Marechal Deodoro (Alagoas)
Marechal Deodoro é um município brasileiro do estado de Alagoas. Foi a primeira capital de Alagoas[5] e a cidade onde nasceu Manuel Deodoro da Fonseca, Marechal do Exército Brasileiro que proclamou a República e foi o primeiro presidente do Brasil.[6] O município faz parte da Região Metropolitana de Maceió.[7]
Marechal Deodoro
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Município do Brasil | |
Busto de Deodoro da Fonseca em frente à prefeitura da cidade | |
Hino | |
Gentílico | deodorense |
Localização | |
Localização de Marechal Deodoro em Alagoas | |
Localização de Marechal Deodoro no Brasil | |
Mapa de Marechal Deodoro | |
Coordenadas | 9° 42′ 36″ S, 35° 53′ 42″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Alagoas |
Região metropolitana | Maceió |
Municípios limítrofes | Pilar, São Miguel dos Campos, Satuba, Santa Luzia do Norte, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco e Oceano Atlântico |
Distância até a capital | 28 km |
História | |
Fundação | 5 de agosto de 1591 (433 anos) |
Emancipação | 8 de março de 1823 (elevada à condição de cidade) |
Administração | |
Prefeito(a) | André Luiz Barros da Silva (MDB, 2025–2028) |
Características geográficas | |
Área total IBGE/2020[1] | 340,980 km² |
População total (estimativa IBGE/2022[2]) | 60 370 hab. |
• Posição | AL: 5º |
Densidade | 177 hab./km² |
Clima | tropical |
Altitude | 5 m |
Fuso horário | UTC -3:00 (America/Maceio) (UTC−3) |
CEP | 57160-000 |
Indicadores | |
IDH (PNUD/2010[3]) | 0,642 — médio |
• Posição | AL: 5º |
PIB (IBGE/2020[4]) | R$ 2 835 699,86 mil |
• Posição | AL: 3º |
PIB per capita (IBGE/2020[4]) | R$ 54 137,07 |
Sítio | www.marechaldeodoro.al.gov.br (Prefeitura) marechaldeodoro.al.leg.br (Câmara) |
É conhecida pelas construções de valor histórico, como igrejas, casarões, entre outras edificações.
A população, de acordo com estatísticas do IBGE em 2022, foi de 60 370 habitantes, sendo a 5ª (quinta) cidade mais populosa de Alagoas.[8]
História
editarFoi fundada em 5 de agosto de 1591 com o nome de povoado de Vila Madalena do Sumaúma. Servia para proteger o pau-brasil do contrabando e da ação de piratas e outros. O município foi criado em 12 de abril de 1636, passou a ser denominada de Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul.[9]
Em 16 de setembro de 1817 passou a ser a capital da capitania de Alagoas, criada nesse ano, sendo o nome da vila alterado para Alagoas da Lagoa do Sul. Em 08 de março de 1823 foi elevada a cidade.[9]
A capital da província de Alagoas passou para Maceió em 1839. Cem anos depois, em 1939 o nome da cidade foi mudado para o atual, em homenagem ao filho ilustre Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, alagoano que proclamou a república e se tornou o primeiro presidente do Brasil, nascido na cidade em 5 de Agosto de 1827.
Em 16 de setembro de 2006, dia da emancipação política de Alagoas, foi considerada pelo Ministério da Cultura como Patrimônio histórico nacional, em virtude do seu passado e de ter sido berço do Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, proclamador da República Brasileira.
Atualmente o IPHAN está restaurando as igrejas de Marechal Deodoro.
Origem
editarDepois do descobrimento do Brasil pelos portugueses, os franceses começaram a se interessar pelo pau-brasil. Aportaram, então, numa praia perto da mata, onde hoje está situada a Praia do Francês, e passaram a contrabandear a madeira com a ajuda dos índios Caetés.
Com o objetivo de defender a sua nova colônia, a Coroa Portuguesa dividiu o país em 15 lotes, ou Capitanias Hereditárias, que eram entregues a donatários que tinham o direito de guardá-la militarmente, fundar vilas e povoados. Tinham a obrigação, porém, de pagar impostos à Coroa.
Coube a Duarte Coelho Pereira a Capitania de Pernambuco, que continha o território do que hoje é o Estado de Alagoas.
O donatário, resolvendo pôr fim ao contrabando do pau-brasil, combateu os franceses e todos os índios que os ajudaram, fazendo, desta forma, inimizade com os Caetés.
Em 1554, acreditando tudo estar sob controle, Duarte Coelho foi a Portugal, vindo a falecer lá. Quando tomaram conhecimento da morte do donatário, os Caetés começaram a atacar os povoados. Foi num desses ataques que os índios antropófagos mataram e comeram o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, que tinha naufragado no Rio Coruripe.
Capitania dividida em Sesmarias
editarA Capitania começou a desenvolver-se com o plantio de cana-de-açúcar, o que levou ao aparecimento de muitos engenhos. Em pouco tempo foi necessário reordenar a capitania, dividindo-a em sesmarias.
A Sesmaria de Madalena ficou sob a responsabilidade de Diogo de Melo e Castro, e tinha os seguintes limites: cinco léguas do litoral da Pajuçara, ao Porto do Francês, com sete léguas de frente a fundos para o Sertão e mais quatro léguas da boca do Rio Paraíba.
Mas, não cumprindo as regras de povoamento da sesmaria em cinco anos, o primeiro sesmeiro perdeu a concessão, sendo substituído por Diogo Soares da Cunha. Esse fundou a vila denominada Madalena de Subaúma, deixou-a aos cuidados do Capitão-mor Henriques de Carvalho, e voltou para Portugal. Foi então que seu filho, Gabriel Soares da Cunha, assumiu a chefia do patrimônio, com o título de Alcaide-mor de Madalena.
A vila começou a desenvolver-se onde hoje é o bairro de Taperaguá, uma planície em volta ao Rio Sumaúma e a Lagoa Manguaba. Um lugar de visão privilegiada permitia que o inimigo fosse vigiado.
Em 1630, os holandeses invadiram a Capitania de Pernambuco, mas mesmo assim a sesmaria de Madalena de Subaúma crescia, tendo a agricultura como principal fator de desenvolvimento. Muitos engenhos surgiam e já era fabricado e exportado o açúcar da região. Neste cenário, o quarto Donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte de Albuquerque Coelho, criou a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul.
Não tardou para que a Vila de Santa Maria Madalena se tornasse a mais desenvolvida da época. Foi então que passou a abrigar a sede da Comarca de Pernambuco.
Independência
editarEsta comarca teve 17 ouvidores, sendo o último António José Ferreira Batalha, o temido Ouvidor Batalha. Devido à sua administração, o Rei D. João VI assinou o Decreto Régio que separou politicamente Alagoas de Pernambuco, no dia 16 de Setembro de 1817.
A situação econômica da recém-criada capitania destacava duas vilas: a de Alagoas da Lagoa do Sul (atual Marechal Deodoro) e Maceió.
Em 8 de Março de 1823, num cenário de lutas para consolidar a independência do Brasil, a Vila de Alagoas recebeu o foral de cidade[10] e passou a ser sede da capital da Província, sendo o primeiro Presidente Nuno Eugênio Lóssio e Seiblitz.
Em abril de 1838, Agostinho da Silva Neves assumiu o governo da Província e, no ano seguinte, transferiu o cofre do tesouro para Maceió. Era o início da mudança de capital. No dia 9 de dezembro de 1839, foi sancionada a resolução legislativa 11, determinando como capital Maceió.
Cultura
editarMuseu
editarO Museu Marechal Deodoro da Fonseca expõe peças e documentos que pertenceram a Deodoro da Fonseca.[11]
Biblioteca
editarA Biblioteca Municipal Dr Tavares Bastos está na lista do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, do Ministério da Cultura.[12]
- População (2022): 60.370 pessoas
- Densidade demográfica (2022): 177,05 hab/km²
População nos últimos 14 anos[13][14]
Ano | População* |
---|---|
2008 | 46.565 |
2009 | 47.623 |
2010 | 45.977 |
2011 | 46.753 |
2012 | 47.504 |
2013 | 49.853 |
2014 | 50.512 |
2015 | 51.132 |
2016 | 51.715 |
2017 | 52.260 |
2018 | 51.364 |
2022 | 60.370 |
*Números de 2022 obtidos do censo demográfico do Brasil de 2022, todos os outros são estimativas.
Rodovias
editar- Rodovia Divaldo Suruagy (AL-101 Sul)
- Rodovia Edival Lemos Santos (AL-2189)
- BR-424 entre BR-316/AL-10
Emprego e renda
editarA cidade de Marechal Deodoro tem como principais fontes de renda e geração de empregos as indústrias da Cadeia Produtiva da Química e do Plástico implantadas em seu distrito industrial, usina sucroalcooleira, varejo, artesanato, pesca e o turismo.
Turismo
editarO turismo é fonte de emprego e renda da cidade, considerada uma das mais belas do litoral alagoano, contando com diversos atrativos turísticos principalmente no litoral como a Praia do Francês, a Praia do Saco da Pedra e a Prainha[15], assim como a orla da Lagoa Manguaba.
O povoado Massagueira é considerado polo gastronômico de Alagoas — às margens da lagoa Manguaba localizam-se os restaurantes da região.[16]
Usina Sumaúma
editarÉ o segundo engenho de açúcar mais antigo do grupo Toledo. Preparada para moagem cerca de 6.200 toneladas de cana-de-açúcar por dia, produz açúcares do tipo VHP e cristal e álcool anidro, hidratado e refinado.
Polo Multifabril Industrial José Aprígio Vilela
editarO Polo Multifabril Industrial José Aprígio Vilela situa-se na Rodovia Divaldo Suruagy (BR-424), km 12, no distrito industrial.
O polo industrial conta com diversas indústrias da cadeia produtiva da química e do plástico, e se expande atualmente na Cadeia Produtiva da Cerâmica (CPC)[17][18] e na área tecnológica, com a produção de cabos de fibra óptica.[19]
O local, que antes da industrialização era ocupado pelo cultivo da cana-de-açúcar, possui parte de sua área destinada às indústrias com 17 empresas que, juntas, são responsáveis pela geração de 2.500 empregos diretos. Calculando-se os postos criados indiretamente, são 10 mil empregos. O polo possui uma área destinada à reserva e preservação ambiental e uma central integrada de efluentes líquidos e resíduos.
Marechal Deodoro é dividida em 20 bairros e 11 loteamentos, além de vilas.
Bairros
editar- Baixa da Sapa
- Barra nova
- Barro Vermelho
- Cabreiras
- Cajazeiras
- Cajueiro
- Carmo
- Centro
- Fazenda Barreiros
- Francês
- Gislene Matheus
- Massagueira
- Matriz
- Mucuri
- Pedras
- Poeira
- Porto Grande
- Santa Rita
- Taperaguá
- Tuquanduba
Loteamentos
editar- Lot. Dênissom Amorim
- Lot. El Dourado
- Lot. Encontro do Mar
- Lot. João de Deus
- Lot. Massagueira
- Lot. Porto Manguaba
- Lot. São José
- Lot. Cajazeiras
- Lot. Terra dos marechais
- Lot. Veleiros
- Lot. Veleiros do Francês
- Lot. Village
Referências
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020). «Área da unidade territorial - 2020». Consultado em 22 de junho de 2021
- ↑ «Estimativa populacional 2022 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de junho de 2023. Consultado em 4 de julho de 2023
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 2 de agosto de 2013
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 4 de julho de 2023
- ↑ «Patrimônio Histórico». Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ «Conheça o Marechal Deodoro da Fonseca». Prefeitura de Marechal Deodoro. Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ «Mapas de Caracterização Territorial - Região Metropolitana de Maceió - Alagoas em Dados e Informações». dados.al.gov.br. Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ a b «IBGE Marechal Deodoro - População». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ a b «Origem». Prefeitura de Marechal Deodoro. Consultado em 3 de março de 2019
- ↑ «Marechal Deodoro». IBGE Cidades. Consultado em 22 de janeiro de 2022
- ↑ «Patrimônio Histórico» Página da prefeitura. Acesso em 8 de abril de 2017.
- ↑ «Relação de Bibliotecas Públicas no Estado do Alagoas - setembro de 2013» (PDF) cultura.al.gov.b. Acesso em 8 de abril de 2017.
- ↑ a b Silva, Daniel (Abril de 2016). «Informações de Marechal Deodoro». Daniel Vasconcelos. Consultado em 9 de fevereiro de 2019
- ↑ «IBGE | Portal do IBGE». ibge.gov.br. Consultado em 4 de março de 2019
- ↑ «Marechal Deodoro: Muito mais que a Praia do Francês». Travelpedia. 16 de setembro de 2022. Consultado em 19 de julho de 2023
- ↑ Sobral, Maíra (2 de abril de 2022). «Massagueira: conheça o polo gastronômico que movimenta o turismo e a economia local». Mercatus. Consultado em 19 de julho de 2023
- ↑ «De Marechal ao Catar: fábrica de cerâmica em AL dribla retração econômica com exportações». Agenda A. 30 de maio de 2017. Consultado em 19 de julho de 2023
- ↑ «Estado investe na construção e reestruturação de polos industriais». AECweb. Consultado em 19 de julho de 2023
- ↑ «Da China a Marechal: grupo inaugura em AL primeira fábrica de cabos de fibra óptica no NE». Agenda A. 23 de outubro de 2015. Consultado em 19 de julho de 2023
Ligações externas
editar- Prefeitura
- Site oficial
- Câmara
«Atlas Digital de Alagoas (em PDF)». , dados detalhados sobre municípios alagoanos, inclusive com mapa detalhado.