, ou a sociedade dá esse papel a ele, estamos a um passo de repetir as maiores injustiças que os homens de ciência, filosofia, arte e religião foram submetidos ao longo da história." - Interview about the Versatilist Manifesto [15]
Manifesto Versatilista
editar1. O Versatilismo é um movimento artístico que tem como princípio filosófico a imortalidade da alma, criada por uma Inteligência Suprema. Sua existência está eternamente subordinada às leis existentes no Universo[nota 1].
2. O termo "Versatilista" pode passar a falsa ideia, de que para ser um adepto do movimento é necessário que o artista domine diversas linguagens, o que absolutamente não corresponde às intenções deste manifesto. É possível atuar em uma única área e ser um versatilista.
3. Os versatilistas adotam que as coisas existem para ser estudadas, aprendidas e manipuladas, uma vez que a eternidade abriga tempo suficiente para tudo isso. Cabe ao homem, nos diversos degraus do seu aprendizado, discernir qual é a boa ou a má utilização daquilo que lhe está ao alcance.
4. Ser um versatilista é uma escolha de afinidade.
5. O versatilista não se prende às antigas, atuais ou futuras exigências mercadológicas, que escravizam o artista às convenções de época.
6. O Versatilismo pretende libertar as pessoas das análises especializadas e promover a prática da arte como forma de autoconhecimento. É preferível que o artista faça os seus trabalhos sempre no limite das suas possibilidades, buscando ampliar a sua consciência e, consequentemente, a qualidade dos seus resultados. O erro é uma parte inevitável no processo evolutivo de cada um, por isso mesmo que o artista não pode desanimar perante as críticas ou autocríticas severas advindas do preconceito e do perfeccionismo. A prática artística é um campo inesgotável de experimentação.
7. Um bom trabalho de Arte instiga a inteligência e toca os sentimentos mais profundos da alma. Destarte, o que é bom para um determinado grupo social pode não dizer nada para outro. O ser humano gosta das coisas que estão ao seu alcance intelectual e sensitivo. Uma criança que gosta de determinado tipo de música, com o passar dos anos, em função da mudança da sua consciência e das influências sociais a que se vê sujeita, altera as suas preferências. Esse processo de mutação da consciência é contínuo, pois a criatura sempre estará aquém das possibilidades do Criador.
8. O Versatilismo busca as expressões artísticas que promovem o homem e a sociedade, respeitando sempre o nível de consciência do artista.
9. No Versatilismo não existem concursos de arte, pois nenhum homem, ou grupo, está apto a julgar o trabalho de outro(s) homem(ns). Um crítico de arte analisa uma situação sempre de um ponto de vista profundamente limitado, porque limitados são os seus conhecimentos. Os concursos e prêmios podem ser formas de dirigir a opinião pública e, desse modo, valorizar este ou aquele artista em busca de vantagens financeiras ou sociais. Porém Éticas iniciativas culturais são louváveis.
10. Cada pessoa tem o seu estilo e a sua liberdade de escolha. Querer impor ao artista este ou aquele caminho é uma antítese do que é a própria Arte.
11. No Versatilismo o artista não precisa manter-se escravo de sua própria produção, ele pode seguir outros rumos ou voltar às origens quando bem entender. O tipo de procedimento mercantilista mais alegra aos cofres do que as almas.
12. Enquanto estilo, na História da Arte, é possível encontrar artistas que se aproximaram da Estética Versatilista, se não em todos fundamentos, em grande parte deles.
Notas
editarReferências
- ↑ Ferreira, Judivan Alves, Intersecções entre Comunicações e Artes: uma Leitura Possível (2014), Universidade Federal do Tocantins, p. 13, acessado em 29 de agosto de 2014.
- ↑ a b c Luko, C. S. (2011). Reflexões sobre o Manifesto Versatilista: O artista e sua consciência. [S.l.]: Universidade de São Paulo. p. 27]
- ↑ Ana Luiza Amaral. «Compositor». Enciclopédia Músicos do Brasil. Consultado em 3 de março de 2015. Arquivado do original em 15 de março de 2012
- ↑ Universidade Cruzeiro do Sul (7 de junho de 2013). «Saiba mais sobre o Manifesto Versatilista...». Notícias. Consultado em 8 de junho de 2013
- ↑ Faculdades Integradas Rio Branco (30 de agosto de 2012). «Portal destaca trabalho do professor Denis Mandarino». Acontece Notícias. Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ Ivana Ribeiro (org.) (2016). «A identidade na formação do professor». Design 24 Horas. Consultado em 24 de julho de 2016
- ↑ Richard Coen (15 de julho de 2012). «Denis Mandarino Manifesto» (em inglês). Rich-coen.com. Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ Healthyslec.org (11 de julho de 2013). «The Art» (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2013. Arquivado do original em 13 de agosto de 2013
- ↑ Ninjagrr.com (19 de julho de 2012). «Versatile Aesthetics» (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ SMU Hill (10 de agosto de 2012). «Manifesto Society» (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ Crux Magazine (21 de julho de 2012). «Versatilismo» (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2012. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2014
- ↑ Iervolino, Alexandre Ferraresi. «A Criatividade nos Cursos de Design» (PDF). Artigo Científico - UOL, FMU, p. 12. Consultado em 5 de junho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 28 de setembro de 2013
- ↑ Ribeiro, I. (setembro de 2016). «A identidade na formação do professor». Design 24 Horas. Consultado em 12 de junho de 2016
- ↑ Corp and Securities Law (27 de agosto de 2012). «Aesthetic Education». Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ Design 24 Horas (1 de agosto de 2013). «Interview about the Versatilist Manifesto». Monografias.com. Consultado em 2 de agosto de 2013 (em inglês) (em português)
- ↑ Versão integral do manifesto, julho de 2007, (em português) e (em inglês) , acessado em 13/09/2012.
Ver também
editarLigações externas
editar- Design 24 Horas (26 de maio de 2013). «Manifesto Versatilista (entrevista)». Podcast. Consultado em 28 de Maio de 2013
- Elisabete Almeida. «Entrevista concedida ao Portal Alô Artista». Consultado em 13 de setembro de 2012