Maria Teresa de Saboia
Maria Teresa de Saboia (Turim, 31 de janeiro de 1756 — Graz, 2 de junho de 1805), foi uma princesa da Casa de Saboia e esposa de Carlos, Conde de Artois, futuro Carlos X da França, o mais jovem neto de Luís XV da França.[1][2][3]
Maria Teresa | |
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Princesa de Saboia Condessa de Artois | |
Retrato por François-Hubert Drouais, 1775 | |
Nascimento | 31 de janeiro de 1756 |
Palácio Real de Turim, Turim, Sardenha | |
Morte | 2 de junho de 1805 (49 anos) |
Graz, Império Austríaco | |
Sepultado em | Mausoléu Imperial, Graz, Áustria |
Marido | Carlos, Conde de Artois |
Descendência | Luís Antônio, Duque de Angolema Sofia de Artois Carlos Fernando, Duque de Berry Maria Teresa de Artois |
Casa | Saboia (por nascimento) Bourbon (por casamento) |
Pai | Vítor Amadeu III da Sardenha |
Mãe | Maria Antônia da Espanha |
Religião | Catolicismo |
Biografia
editarNascida a 31 de janeiro de 1756 no Palácio Real de Turim, Maria Teresa era filha de Vítor Amadeu III de Saboia, rei da Sardenha, e sua esposa Maria Antônia da Espanha.[4]
Casamento
editarCasou-se com o Conde de Artois, neto do rei Luís XV da França e irmão mais novo de Luís XVI da França.
Maria Teresa era descrita como diminuta, um tanto mal-formada, desajeitada e de nariz comprido e não era considerada bonita, mas sua tez era geralmente admirada; como pessoa, ela era considerada como "não distinguida em nenhum sentido", mas, no entanto, de bom coração.[5] O Conde Mercy, embaixador austríaco na corte francesa, relatou que ela era taciturna e interessada em absolutamente nada.[6] O irmão de Maria Antonieta, o Sacro-Imperador José II, durante sua visita à França em 1777, relatou que Maria Teresa "era a única na família real a dar à luz filhos, mas em todos os outros aspectos é uma completa idiota."[7]
Cerca de um ano após a chegada de Maria Teresa a Versalhes, ela engravidou de seu primeiro filho, Luís Antônio, Duque de Angolema - ele foi o primeiro filho da nova geração real -, o que foi um acontecimento importante, pois havia a preocupação de a sucessão porque tanto rei Luís XVI quanto o seu irmão Conde de Provença, não tinha filhos, e o nascimento teria sido estressante para Maria Antonieta, na época ansiosa pela consumação de seu casamento.[7]
Antes da reunião dos Estados Gerais, todos os membros da família real francesa foram ridicularizados publicamente por versos difamatórios, nos quais diziam que Maria Teresa teria dado à luz um filho ilegítimo.[8]
Revolução Francesa
editarMaria Teresa deixou a França com o marido após a Tomada da Bastilha a 14 de julho de 1789, que marcou o início da Revolução Francesa, e se refugiou em sua terra natal de Saboia. Ela partiu uma semana depois seu marido com um séquito de trinta pessoas; a declaração oficial do casal de que eles deveriam retornar na primavera foi questionada.[5]
Quando o marido deixou Saboia em 1791, Maria Teresa nunca mais viu o marido. O Conde de Artois recusou-se a dar-lhe permissão para ficar com ele ou visitá-lo, até mesmo recusando-a a comparecer ao casamento de seu filho, o Duque de Angolema, com Maria Teresa de França.[9] Logo após a partida de seu marido, seus dois filhos também deixaram Saboia para servir no exército francês emigrado. Maria Teresa foi descrita como desolada e profundamente entristecida depois que seu marido e seus filhos a deixarem e, supostamente, cogitou se tornar freira; Ela foi persuadida a não entrar em um convento por sua cunhada Clotilde, que apelou para seu senso de dever para com seus filhos.[10]
Em abril de 1796, quando Saboia foi derrotado pela França de Napoleão Bonaparte durante as campanhas italianas das Guerras Revolucionárias Francesas, Maria Teresa e sua irmã Maria Josefina deixaram Turim para Novara, em paralelo com a partida do marido de Maria Josefina para Verona.[11] Enquanto sua irmã seguia para a Áustria, Maria Teresa aceitou o convite de seu pai para retornar a Turim após a paz entre França e Saboia em maio.[11]
Em dezembro de 1798, quando Piemonte foi anexado pela França, Maria Teresa partiu com sua dama de companhia de Graz na Áustria, onde foi autorizada a permanecer e onde morreu a 2 de junho de 1805 .[11]
Descendência
editarDe seu matrimônio com Carlos, Conde de Artois (futuro Carlos X da França), tiveram 4 filhos, dos quais apenas 2 chegaram à vida adulta.
- Luís Antônio (6 de agosto de 1775 - 3 de junho de 1844), Duque de Angolema. Casado com Maria Teresa Carlota de França, sem descendência.[1]
- Sofia (5 de agosto de 1776 - 5 de dezembro de 1783), Princesa da França;
- Carlos Fernando (24 de janeiro de 1778 - 14 de fevereiro de 1820), Duque de Berry. Casado com Carolina das Duas Sicílias, com descendência.[1]
- Maria Teresa (6 de janeiro de 1783 - 22 de junho de 1783), Princesa da França;
Ancestrais
editarReferências
- ↑ a b c Taylor, William Cooke (1830). History of France & Normandy, from the accession of Clovis, to the battle of Waterloo (em inglês). Londres: Whittaker, Treacher & Company. p. 398
- ↑ Anthony, Louisa (1852). Footsteps to history, being an epitome of the histories of England and France, from the fifth to the nineteenth century (em inglês). Londres: Whittaker & Company. p. 161
- ↑ The Java Annual Directory and Almanac for .... (em inglês). Batávia: A.H.Hubbard. 1816. p. 96
- ↑ « 144 – MARIE-THERESE DE SAVOIE (1756-1805) » archive, princesse-savoie.fr
- ↑ a b Hardy, B. C. (Blanche Christabel), The Princesse de Lamballe; a biography, 1908, Projeto Gutenberg
- ↑ Fraser, Antonia, Marie Antoinette, The Journey, Anchor Books, (American edition, 2002): in Part One: Madame Antoine, p. 100
- ↑ a b Joan Haslip (1991). Marie Antoinette. Stockholm: Norstedts Förlag AB. ISBN 91-1-893802-7
- ↑ Fraser, Antonia,Marie Antoinette: The Journey ORION, London 2002, ISBN 978-0-7538-1305-8
- ↑ Nagel, Susan. " Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter ". NY: Bloomsbury, 2008. ISBN 1-59691-057-7
- ↑ A sister of Louis XVI, Marie-Clotilde of France, Queen of Sardinia (1759-1802), 1911
- ↑ a b c Reiset, Emile-Paul de, Joséphine de Savoie, comtesse de Provence, 1753-1810, Paris 1913