Mayana Zatz
Mayana Zatz (Tel Aviv, 16 de julho de 1947) é uma bióloga molecular e geneticista brasileira, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Exerceu o cargo de pró-reitora de pesquisa da USP de 2005 a 2009.
Mayana Zatz | |
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Mayana Zatz em 2008 | |
Nascimento | 16 de julho de 1947 (77 anos) Tel Aviv, Israel |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Prêmios | L'Oréal-UNESCO - mulheres em ciência (2001) |
Orientador(es)(as) | Oswaldo Frota-Pessoa (mestrado e doutorado) Michael M. Kaback e David Campion (pós-doutorado)[1] |
Instituições | Universidade de São Paulo |
Campo(s) | biologia, biologia molecular, genética |
Pesquisadora em genética humana, com contribuições principalmente no campo de doenças neuromusculares (distrofias musculares, paraplegias espásticas, esclerose lateral amiotrófica) em que é pioneira, atualmente seu laboratório do Genoma Humano da USP também realiza relevantes pesquisas no campo de células-tronco.
Até julho de 2021, publicou 377 trabalhos científicos.[carece de fontes] E mais de 250 artigos científicos para leigos quando era colunista da revista VEJA.
Biografia
editarMayana Zatz nasceu em Tel Aviv, Israel, em 1947.[2][1] Mudou-se com a família para a França durante a infância, e finalmente para o Brasil, em 1955.[3]
Desde a infância interessou-se por biologia.[1][3] Em São Paulo, cursou biologia pela Universidade de São Paulo, onde estagiou com o Oswaldo Frota Pessoa, tendo primeiro contato com genética humana. Formou-se em 1968, e já no ano seguinte iniciou um trabalho de aconselhamento genético de famílias portadoras de doenças neuromusculares. Ainda pela USP, tornou-se mestre em genética em 1970 (com dissertação sobre distrofias musculares progressivas) e doutora em genética em 1974 (expandindo o trabalho de mestrado),[2] ambos também sendo orientada por Frota Pessoa. Entre 1975 e 1977 nos Estados Unidos, Mayana fez pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles sob orientação de Michael M. Kaback e David Campion.[3]
Devido ao tratamento precário de doenças musculares no Brasil, ao retornar ao país, Mayana fundou em 1981 a Associação Brasileira de Distrofia Muscular, que trata afetados por distrofias musculares,[4] e onde ainda é diretora presidente.[5]
Em 1995 tornou-se pioneira ao localizar um dos genes ligados a um tipo de distrofia dos membros, junto com Maria Rita Passos-Bueno e Eloísa de Sá Moreira. Juntas, também foram responsáveis pelo mapeamento do gene responsável pela síndrome de Knobloch. Em 1996 ingressou na Academia Brasileira de Ciências.[1]
Em agosto de 2000 foi condecorada com a grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.[2] No mesmo ano, recebeu a Medalha de Mérito Científico e Tecnológico do Governo do Estado de São Paulo. Em 28 de fevereiro de 2001 na cidade de Paris, recebeu o prêmio latino-americano dos Prêmios L'Oréal-UNESCO para mulheres em ciência.[6] No mesmo ano, recebeu o Prêmio Claudia,[7] oferecido pela Revista Claudia. Em 2006 foi a Personalidade do Ano da Ciência segundo a Revista ISTOÉ Gente.[8]
Em 2009, ganhou o Prêmio México de Ciência e Tecnologia 2008.[9] Em setembro do mesmo ano, Mayana ganhou o Prêmio Walter Schmidt, conferido pela empresa Fanem para destacar personalidades que promoveram o desenvolvimento do setor da saúde brasileira.
Contribuições e Importância
editar- Pesquisa em Doenças Genéticas: Mayana Zatz é amplamente reconhecida por suas pesquisas sobre distrofias musculares e outras doenças genéticas. Desde o início de sua carreira, ela tem se dedicado a entender os mecanismos genéticos dessas condições, identificando mutações específicas e suas implicações para a saúde. Seu trabalho tem sido fundamental para desenvolver estratégias de diagnóstico e abrir caminhos para potenciais tratamentos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes[10][11][12].
- Estudo de Células-Tronco: Além de suas pesquisas em genética, Mayana Zatz tem sido uma figura proeminente na pesquisa com células-tronco. Ela explora o potencial dessas células para a regeneração de tecidos danificados e o tratamento de doenças genéticas. Suas descobertas têm contribuído para o avanço da medicina regenerativa e para a compreensão de como as células-tronco podem ser utilizadas de maneira segura e eficaz[13].
- Divulgação Científica: Mayana Zatz também é conhecida por seu papel como divulgadora científica. Ela trabalha incansavelmente para tornar a ciência mais acessível ao público, promovendo o entendimento e o interesse pela genética. Através de palestras, entrevistas e publicações, ela explica conceitos complexos de maneira compreensível, incentivando a educação científica e inspirando futuras gerações de cientistas[14].
- Prêmios e Reconhecimento: A importância de suas contribuições científicas é refletida nos numerosos prêmios e reconhecimentos que ela recebeu. Entre eles, destaca-se o Prêmio L'Oréal-UNESCO para Mulheres na Ciência, que celebra a excelência das mulheres na pesquisa científica. Esse prêmio, junto com outros reconhecimentos nacionais e internacionais, solidifica sua posição como uma líder em seu campo[15][6].
Dra. Mayana Zatz tem tido um impacto significativo na ciência genética e na biotecnologia, tanto no Brasil quanto no mundo. Seu trabalho não só avança o conhecimento científico, mas também tem implicações práticas que beneficiam diretamente a sociedade. Sua carreira exemplar destaca-se como um testemunho do poder transformador da ciência e da importância da diversidade e inclusão na pesquisa científica. Como uma importante figura feminina na ciência, Mayana Zatz serve de inspiração para muitas jovens cientistas e continua a deixar um legado duradouro na genética e na medicina.
Referências
- ↑ a b c d «Mayana Zatz Membros da ONMC». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 6 de março de 2008. Arquivado do original em 1 de junho de 2004
- ↑ a b c «Academia Brasileira de Ciências - Acadêmicos - Mariana Zatz». Academia Brasileira de Ciências. 1 de novembro de 2006. Consultado em 6 de março de 2008. Arquivado do original em 19 de maio de 2003
- ↑ a b c Mayana Zatz (ed.). «Helping our country as women scientists». Revista Nature. Consultado em 30 de agosto de 2018
- ↑ «ABDIM - Histórico». Associação Brasileira de Distrofia Muscular. Consultado em 6 de março de 2008. Arquivado do original em 3 de setembro de 2011
- ↑ «ABDIM - Quem é Quem na ABDIM». Associação Brasileira de Distrofia Muscular. Consultado em 6 de março de 2008
- ↑ a b Kevin Friedl (8 de março de 2006). «Seed: For Women in Science» (em inglês). Revista Seed. Consultado em 6 de março de 2008
- ↑ «Sítio oficial do Prêmio Claudia». Revista Claudia. Consultado em 6 de março de 2008
- ↑ Rodrigo Cardoso. «Capa - Personalidade do Ano 2006 - Mayana Zatz». Revista ISTOÉ Gente. Consultado em 6 de março de 2008
- ↑ Agência Fapesp. «Mayana Zatz é premiada no México». Consultado em 8 de setembro de 2009
- ↑ Vieira, Natássia M.; Brandalise, Vanessa; Zucconi, Eder; Jazedje, Tatiana; Secco, Mariane; Nunes, Viviane A.; Strauss, Bryan E.; Vainzof, Mariz; Zatz, Mayana (abril de 2008). «Human multipotent adipose‐derived stem cells restore dystrophin expression of Duchenne skeletal‐muscle cells in vitro». Biology of the Cell (em inglês) (4): 231–241. ISSN 0248-4900. doi:10.1042/BC20070102. Consultado em 2 de julho de 2024
- ↑ Silva, Marly Conceição; Magalhães, Tiago Augusto; Meira, Zilda Maria Alves; Rassi, Carlos Henrique Reis Esselin; Andrade, Amanda Cristina de Souza; Gutierrez, Paulo Sampaio; Azevedo, Clerio Francisco; Gurgel-Giannetti, Juliana; Vainzof, Mariz (1 de fevereiro de 2017). «Myocardial Fibrosis Progression in Duchenne and Becker Muscular Dystrophy: A Randomized Clinical Trial». JAMA Cardiology (2): 190–199. ISSN 2380-6583. doi:10.1001/jamacardio.2016.4801. Consultado em 2 de julho de 2024
- ↑ Costa, Marcelo Fernandes; Oliveira, Andre Gustavo Fernandes; Feitosa-Santana, Claudia; Zatz, Mayana; Ventura, Dora Fix (junho de 2007). «Red-Green Color Vision Impairment in Duchenne Muscular Dystrophy». The American Journal of Human Genetics (6): 1064–1075. ISSN 0002-9297. PMC PMC1867095 Verifique
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(ajuda). PMID 17503325. doi:10.1086/518127. Consultado em 2 de julho de 2024 - ↑ Zatz, Mayana (setembro de 2004). «Clonagem e células-tronco». Ciência e Cultura (3): 23–27. ISSN 0009-6725. Consultado em 2 de julho de 2024
- ↑ buscatextual.cnpq.br http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4783424Z0. Consultado em 2 de julho de 2024 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ buscatextual.cnpq.br http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4783424Z0. Consultado em 2 de julho de 2024 Em falta ou vazio
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Ligações externas
editar- Mayana Zatz no X