Maomé VII de Granada
Abu Abedalá Almostaim ibne Iúçufe (em árabe: أبو عبد الله "المستعين" محمد بن يوسف; romaniz.: ʾAbū ʿAbd Allāh al-Mustaʿīn ben Yūsuf) ou Maomé VII, alcunhado Almostaim (مستعين; 1370 — 13 de maio de 1408) foi o 12º rei acérida de Granada, que reinou entre 1392 e a sua morte. Sucedeu ao seu pai Iúçufe II e foi sucedido pelo seu irmão Iúçufe III.[1]
Maomé VII de Granada | |
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Emir ou rei de Granada | |
Brasão do Reino de Granada | |
Reinado | 3 de outubro de 1392 — 1408 |
Antecessor(a) | Iúçufe II |
Sucessor(a) | Iúçufe III |
Nascimento | 1370 |
Morte | 13 de maio de 1408 (38 anos) |
Dinastia | Nacéridas |
Pai | Iúçufe II |
Após a morte do pai, Iúçufe II, a 3 de outubro de 1392, provavelmente devido a envenenamento, Muhammed al-Musta`in ascendeu ao trono de forma violenta, afastando o seu irmão Iúçufe, o herdeiro legítimo. Logo que tomou o poder assinou paz com Castela e os Merínidas de Marrocos. Contudo, seria durante o seu reinado que começou a degradação das boas relações com Castela, que remontava a 1344, devido à amizade entre Maomé V e Pedro I de Castela.
Maomé VII tirou partido da menoridade de Henrique III de Castela, lançando ataques contras as zonas fronteiriças do seu reino. As campanhas contra Jaén e Múrcia foram particularmente duras. Os cristãos também empreenderam campanhas militares contra Granada com frequência. Durante o verão de 1393, farto da arrogância e intrigas do vizir ibne Zanraque, que substituiu ibne Alcatibe, que se havia refugiado em Marrocos devido às intrigas de ibne Zanraque, Almostaim manda matá-lo.
Em 1396, o mestre da Ordem de Alcântara, a quem um eremita tinha predito uma vitória fulgurante, empreende uma cruzada para conquistar Granada, para o que reuniu 300 cavaleiros e alguns milhares de infantes indisciplinados. Logo após terem cruzado a fronteira, a 26 de abril de 1396, sofreram uma pesada derrota.[1]
Em 1406, João II sucede ao seu pai no trono de Castela quando tinha apenas dois anos de idade. Tal não impede as tropas castelhanas de tomarem a iniciativa de campanhas como a que culminou na tomada de Zahara de la Sierra, uma fortaleza com reputação de inexpugnável, em 1407 pelo infante D. Fernando. A reconquista desta praça-forte pelos nacéridas em 1481 virá a servir de pretexto para as campanhas castelhanas que resultariam no fim da dinastia.
Notas e bibliografia
editar- Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «Mohammed VII al-Mustain» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão) e «Muhammed VII de Granada» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
Bibliografia
editar- Shamsuddín Elía, R.H. (2006), «Al-Ándalus III: El Sultanato De Granada (1232-1492)», www.Islamyal-Andalus.org - Yama'a Islámica de Al-Andalus, Liga Morisca, Historia de Al-Andalus (em espanhol) (Boletín n° 53-08/2006), consultado em 27 de setembro de 2007
- Shamsuddín Elía, R.H., La Civilización del Islam. Pequeña enciclopedia de la cultura, las artes, las ciencias, el pensamiento y la fe de los pueblos musulmanes (PDF) (em espanhol), Instituto Argentino de Cultura Islámica, consultado em 3 de março de 2013
- Sourdel, Janine; Sourdel, Dominique (2004), «Nasrides», Dictionnaire historique de l'Islam, ISBN 9782130545361 (em francês), Quadrige. Presses universitaires de France, p. 615
- بنو نصر/النصريون/بنو الأحمر في غرناطة (Nacéridas / Banu al-Ahmar em Granada) (em árabe), www.hukam.net, consultado em 3 de março de 2013
Precedido por Iúçufe II |
Rei de Granada 1392-1408 |
Sucedido por Iúçufe III |