Mateus de Oliveira Xavier
Dom Mateus de Oliveira Xavier (Vila de Rei, Vila de Rei, 14 de outubro de 1858 — Goa, 19 de maio de 1929) foi um episcopado português. Foi bispo de Cochim e Patriarca das Índias Orientais.
Mateus de Oliveira Xavier | |
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Patriarca da Igreja Católica | |
Arcebispo de Goa e Damão | |
Mateus de Oliveira Xavier, c. 1904 | |
Título |
Patriarca das Índias Orientais Primaz do Oriente |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Arquidiocese de Goa e Damão |
Nomeação | 26 de fevereiro de 1909 |
Predecessor | António Sebastião Valente |
Sucessor | Teotónio Emanuel Ribeira Vieira de Castro |
Mandato | 1909 — 1929 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 11 de junho de 1881 Castelo Branco |
Nomeação episcopal | 11 de outubro de 1897 |
Ordenação episcopal | 30 de janeiro de 1898 Sé de Santa Catarina por António Sebastião Valente |
Nomeado arcebispo | 26 de fevereiro de 1909 |
Nomeado Patriarca | 26 de fevereiro de 1909 |
Brasão patriarcal | |
Dados pessoais | |
Nascimento | , Vila de Rei, Vila de Rei 14 de outubro de 1858 |
Morte | Goa 19 de maio de 1929 (70 anos) |
Nacionalidade | português |
Funções exercidas | - Bispo de Cochim (1898-1908) |
dados em catholic-hierarchy.org Categoria:Igreja Católica Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo | |
Biografia
editarFilho de Joaquim de Oliveira Braz e Maria Joaquina de Oliveira, foi alfabetizado por seus tios padres, João e Sebastião de Oliveira Xavier e Aniceto de Oliveira. Estudante de latim, prestou exame no Liceu de Santarém, onde foi aprovado. Em 1874, entrou no Seminário Patriarcal de Santarém, para estudar ciências eclesiásticas.[1]
Foi ordenado presbítero em Castelo Branco, em 1881, depois seguindo para Coimbra. Estudou Teologia na Universidade de Coimbra, onde também foi capelão no convento de Santa Clara e na Universidade. Em 1888, teve a nomeação de professor de ciências eclesiásticas e preparatórias, e diretor espiritual no colégio das Missões Ultramarinas em Sernache do Bonjardim, cargos que desempenhou até 1893.[1]
Neste ano, o patriarca das Índias Orientais, Dom António Sebastião Valente, vinha de licença ao reino para recuperar a sua saúde abalada, convidou Dom Mateus que era seu secretário particular, cargo que aceitou seguindo para a Índia em 11 de janeiro de 1884, e a 5 de março davam ambos entrada em Goa. Dom Mateus Xavier foi nomeado missionário do padroado da Índia por portaria de 7 de novembro de 1893. Desembarcaram em Cochim a 18 de fevereiro, e foram visitar aquela diocese sufragânea, naquele tempo governada por Dom João Gomes Ferreira.[1] Em Goa e cumulativamente com o lugar de secretário do referido patriarca, foi nomeado desembargador da Relação Metropolitana, juiz da Seção Pontifícia de recurso, e finalmente reitor de Seminário de Rachol, cargo de que tomou posse em junho de 1894. Desenvolveu grande atividade, reformando completamente o seminário com novos estudos preparatórios e teológicos e com autorização do governo e breve pontifício, criou ali a faculdade de teologia, tornando assim o Seminário de Rachol o primeiro e o melhor de toda a Índia.[1] Pelo falecimento do bispo de Cochim Dom João Gomes Ferreira, foi Dom Mateus Xavier nomeado para esse cargo.[1]
Prelazia
editarDom António Sebastião Valente e o ministro da marinha, Barros Gomes, promoveram a nomeação. A nomeação foi confirmada em 11 de outubro de 1897 pelo Papa Leão XIII, e como as respectivas bulas demoravam a chegar à Índia, a sagração episcopal só se realizou a 30 de janeiro de 1898 na Sé primacial e patriarcal de Goa, seguindo logo para a sua diocese onde chegou a 5 de março seguinte, fazendo a sua entrada solene e tomando posse da sua diocese.[1]
O primeiro cuidado do novo bispo foi levantar dos escombros a nova catedral, que ruiu quando estava coberta a nave central, numa noite de tempestade. D. Mateus Xavier encontrou-se assim sem ter Sé; e pior, os cristãos de várias igrejas revoltadas por questões de castas. Apaziguou os cristãos, abrindo as igrejas, e tratou de levantar a Catedral. O edifício é majestoso, em estilo não definido, mistura de estilo manuelino com imitações de construções indianas. A obra de reconstrução da catedral iniciou em meados de 1898, sendo aberta ao culto divino com o Te Deum pela coroação do Papa Pio X, em 9 de agosto de 1903, e solenemente sagrada em 19 de novembro de 1905, com a assistência do patriarca Dom António Sebastião Valente, bispos seus sufragâneos e outros bispos vizinhos, num total de 11 prelados. Toda a obra foi feita por artistas indianos. D. Mateus Xavier cuidou da educação local com esmero. O nível e categoria das escolas foi levantado. As escolas menores foram elevadas a High Schools (liceus) com 15 e 20 professores e um curso completo de preparatórios, onde são feitos todos os exames até ao de saída, chamado matrícula porque habilita para o ingresso das Universidades indianas. Estas escolas têm o carácter de oficiais, estão agregadas à Universidade de Madrasta e recebem um subsídio do governo inglês, quando nas devidas condições.[1]
Por decreto de 31 de dezembro de 1908, após a morte de Dom António Sebastião Valente, Dom Mateus é elevado à arcebispo de Goa e Patriarca das Índias Orientais, cargo que exerceu até 1929, quando veio a falecer. Em 1928, com a junção da Diocese de Damão com a Arquidiocese de Goa, passou a ser Arcebispo de Goa e Damão.[1]
Foi o principal co-consagrante de Dom Angel María Pérez y Cecilia, O.C.D.[2]
Referências
Fontes
editar- «Portugal - Dicionário Histórico» (em inglês)
- «Catholic Hierarchy» (em inglês)
- «GCatholic» (em inglês)
Precedido por João Gomes Ferreira |
Bispo de Cochim 1898 — 1908 |
Sucedido por José Bento Martins Ribeiro |
Precedido por: António Sebastião Valente |
Arcebispo de Goa e Damão |
Sucedido por: Teotónio Emanuel Ribeira Vieira de Castro |
Patriarca das Índias Orientais 1909 — 1929
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