Manoel Cordeiro
Manoel Cordeiro (Ponta de Pedras, 1955)[1][2] é um multi-instrumentista, compositor, arranjador e, produtor musical brasileiro.[1][3][4] Considerado um dos mestres da guitarrada, mestres da música amazônida, ritmos presentes na cultura nortista brasileira.[5][6]
Manoel Cordeiro | |
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Nascimento | 1955 Ponta de Pedras |
Cidadania | Brasil |
Etnia | afro-brasileiros |
Ocupação | músico, instrumentista, compositor |
Instrumento | guitarra |
Contribuiu com cerca de 1000 discos, seja como músico participante, arranjador ou produtor.[3]
Biografia
editarManoel Fernandes Cordeiro nascido em Ponta de Pedras no Marajó (PA) em 1955. Mudou-se com a família aos cinco anos para a cidade de Macapá, então Território Federal do Amapá, onde iniciou sua trajetória musical aos 12 anos de idade, quando estreou no programa Mini Gente transmitido pela extinta rádio Educadora, sob a direção da “Irmã Tereza”. Aluno do seu Pai, Raimundo Cordeiro (seu Mundinho), em Macapá ainda tocou em vários espaços como nos Três Padroeiros e auditório da Rádio Difusora de Macapá, em programas de calouros, cantando e acompanhando outros cantores, como Humberto Moreira, Raimundinho, Jô Masan…
Em l970, a partir dos 15 anos fêz parte dos conjuntos musicais EMBALO 7, OS INIMITÁVEIS (banda Musical da Guarda Territorial), OS COMETAS e ajudou a fundar o IBR SOM na Vila Maia hoje município de Santana junto com o Nando, Daca e Olavo. Aos 18 anos mudou-se para Belém e tocou em várias bandas, mas a banda de Elly Farias para ele foi a mais importante, pois em 1975 teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco de Carimbó feito no Pará em formato de banda elétrica sob a regência do Maestro Antônio Carlos (Tinoco).
No teatro experimental Waldemar Henrique, participou ao lado de Vital Lima e Nilson Chaves. Do antológico show “Luz de Lampião”. Fez muitos shows no ramo da Música Popular Brasileira, entre os quais, o Especial em Homenagem a Elis Regina realizado no Teatro da Paz.
Em 1983, iniciou seus trabalhos de gravação, como produtor, músico e arranjador no estúdio Gravasom, foi quando teve a oportunidade de colocar suas idéias e pesquisas em prática, criando assim o ritmo da Lambada que todos dançamos e conheçemos. A partir desse momento passou a ser requisitado para gravar com artistas reconhecidos no meio artístico e musical, entre os quais destacamos Nazaré Pereira, Carlos Santos, Beto Barbosa, Roberta Miranda, Trio Los Angeles, Roberto Leal, José Orlando, Eliana, Banana Splitz, Marcia Ferreira e Alcyr Guimarães.
Na qualidade de pesquisador musical, realizou um trabalho reconhecido internacionalmente sobre Boi Bumbá com o grupo Carrapicho de Manaus (AM) que foi fenômeno de sucesso com a música Tic Tic Tac. Porém, possui outros trabalhos de pesquisa sobre ritmos como Marabaixo e Batuque com o Grupo Pilão de Macapá (AP), além do estudo sobre Marambiré com Beto Paixão em Santarém (PA).
Em 1990, para materializar suas pesquisas no campo da Música Popular da Amazônia, fundou a Banda Warilou, onde apresentou um repertório rico no som que chama de vertentes. A Banda tocava Lambada, Guitarrada, Zouk, Carimbo, Boi Bumbá, Marabaixo e Batuque, sendo este o grande marco na história das Bandas do Pará, até hoje servindo como referência e inspiração para muitas bandas atuais.
O projeto instrumental “Manoel Cordeiro & Sonora Amazônia” é o primeiro disco solo de Manoel gravado em 2015, focando nas vertentes musicais dançantes da Amazônia, retoma o universo tradicional, tanto quanto aponta para os caminhos contemporâneos da música tropical. Ele acredita que a experiência o ajudou a sintetizar o trabalho. Desse disco a faixa Asfalto Amarelo entrou na trilha musical do filme “Pequeno Segredo”, indicado ao Oscar 2015. A faixa também ganhou letra de Felipe Cordeiro e Zeca Baleiro e foi gravada por Fafá de Belém no álbum “Do Tamanho Certo para o meu Sorriso” produzido por Manoel, Felipe Cordeiro e Zé Pedro, disco que faz parte da comemoração dos 40 anos de carreira de Fafá e que venceu, nas categorias “Melhor Álbum” e “Melhor Cantora - Canção Popular”, o Prêmio da Música Brasileira 2016. Manoel em turnê com o show “Do tamanho certo para o meu sorriso” de Fafá de Belém percorrendo várias cidades do Brasil como São Paulo, Natal, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Belém e países da Europa como Portugal aonde se apresentaram no Coliseu de Lisboa e Porto.
Neste mesmo ano, Manoel Cordeiro formou com o filho, o também guitarrista Felipe Cordeiro, dupla intitulada Combo Cordeiro, de mesmo nome o álbum foi gravado nos estúdios da YB Music, na cidade de São Paulo (SP), entre março e abril de 2016.
No disco instrumental, Manoel e Felipe harmonizam os toques das respectivas guitarras com batidas eletrônicas entre levadas pop tropicais de ritmos em evidência no Norte do Brasil, como tecnobrega, boi digital, carimbó, cumbia e guitarrada. A revanche dos mestiços, Boi voador, Cumbia de Guadalupe, Lambada do Combu, Mãe do rio, Palácio dos bares, Prelúdio dourado, Tirando barato, Tu não tens coragem e Voadeira são as dez músicas que compõem o repertório autoral do álbum Combo Cordeiro.
Em 2017 o disco “No Embalo do Pinduca” produzido por Manoel Cordeiro foi indicado ao Grammy Latino.
Com Combo Cordeiro em 2018 teve Turnê Europeia que iniciou por Portugal, quando tocaram em Lisboa e no Porto, e depois foi para Moscou na programação do Brasil Music Club pela Copa do Mundo, seguiu para Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha, e para Berlim, na Alemanha, cidade onde já se apresentaram em 2012.
O som do Brasil ecoa no segundo álbum de Manoel Cordeiro. Lançado em 2019 “Guitar Hero Brasil” debruça principalmente sobre a região Norte, revisitando a identidade cultural amazônica, mas com colaborações que redimensionam a pesquisa sonora do artista. Em suas 12 composições, entre guitarradas, lambadas, bregas, carimbós e zouks, Manoel revisita ritmos como o Marabaixo de sua juventude - reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Brasil, o Batuque do Quilombo do Curiaú e conjuga tudo isso num pop tropical brasileiro. Sempre, claro, através dela, a sua já inconfundível guitarra. Olhando para o topo do país, músicos como Kassin, Liminha, Pedro Garcia, Gustavo Ruiz, Luiz Chagas e Felipe Cordeiro festejam as raízes e apontam para os caminhos contemporâneos da música nortista. Zé Renato e Patrícia Bastos ajudam ainda a dar voz aos sons criados por Manoel Cordeiro.
Um dos produtores musicais mais influentes e celebrados da música popular da Amazônia, o multi-instrumentista Manoel Cordeiro, já contribuiu, seja como músico participante, arranjador ou produtor, em cerca de 1000 discos, em sua maioria trabalhos que mergulham no universo popular da região amazônica e nordeste brasileiro, entre 1979 e 1996 foi músico fundamental na consolidação das sonoridades de música popular nestas regiões, pioneiro em ritmos como a lambada e brega.
Manoel participou de alguns filmes como Amazônia Groove do paraense Marco André, o filme faz um retrato das histórias dos músicos da região, responsáveis pela criação do Boi Bumbá e dos ritmos tradicionais, culminando na invasão tecnológica que possibilitou o desenvolvimento de gêneros musicais como o tecnobrega. E Sotaque Elétrico de Caio Jobim, é um documentário que faz uma investigação sensorial sobre a guitarra elétrica brasileira, desde a viola de machete do século XIX até a atualidade.
Levadas de Festa de Manoel Cordeiro com Kassin, Marlon Sette e Pupillo chegou ao Sesc Digital e às plataformas de streaming no início de julho de 2022. “Um disco festivo, feito para celebrar a vocação brasileira para o movimento do corpo e os ritmos dançantes” é o que o compositor e multi-instrumentista paraense fala sobre a obra. Com tratamento técnico apurado, ele reúne músicos de diferentes vertentes para expressar a rica diversidade cultural, rítmica e festiva brasileiras.
LUZ DO MUNDO o curta Metragem em 10 de outubro de 2023 foi lançado "Luz do Mundo: Manoel Cordeiro". Filmado em Belém e em Ponta de Pedras, no Marajó LUZ DO MUNDO é um prólogo à biografia de Manoel Cordeiro. Além de apresentar Manoel Cordeiro o curta traz depoimentos de ícones da música nortista no cenário nacional, como Dona Onete, Eloi Iglesias e Pinduca. Também participam a esposa Marli Sanches, o filho, Felipe Cordeiro e a cantora Layse. culminando com o momento de virada na vida e carreira de Manoel Cordeiro, quando após contrair o vírus COVID19, se deparou com a possibilidade de nunca mais tocar um instrumento musical, contudo uma Luz brilhou no mundo novamente, e a partir de então busca fazer tudo o que um dia imaginou em vida.
A médica, amiga, cantora Nayara Guedes, que acompanhou o tratamento do músico, aparece no curta cantando "Luz do Mundo", no quintal mais lindo e festivo de Belém.
Manoel Cordeiro dono de uma obra que reúne ritmos da cultura regional tendo hoje como o instrumento principal a guitarra é um dos produtores musicais mais influentes e celebrados da música popular da Amazônia.
Referências
- ↑ a b PA, Do G1 (5 de novembro de 2015). «Músico Manoel Cordeiro comemora 60 anos com festa, em Belém». Pará. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ «Manoel Cordeiro, Visão geral». Google Brasil Pesquisa
- ↑ a b «Manoel Cordeiro | Instrumental SESC Brasil». www.instrumentalsescbrasil.org.br. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ RedePará. «Manoel Cordeiro celebra a vida no espetáculo "Baile do Papai"». REDEPARÁ. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ «Manoel Cordeiro, grande nome da música regional amazônica». Rádio Senado. Consultado em 28 de abril de 2023
- ↑ Souto Maior, Leandro; Schott, Ricardo (2014). Heróis da guitarrada brasileira. Google Books: Irmãos Vitale. 162 páginas. ISBN 8574074284. Consultado em 29 de agosto de 2016