Menachem Begin

político israelita, 6° Primeiro-ministro de Israel

Menachem Volfovich Begin (Brest-Litovsk, 16 de agosto de 1913Telavive, 9 de março de 1992) foi um político israelense, fundador do Likud e o sexto primeiro-ministro de Israel, de 1977 a 1983.[1]

Menachem Volfovich Begin
Menachem Begin
Menachem Volfovich Begin
Primeiro-ministro de Israel
Período 20 de Junho de 197710 de Outubro de 1983
Antecessor(a) Yitzhak Rabin
Sucessor(a) Yitzhak Shamir
Dados pessoais
Nascimento 16 de agosto de 1913
Brest, Império Russo
Morte 9 de março de 1992 (78 anos)
Telavive, Israel
Cônjuge Aliza Arnold (1939-1982)
Filhos(as) Ze'ev Binyamin
Hasia
Leah
Partido Likud
Religião Judaísmo
Assinatura Assinatura de Menachem Begin

Biografia

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Nascido na então Brest-Litovsk, no Império Russo, ingressou nos movimentos políticos quando tinha 16 anos, filiando-se ao movimento jovem sionista revisionista Betar.[1] Estudou direito na Universidade de Varsóvia, onde aprendeu as habilidades de oratória e retórica que se tornaram sua marca registrada como político e vistas como demagogia por seus críticos.[1] Durante seus estudos, ele organizou um grupo de autodefesa de estudantes judeus para combater o assédio dos antissemitas no campus. Se tornou discípulo de Zeev Jabotinsky, então o grande ideologo do movimento sionista revisionista Betar.[1] Em 1937 se tornou o líder do Betar na Checoslováquia e na Polônia.[1]

Após a Alemanha Nazi ter invadido a Polônia, Begin, rumou para os territórios ocupados pela União Soviética, onde foi preso acusado de ser um espião e "agente do imperialismo britânico".[1] Foi enviado para os campos de trabalhos forçados soviéticos.[1] Em julho de 1941, foi libertado pela União Soviética após o Acordo Sikorski-Mayski, e alistado no Exército Polonês Livre de Anders como cadete-oficial.[1] Mais tarde, foi enviado com o exército para a Palestina através do Corredor Persa, onde chegou em maio de 1942.[1]

Estabelecendo contatos com o grupo terrorista sionista Irgun, consegue do general polonês Michał Karaszewicz-Tokarzewskia concessão de uma "licença sem vencimento", que deu-lhe a permissão oficial para permanecer na Palestina. Em dezembro de 1942 deixou o Exército de Anders e se juntou ao Irgun.[1] Tornou-se líder do Irgun em 1943.[1] Proclamou uma revolta, em 1º de fevereiro de 1944, contra o Mandato Britânico da Palestina, fato que lhe opôs aos objetivos da Agência Judaica naquele momento. Como chefe do Irgun, ordenou os ataques aos britânicos na Palestina, e, posteriormente, contra a população civil árabe-palestina durante a Guerra civil no Mandato da Palestina em 1947-48, sendo descrito como o "líder de uma notória organização terrorista",[1] principalmente após liderar o infame atentado do Hotel King David[2] — na altura a central administrativa e militar dos britânicos na Palestina —, que resultou na morte de 91 pessoas (28 britânicos, 41 árabes, 17 judeus e 5 outros mortos) e ferimentos graves em outras 45 pessoas.[3] No mesmo ano deste atentado, foram denunciados os métodos terroristas, de inspiração nazi e fascista, levados a cabo pelo Irgun, que liderava, numa carta aberta publicada pelo jornal The New York Times no dia 4 de dezembro e assinada por diversos intelectuais judeus, entre os quais Albert Einstein e Hannah Arendt.[4]

 
Menachem Begin, Jimmy Carter e Anwar Al Sadat em Camp David (1978).

Begin foi eleito para a primeira legislatura do Knesset, em 1949, como líder do partido sionista revisionista Liberdade (Herut), a organização que fundou, e esteve inicialmente na margem política e na oposição ao governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores da Terra de Israel (Mapai) e ao establishment israelita.[1] Permaneceu na oposição nas oito eleições consecutivas — excepto num governo de unidade nacional em torno da Guerra dos Seis Dias,[1] quando tornou-se mais aceitável para o centro político. Sua vitória eleitoral e seu mandato como primeiro-ministro em 1977 encerraram três décadas de domínio político do Partido Trabalhista (sucessor do Mapai).[1]

A conquista mais significativa de Begin como primeiro-ministro foi a negociação e assinatura dos Acordos de Camp David com o presidente do Egito Anwar Al Sadat, pelo qual ambos receberam o Prémio Nobel da Paz em 1978.[1] Na sequência dos Acordos de Camp David, as Forças de Defesa de Israel (IDF) retiraram-se da Península do Sinai, que tinha sido capturada ao Egito na Guerra dos Seis Dias. A devolução da Península do Sinai significava também a demolição de todos os colonatos israelitas na área (incluindo a cidade de Yamit). Begin defrontou uma forte oposição a esta medida, o que levou à divisão dentro do seu próprio partido, Likud.[1] Mais tarde, o governo de Begin promoveu a construção dos colonatos ilegais israelitas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.[1]

 
Menachem Begin em Camp David.

Na política externa, o governo Begin enviou várias centenas de conselheiros militares israelitas à Guatemala para treinar os soldados do ditador Efraín Ríos Montt que enfrenta uma insurreição camponesa.[5] Begin autorizou o bombardeamento da central nuclear de Osirak no Iraque, um reactor vendido aos iraquianos pelos franceses, gerando uma crise diplomática sem precedentes com a França e as nações do Oriente Médio.[6] Sua alegação ao ataque, de que os iraquianos planejavam construir armas de destruição em massa, nunca foi comprovada.[6]

Em 1982, o governo de Begin decidiu a invasão israelense do sul do Líbano, argumentando a necessidade de acabar com o bombardeamento do norte de Israel por parte da Organização para a Libertação da Palestina. Isto iniciou a presença israelita na Guerra Civil Libanesa, que continuou por mais três anos (com uma presença menor que continuou até o ano de 2000).[7][1] À medida que o envolvimento militar israelita no Líbano se aprofundava e o massacre de Sabra e Chatila, levado a cabo pelas milícias falangistas cristãs aliadas dos israelitas, chocava a opinião pública mundial, Begin ficou cada vez mais isolado.[1] Enquanto as forças das IDF permaneciam atoladas no Líbano e a economia sofria de hiperinflação, a pressão pública sobre Begin aumentava.[1]

Deprimido com a morte de sua esposa Aliza em novembro de 1982, ele se retirou gradualmente da vida pública, até sua renúncia em outubro de 1983.[1] Após a aposentadoria oficial da política, Begin manteve alguma influência nos bastidores do partido Likud até o início de 1992.

Begin morreu de complicações de um ataque cardíaco em Telavive, 9 de março de 1992. Foi enterrado no Monte das Oliveiras.[8]

Vida pessoal

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Foi enquanto lider do Betar que Begin conheceu sua futura esposa, Aliza Arnold, que era filha de um dos filiados da organização. O casal se casou em 29 de maio de 1939. Eles tiveram três filhos: Binyamin, Leah e Hassia.

Livros

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Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v Britannica, T. Editors of Encyclopaedia. Menachem Begin. Encyclopedia Britannica, August 12, 2024.
  2. «Bombing of the King David Hotel». www.jewishvirtuallibrary.org. Consultado em 17 de outubro de 2023 
  3. Kushner, Harvey W.. Encyclopedia of Terrorism. Sage Publications Inc, 2003. ISBN 0761924086
  4. «1948: N.Y. Times Publishes Letter by Einstein, Other Jews Accusing Menachem Begin of Fascism». Haaretz (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2023 
  5. Murphy, Maureen Clare (20 de janeiro de 2017). «Israel's shadowy role in Guatemala's dirty war». The Electronic (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2021 
  6. a b United Nations Staff. Yearbook of the United Nations 1981. United Nations Pubns, 1984. p. 277.
  7. «Cópia arquivada». Consultado em 18 de novembro de 2004. Arquivado do original em 8 de março de 2005 
  8. Menachem Begin (em inglês) no Find a Grave[fonte confiável?]

Ligações externas

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Commons
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Wikiquote
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Precedido por
Amnistia Internacional
Nobel da Paz
1978
com Anwar Al Sadat
Sucedido por
Madre Teresa de Calcutá
Precedido por
Yitzhak Rabin
Primeiro-ministro de Israel
1977 — 1983
Sucedido por
Yitzhak Shamir