Mendo II Gonçalves
Mendo Gonçalves (997 - 6 de outubro de 1008[1]) foi conde (comes), igualmente chamado duque (dux)"[2][3][nota 1][4] do Condado Portucalense. Filho do conde Gonçalo Mendes e da condessa Ilduara Pais, sucedeu seu pai no título.
Mendo Gonçalves | |
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Conde de Portucale | |
Reinado | 997-1008 |
Antecessor(a) | Gonçalo Mendes I |
Sucessor(a) | Alvito Nunes e Tutadona Moniz de Coimbra |
Morte | entre 1 e 6 de outubro de 1008 |
Cônjuge | Tutadona Moniz de Coimbra |
Descendência | Gonçalo Mendes II Ramiro Mendes Egas Mendes Monio Mendes Elvira Mendes, Rainha de Leão Rodrigo Mendes Ilduara Mendes, Condessa de Portucale Aldonça Mendes Paio Mendes |
Pai | Gonçalo Mendes I |
Mãe | Ilduara Pais |
Biografia
editarDocumentos de seu tempo registam-no como "Mendo Gundisalviz" ou "Menendus Gundisalviz", tendo aparecido pela primeira vez na documentação medieval em 981 confirmando umas doações ao Mosteiro de Lorvão, e a primeira vez com o título de conde em 999.[5] Governou vários territórios, incluindo o bracarense e a região de Maia em Portucale que seu pai, o conde Gonçalo Mendes havia governado anteriormente.[6][7] Presente assiduamente na corte de Bermudo II de Leão, confirma alguns dos principais actos jurídicos do monarca, como a doação do rei a Sabarico, bispo de León, em 991.[6] Mendo Gonçalves teria ainda se responsabilizado pela educação do filho de Bermudo II de Leão, Afonso, o futuro rei Afonso V de 999 até sua morte[8][9] e foi um dos regentes durante a menoridade do infante.[10] Os estados do conde foram atacados em 1002 pelo Abedal Maleque Almuzafar, filho do Almançor mas um ano depois, em 1003, fez a paz entre Leão e o jovem emir.[9]
No parecer de Luiz de Mello Vaz de São Payo, Mendo faleceu num ataque viquingue à Galiza; para o historiador José Mattoso, citado por Oliveira Marques, Mendo Gonçalves foi assassinado, conjectura-se, por infanções, rivais dos condes ou duques portucalenses, surgidos aos fins do século IX e desprovidos de títulos nobiliárquicos.[11][12]
Relações familiares
editarAscendência
editarFoi filho de Gonçalo Mendes,[5][7] conde e dux magnus de Portucale, e de Ilduara Pais, filha de Paio Gonçalves, conde de Deza, e de Ermesinda Guterres de Coimbra, filha do conde Guterre Mendes e de Ilduara Ériz.[13]
Matrimónio e descendência
editarFoi casado com Tutadona Moniz, ou ainda, Tuta ou Toda[3] (morta em 1025), filha de Munio Froilaz de Coimbra[14] e de Elvira Pais Deza. Deste casamento nasceram os seguintes filhos:
- Gonçalo Mendes;[9][15]
- Ramiro Mendes, alferes real a partir de 1015, esposo de Toda Velaz;[9][16]
- Egas Mendes;[17][18]
- Munio Mendes;[17][18]
- Elvira Mendes,[17][18]rainha consorte de Leão, casada em 1014 com Afonso V de Leão;
- Rodrigo Mendes,[17] ancestral maternal de Bermudo Peres de Trava;
- Ilduara Mendes, esposa de Nuno Alvites, conde de Portucale, falecido em 1028;[3][9][19]
- Aldonça Mendes;[9][19]
- Pelayo Mendes, armiger regis entre 1012-1014.[9]
Notas
editar- ↑ O título (dux de Galicia, em latim medieval) vem de cartas póstumas. Ele é também por vezes referido como Mendo Gonçalves II, ou Menendo González II na historiografia em castelhano e mesmo na literatura em inglês, para distingui-lo de seu avô, Hermenegildo Gonçalves, já que o nome Mendo / Menendo / Menendus é derivado de Heremengild / Hermenegildo / Hermenegildus.
Referências
- ↑ «O Portal da História - Historiografia». www.arqnet.pt. Consultado em 17 de junho de 2021
- ↑ Masdeu 1795, p. 172, Vol. XV.
- ↑ a b c Oliveira Marques 1983, p. 59, Vol. I.
- ↑ Oliveira Marques 1983, pp. 55-56.
- ↑ a b Mattoso 1981, p. 145.
- ↑ a b Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 296.
- ↑ a b Mello Vaz de São Payo 2002, p. 289.
- ↑ Mattoso 1981, p. 146.
- ↑ a b c d e f g Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 297.
- ↑ Oliveira Marques 1983, pp. 58-59, Vol. I.
- ↑ Oliveira Marques 1983, p. 61.
- ↑ Durany Castrillo e Rodríguez Gonzalez 2004, p. 196.
- ↑ Mattoso 1981, p. 127 e 145-147.
- ↑ Mello Vaz de São Payo 2002, p. 286.
- ↑ Mattoso 1981, p. 147-148.
- ↑ Mattoso 1981, p. 148-149.
- ↑ a b c d Torres Sevilla 1999, p. 297.
- ↑ a b c Mattoso 1981, p. 148.
- ↑ a b Mattoso 1981, p. 149.
Bibliografia
editar- Durany Castrillo, Mercedes; Rodríguez González, María del Carmen (2004). «El obispado de Astorga en el primer tercio del siglo XI: de Jimeno a Sampiro». Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela. Semata: Ciencias sociais e humanidades (número dedicado a: As institucións galegas na historia) (em espanhol) (15): 187-222. ISSN 1137-9669
- Masdeu, Juan Francisco de (1795). Historia crítica de España y de la cultura Española (em espanhol). XV 3ª ed. Madrid: Imprenta de Sancha. OCLC 56487436
- Mattoso, José (1981). «As famílias condais portucalenses dos séculos X e XI». A nobreza medieval portuguesa: a família e o poder. Lisboa: Editorial Estampa. pp. 101–157. OCLC 8242615
- Mattoso, José (1982). Ricos-homens, infançoes e cavaleiros: a nobreza portuguesa nos séculos XI e XII. Lisboa: Gimarães & C.a. Editores. OCLC 10350247
- Mello Vaz de São Payo, Luiz (2002). A Herança Genética de D. Afonso Henriques 1ª ed. Porto: Universidade Moderna
- Oliveira Marques, António Henrique Rodrigo de (1983). História de Portugal. I. Das origens ao renascimento. Lisboa: Palas Parâmetro desconhecido
|edicião=
ignorado (ajuda) - Torres Sevilla-Quiñones de León, Margarita Cecilia (1999). Linajes nobiliarios de León y Castilla: Siglos IX-XIII (em espanhol). Salamanca: Junta de Castilla y León, Consejería de educación y cultura. ISBN 84-7846-781-5
- Veríssimo Serrão, Joaquim (1979). História de Portugal. I 3ª ed. Lisboa: Verbo
Ver também
editarLigações externas
editar
Precedido por Gonçalo Mendes/Ilduara Pais |
Conde de Portucale 999 — 1008 |
Sucedido por Alvito Nunes |