Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar
Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar OA • ComA (13 de setembro de 1909 - 11 de junho de 1981) foi um político e militar que foi Encarregado do Governo de Timor português e sucedeu ao governador, o capitão de infantaria César Maria de Serpa Rosa entre o dia 14 de julho de 1958 e 22 de junho de 1959.
Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar | |
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Encarregado do Governo de Timor português | |
Período | 14 de julho de 1958 - 22 de junho de 1959 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 13 de setembro de 1909 |
Morte | 11 de junho de 1981 (71 anos) |
Nacionalidade | Portuguesa |
Profissão | Tenente-coronel de Infantaria |
Movimento insurrecional de 1959 ou o levantamento de Viqueque
editarEste Encarregado de Governo do Timor português e Comandante Militar teve durante onze meses à frente da administração colonial portuguesa, quando se passou "o movimento insurreccional de junho de 1959", mais conhecido levantamento de Viqueque. Esta rebelião foi esmagada por uma companhia de goeses.[1] Quando no dia 22 de junho de 1959, o governador de Timor português, major Filipe José Freire Themudo Barata chegou a Díli ele notou que "[o]s acontecimentos estavam ainda muitos frescos. O ambiente sentia-se como que carregado de electricidade: faiscava ao mais leve atrito".[2] No almoço entre o Comandante Militar, o tenente-coronel Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar, e o governador do Timor português, major Filipe Themudo Barata, "[f]ico inteirado da situação, mas, quanto às fases anteriores e questões envolventes, o Tenente-Coronel Aguiar diz-me que com o tempo e pormenor me relatará tudo. Essa ocasião, todavia, nunca chegou".[3] Entretanto, todo "o processo é reexaminado em Lisboa com a intervenção da PIDE e, a pedido do Ministro do Ultramar, também por Óscar Ruas, antigo governador de Timor. Há críticas severas ao instrutor e apontam-se deficiências processuais".[4]
Os 52 deportados timorenses e quatro que eram do movimento Permesta da Indonésia foram encontrados inocentes pela Polícia Internacional do Estado Português (PIDE), em Lisboa. Isto deu origem a informação, secreta, do ministério do Ultramar, de 30 de abril de 1963, a "inventona" foi perpetrada pelo Encarregado do Governo, tenente-coronel de infantaria Manuel de Albuquerque Gonçalves de Aguiar, do administrador da Câmara Municipal de Díli e diretor, interino, da Administração Civil, Abílio da Paixão Monteiro e o comandante da Polícia de Segurança Pública (PSP), Manuel Vieira da Câmara Júnior.
Carreira militar
editarAssentou como praça a 1 de novembro de 1929, como alferes 1 de novembro de 1932, como tenente em 1 de dezembro de 1936, como capitão em 15 de abril de 1943, como major em 3 de setembro de 1952, como tenente-coronel em 25 de novembro de 1956 e, finalmente, como coronel 13 de fevereiro de 1960.[5] No dia 31 outubro de 1962 passou à reserva.
Condecorações
editarA 3 de fevereiro de 1949 foi feito Oficial da Ordem Militar de Avis e a 12 de novembro de 1953 foi elevado a Comendador da Ordem Militar de Avis.[6][7]
Referências
- ↑ Fernando Augusto de Figueiredo (2018), Timor-Leste: A presença portuguesa desde a reocupação à invasão da Indonésia, 1945-1975, Lisboa, Âncora Editora, p. 70.
- ↑ Filipe Themudo Barata (1998), Timor contemporâneo: Da primeira ameaça da Indonésia ao nascer de uma nação, Lisboa, Equilíbrio Editorial, p. 40.
- ↑ Ibid., p. 42.
- ↑ Ibid., p. 73.
- ↑ Ministério do Exército, Lista Geral de Antiguidades dos Oficiais do Exército, Referida a 1 de janeiro de 1962, Lisboa, Imprensa Nacional, 1962, pp. 28-29.
- ↑ Presidência da República, Chancelaria das Ordens, Anuário das Ordens Honoríficas Portuguesas, Lisboa, Execução Gráfica da SPEME, p. 51.
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de março de 2016