Manuel Alves Guerra, 1.º Visconde de Santana
- Para outras personalidade homónimas, veja Manuel Alves Guerra (desambiguação).
Manuel Alves Guerra (Lisboa, 4 de Setembro de 1814 — Horta, 25 de Fevereiro de 1895), 1.º barão e 1.º visconde de Santana, foi um grande negociante e influente líder político na cidade da Horta, encabeçando o Partido Histórico local em meados do século XIX.
Manuel Alves Guerra, 1.º Visconde de Santana | |
---|---|
Nascimento | 4 de setembro de 1814 Lisboa |
Morte | 25 de fevereiro de 1895 (80 anos) Horta |
Cidadania | Reino de Portugal |
Ocupação | mercador, político |
Biografia
editarManuel Alves Guerra nasceu em Lisboa, vindo para a ilha do Faial em 1840, ano em que faleceu o seu irmão Rodrigo Alves Guerra (São Nicolau, Lisboa, 1801 — Horta, 30 de Novembro de 1840), contratante da administração dos tabacos. Sucedeu ao irmão no negócio de estanqueiro, fazendo prosperar o negócio, que diversificou para a área da importação e exportação, granjeando grande fortuna.
Para além da sua actividade comercial, dedicou-se à política, militando no Partido Histórico, que liderou no Distrito da Horta e liderando a Associação Comercial da Horta, de que foi um dos fundadores e o primeiro presidente.
Exerceu diversos cargos políticos, entre eles o de presidente da Junta Geral e de governador civil substituto da Horta.[1] Estava no exercício do cargo de governador aquando da passagem do grande furacão de 28 de Agosto de 1893, que causou destruição generalizada nas ilhas do Grupo Central dos Açores. Aquele furacão foi tão violento e os danos foram tão graves, que desencadeou uma generalizada falta de alimentos nas ilhas, à qual Manuel Alves Guerra teve de fazer frente, prestando então relevantes serviços e demonstrando grande generosidade, já que adquiriu à sua custa cereais para distribuir pela população.
Foi agente consular da Bélgica, da Suécia, do Brasil e da Noruega, prestando a todos estes Estados relevantes serviços, razão pela qual era detentor de várias condecorações estrangeiras. Devido à sua participação como alferes no campo liberal durante as campanhas da Guerra Civil Portuguesa, era comendador e cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.
Construiu o grande palacete de Santana na parte alta da cidade da Horta, ao tempo a melhor residência da cidade, sendo afamadas as recepções que nele oferecia. Foi em sua casa que foi recebido o então infante D. Luís de Bragança (futuro rei D. Luís I de Portugal) aquando da sua passagem pela Horta em 1858. Deverá ter impressionado o príncipe, já que logo em 1863 o fez 1.º barão de Santana (dando como título a invocação do palacete onde morava), elevando-o a visconde de Santana em 1870.
Faleceu com 81 anos, sendo considerado pela imprensa da Horta um vulto respeitável e um homem importante que dava honra e crédito ao comércio da nossa praça.[2] O seu funeral foi um evento muito concorrido, tendo grande eco na imprensa da época.[3]
Não tendo filhos, deixou aos seus sobrinhos e sobrinhas, filhos do falecido Rodrigo Alves Guerra, o palacete de Santana e a sua imensa fortuna. Também foram confirmados nos sobrinhos os títulos de nobiliárquicos de que era detentor: o seu sobrinho Rodrigo Alves Guerra foi o 2.º barão de Santana e o seu outro sobrinho, Manuel Alves Guerra, o 2.º visconde de Santana.
Referências
- ↑ Ribeiro, Fernando Faria (2007), "Escritor Rodrigo Guerra". In: Em Dias Passados: Figuras, Instituições e Acontecimentos da História Faialense. Horta: Núcleo Cultural da Horta: p. 59.
- ↑ Idem: p. 60.
- ↑ O Telégrafo de 27 de Fevereiro de 1895; o O Açoriano e O Faialense de 3 de Março daquele ano.