Manuel Félix Corrêa Maia
Manuel Félix Corrêa Maia – (Vila Rica, Minas Gerais, Brasil c. 1730 – Porto, 11 de Junho de 1809), Procurador do Senado da Cidade do Porto, de 1799 a 1808, e cavaleiro da Ordem de Cristo[1][2]
Biografia
editarManuel Félix Corrêa Maia nasceu em Vila Rica, Bispado de Mariana, Capitania de Minas Gerais, c. 1730.[3][carece de fontes]
Em 1796, integrava a Junta de Obras Públicas da Cidade do Porto.[4]. Durante a primeira invasão francesa de Portugal, já como Procurador da Cidade do Porto, foi um dos apoiantes da aclamação do Príncipe Regente D. João e a instalação do Governo Nacional, na reunião realizada, no dia 6 de junho de 1808, na casa da Câmara do Porto, com as autoridades civis e militares da Cidade. A referida reunião foi promovida pelo marechal de campo Domingos Belestá [5], comandante das tropas espanholas, após ter este aprisionado o general Quesnel, o corregedor Taboureau, o coronel de artilharia Picoteau, oficiais, empregados, artilheiros e dragões franceses.[6]
Como Procurador da Cidade do Porto, votou para a eleição dos membros da Junta Provisional do Supremo Governo, em 19 de junho de 1808,[7][8] tendo sido substituído no seu cargo por João António da Rosa de Figueiredo, por ordem da Junta Provisional, no dia 30 de Junho de 1808, acusado de ter desaparecido «desde o glorioso dia da tarde de dezoito» de Junho.[9]
Perseguido, foi detido, no dia 6 de Julho de 1808, na capela de Santo Ovídeo e «conduzido ao Paço por uma incrível multidão de povo».[10] Seu filho José, Almotacé da Câmara, foi preso na mesma altura.[11]
Encarcerado, sem julgamento, nas masmorras do Castelo da Foz do Douro, durante dois meses e meio, foi mandado libertar, no dia, em 22 de Setembro de 1808, por não se terem encontrado culpas para a sua prisão. No entanto, por «razoens do bem publico, que assim o exigem, houve por bem determinar que não seja mais admitido ao referido lugar».[12] O seu nome não mais apareceu na lista dos procuradores da cidade.[13]
Morreu, no Porto, no dia 11 de junho de 1809 sendo sepultado na Capela dos Terceiros Franciscanos.[14]
Honras
editarCavaleiro da Ordem de Cristo.[15]
Família
editarEra filho do capitão Joseph Corrêa Maya e de sua Mulher D. Ana Maria de Jesus Fero. Após ter enviuvado de D. Rita Isabel Lopes, filha do capitão Manuel Lopes da Costa e de sua mulher D. Ana Maria Bernardes, voltou a casar, no Porto, a 2 de julho de 1775, com D. Roza Angélica de São José, filha de Manuel Gomes da Silva e de sua mulher D. Maria Clara de São José.[16] Deste casamento nasceram, Ana e José Corrêa Maia, Procurador perpétuo da Câmara do Porto.[17]
Referências
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Mesa da Consciência e Ordens,Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 23, n.º 1 https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7637412
- ↑ SILVA, Francisco Ribeiro da,O PORTO E AS INVASÕES FRANCESAS Vol II, nota n° 29, pág.s 270/271. (Tratamento de imagem e Pré-impressão de Público — Comunicação Social, S A. 2009).
- ↑ ANTT, Mesa da Consciência e Ordens,Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 23, ibidem.
- ↑ Actas do III SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E CIVILIZAÇÃO DA VINHA E DO VINHO - Região Autónoma da Madeira - A Edilidade Portuense e o Vinho do Douro, NUNES, Ana Silvia Albuquerque de Oliveira, p. 146. http://repositorio.uportu.pt/jspui/bitstream/11328/1189/1/Atas%20do%20III%20simposio.pdf
- ↑ https://es.wikipedia.org/wiki/Domingo_Belest%C3%A1
- ↑ NEVES, José Acúrsio das, Historia Geral da Invasão dos Francezes em Portugal, e da Restauração deste Reino - Tomo III, Lisboa, Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1811, pp. 79-85 https://books.google.pt/books/content?id=JvtqOCyfdMsC&hl=pt-PT&pg=PA82&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U2Oc7G29aaFfJqV_Y4PpcBnqsvCZA&w=1025 ! BRUNO, Sampaio, Portuenses Ilustres, vol. II.
- ↑ O Porto contra Junot - Revista de Estudos Históricos, pag. 98 ! Revista de Estudos Históricos, vol. 1, nº. 4, 1924, pag. 121 · O Porto contra Junot : Continuação / Artur de Magalhães Basto. Revista da Faculdade de Letras ...
- ↑ SILVA, António Delgado da Colecção de Legislação Portuguesa de 1802 a 1810 - Lisboa, 1826, pág.s 524 e ss https://books.google.pt/books/content?id=osY0AQAAMAAJ&hl=pt-PT&pg=PA526&img=1&zoom=3&sig=ACfU3U3uWgHLG1koBL8jCA3RKR5k-Tq8Dw&w=1025.
- ↑ ibidem, pág.s 113 e 114.
- ↑ Ephemerides Portuenses, publicadas em Lima (1949), vol II, pág.s 9-103 citado em COSTA, Fernando Dores, Franceses e «jacobinos». Movimentações «populares» e medidas de polícia em 1808 e 1809. Uma «irrupção patriótica»?, ponto 4, dossierA Corte Portuguesa no Brasil, LER HISTÓRIA nº 54, 2008 https://journals.openedition.org/lerhistoria/2387.
- ↑ SILVA, Francisco Ribeiro da, A cidade do Porto nos finais de setecentos e as circunstâncias da segunda invasão francesa, in AAVV. O Porto e as invasões francesas. 1809-2009, Porto, Público-CMP, 2009, Vol II, pág.148 ! 8880.pdf http://ler.letras.up.pt › uploads › ficheiros PDF de FR da Silva · 2009 · Citado por 2 — Francisco Ribeiro da Silva. Objectivos e aspectos estratégicos da invasão de Soult. R e. S. U. M. O embora as chamadas invasões francesas.
- ↑ AHMP, Vereações, L. 99, fls 78 v.
- ↑ SILVA, Francisco Ribeiro da, A cidade do Porto nos finais de setecentos e as circunstâncias da segunda invasão francesa, in AAVV. O Porto e as invasões francesas. 1809-2009, Porto, Público-CMP, 2009, Vol II, pág.s 270/271 ! 8880.pdf http://ler.letras.up.pt › uploads › ficheiros PDF de FR da Silva · 2009 · Citado por 2 — Francisco Ribeiro da Silva. Objectivos e aspectos estratégicos da invasão de Soult. R e. S. U. M. O embora as chamadas invasões francesas.
- ↑ ARP, Porto, Santo Ildefonso, O. fls. 159v.
- ↑ Ephemerides Portuenses, ibidem.
- ↑ Arquivo Distrital do Porto – Santo Ildefonso – Livro casamentos 1775, f. 77v. https://pesquisa.adporto.arquivos.pt/Controls/thumb/?f=27E4F84F3E2746A925C3A6FFA4BEF1C0&m=image/tiff
- ↑ DIAS, Pedro Augusto, Subsídios para a Historia Politica do Porto, 1823-1829 (1896), p. 59 https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=hvd.32044080818065&view=1up&seq=65 .