Manuel Ribeiro
Manuel António Ribeiro, foi um escritor, poeta e uma figura política de relevo na Primeira República Portuguesa. Era natural de Albernoa (Beja) e ficou conhecido na história de Portugal pelo seu papel enquanto fundador da primeira organização bolchevista em Portugal (Federação Maximalista Portuguesa), assim como, enquanto dinamizador da fundação do PCP.
Manuel Ribeiro | |
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Nascimento | 13 de dezembro de 1878 Albernoa, Beja |
Morte | 27 de novembro de 1941 (62 anos) Lisboa |
Nacionalidade | Português |
Profissão | Funcionário Ferroviário |
Principais trabalhos | A Catedral (1920) O Deserto (1922) |
Movimento literário | Realismo |
Religião | Católico |
Biografia
editarNasceu em Albernoa (Beja), filho de um sapateiro[1]. Desde muito novo participou ativamente na política ao transmitir o seu apoio pela causa republicana nos jornais de Beja. Quando terminou o liceu ingressou no curso de medicina em Lisboa, onde teve os primeiros contactos com as ideias anarquistas e sindicalistas. Quando se viu obrigado a abandonar os estudos, por falta de recursos económicos, passou a trabalhar para a Editora Guimarães onde conheceu Delfim Guimarães[2].
Já na Republica, aderiu às ideias sindicalistas revolucionárias, ficando conhecido pelo seu debate com Emílio Costa em que argumentava que o "sindicalismo se bastava a si mesmo" e que se tratava de uma doutrina independente do anarquismo[3].
Com o deflagrar da Primeira Guerra Mundial, colocou-se ao lado das potencias aliadas contra o belicismo germânico, tomando posição ao lado dos signatários do Manifesto dos Dezasseis[2].
Após a Revolução de Outubro liderada pelos bolcheviques, Manuel Ribeiro aproxima-se das ideias que inspiraram esta revolução, passando a preconizar a necessidade de haver uma fase transitória em ditadura para atingir a revolução operária. Pouco depois, iria organizar a Federação Maximalista Portuguesa, a primeira organização em Portugal com objetivo de seguir os exemplos da revolução dos sovietes[3].
No final de 1920 acabaria detido devido à sua colaboração enquanto diretor do jornal maximalista A Bandeira Vermelha. No seguimento desse acontecimento, figuras como Raul Brandão e Fernando Pessoa chegariam a assinar um abaixo-assinado pela sua libertação[2].
Pouco tempo após a sua libertação começou aproximar-se do ideário católico e a afastar-se cada vez mais das ideias revolucionárias. Lançou uma "trilogia social" nos anos 20 que fizeram de Manuel Ribeiro o autor mais lido em Portugal, nos anos 20[2].
Nos seus últimos anos de vida trabalhou enquanto conservador na Torre do Tombo, onde se dedicou ao estudo da Soror Mariana Alcoforado[3].
Morreu a 27 de novembro de 1941, na sua casa na rua Azedo Gneco, 9, 4.º esquerdo[4].
- 1908: Publica o livro Imperiosa Verdade;
- 1909: Publica o livro Sentido de viver;
- 1911: Eleito para a Comissão Executiva do Congresso Sindical;
- 1912: Inicia colaboração no jornal O Sindicalista com a rubrica "Na Linha de Fogo".
- 1914: Declara o seu apoio ao Manifesto dos Dezasseis.
- 1916: Publica artigos de literatura monástica no jornal A Capital;
- 1918: Publica uma série de artigos em prol da Revolução Russa no jornal A Greve.
- 1919:
- Inicia a colaboração com o jornal A Batalha, onde retoma a rubrica "Na Linha de Fogo".
- Eleito Secretário da Comissão Executiva da Federação Maximalista Portuguesa (Abril);
- Diretor do jornal A Bandeira Vermelha[5].
- 1920:
- Detido na redação da Bandeira Vermelha e enviado para a prisão do Limoeiro;
- Eleito para a Comissão Organizadora para a Constituição do Partido Comunista.
- Publica o livro A Catedral (livro em suporte digital)
- 1921:
- Libertado da Prisão;
- Inicia colaboração com a revista ABC;
- Termina a sua colaboração na A Batalha;
- Eleito para a comissão geral de educação e propaganda do PCP;
- Enviado como delegado da Secção Portuguesa da Internacional Comunista ao III Congresso da Comintern;
- Eleito para a Junta Nacional do PCP (outubro).
- 1922:
Publica o livro O Deserto (livro em suporte digital)
Referências
editar- ↑ Vieira, Alexandre (1959). Figuras Gradas do movimento social português. Lisboa: Edição de Autor
- ↑ a b c d Silva, Gabriel (2010). Manuel Ribeiro, o romance da fé. Beja: Licorne
- ↑ a b c d PINA, André (2018). A Federação Maximalista Portuguesa e a sociogénese do Partido Comunista Português. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto
- ↑ «Manuel Ribeiro: Faleceu Hoje de Madrugada este ilustre romancista». Diário de Notícias. 28 de novembro de 1941
- ↑ [http://arquivodigital.cm-porto.pt/Conteudos/Conteudos_BPMP/VII-3-111(13)/VII-3-111(13).htm «Biblioteca P�blica Municipal do Porto»]. arquivodigital.cm-porto.pt. Consultado em 18 de outubro de 2019 replacement character character in
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