Melanoxylon brauna
A braúna (Melanoxylon brauna) é uma espécie de árvore pertencente a família das fabáceas e caracterizam-se como secundárias iniciais por necessitarem de exposição contínua ao sol (heliófitas), o que explica o fato de se estabelecerem em clima quente e úmido, além do seu alto potencial de crescimento podendo variar entre 20 e 25 metros. Apresentam casca com coloração parda e flores com hipanto curto e campanulado, estas últimas, aprensentam coloração amarelada e ocorrem entre fevereiro e maio.[1][2]
Melanoxylon brauna | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Melanoxylon brauna Schott |
Os frutos encontram-se em estado de maturação no período de agosto a novembro ficando com tonalidade castanha, compondo-se de vagens com sementes em seu interior, sendo estas envoltas por uma membrana fina que permite sua dispersão através do vento (anemocóricas). A germinação ocorre entre 20 e 35 °C, de modo que altas temperaturas facilitem a entrada de água no interior das sementes em função do enfraquecimento de sua parede celular.[3][4][5]
Casca utilizada em curtumes, para extração de tintura negra e, como a seiva, em medicina e na indústria. Possui ainda folhas imparipenadas, grandes flores amarelas, em panículas, e frutos cilíndricos, grossos e tomentosos. Também é conhecida pelos nomes de árvore-da-chuva, braúna-preta, canela, canela-amarela, coração-de-negro, maria-preta, maria-preta-da-mata, maria-preta-do-campo, muiraúna, paravaúna, parovaúna, perovaúna e rabo-de-macaco.[6]
Ocorrência
editarSão encontradas no bioma Mata Atlântica, sendo uma espécie endêmica do Brasil. Ocorrem no estado de Minas Gerais e do litoral de São Paulo, passando pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo até o litoral sul da Bahia, evidenciando sua ocorrência em florestas semidecíduais e submontana.[1][2]
Usos
editarDevido a rígidez de seu tronco, a braúna possui grande valor econômico, sendo ultilizada principalmente em ambientes externos, na construção de cercas em propriedades rurais, assim como o madeiramento de telhados, instrumentos musicais, pisos, e outros.[1]
Informações ecológicas
editarDistribuem-se comumente em locais altos e de difícil acesso, o que infelizmente viabilizou a sua colocação entre as árvores ameaçadas de extinção, tornando a uma espécie forçada a raridade devido a sobre exploração do homem, para fomentar seus interesses comerciais.[1][5]
Referências
editar- ↑ a b c d Sambuichi, R.H.R.; Mielke, M.S.; Pereira, C.E. (2009). Nossas árvores: Concervação, uso e manejo de árvores nativas no sul da Bahia. (PDF). UESC: Editus. pp. 190/191
- ↑ a b Silva, Alexandre Francisco da; Oliveira, Riusson Vitor de; Santos Loureiro, Nelson Roberto; Paula, Alessandro de (2003). «Composição florística e grupos ecológicos das espécies de um trecho de floresta semidecídua submontana da Fazenda São Geraldo, Viçosa-MG». Revista Árvore. 27 (3). ISSN 0100-6762
- ↑ Flores, Andressa Vasconcelos; Borges, Eduardo Euclydes de Lima e; Guimarães, Valéria Monteze; Ataíde, Glauciana da Mata; Castro, Renato Vinícius Oliveira (2014). «Germinação de sementes de Melanoxylon brauna schott em diferentes temperaturas». Revista Árvore. 38 (6): 1147–1154. ISSN 0100-6762. doi:10.1590/S0100-67622014000600019
- ↑ Flores, Andressa Vasconcelos; Borges, Eduardo Euclydes de Lima e; Guimarães, Valéria Monteze; Gonçalves, José Francisco de Carvalho; Ataíde, Glauciana da Mata; Barros, Daniela de Pádua (2014). «Atividade enzimática durante a germinação de sementes de Melanoxylon brauna schott sob diferentes temperaturas». CERNE. 20 (3): 401–408. ISSN 0104-7760. doi:10.1590/01047760201420031399
- ↑ a b Kamino, Luciana Hiromi Yoshino. «MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA POTENCIAL:APLICAÇÃO COM PLANTAS AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO DAFLORESTA ATLÂNTICA». hdl.handle.net. Consultado em 12 de julho de 2018
- ↑ Plantamed (1 de janeiro de 2012). «Melanoxylon brauna Schot., Brauna Preta». Consultado em 15 de janeiro de 2012