Dérbi do Merseyside
O Dérbi do Merseyside (em inglês: Merseyside derby) é o clássico de futebol entre Everton e Liverpool, ambos da cidade de Liverpool, Inglaterra. Nomeado em homenagem ao condado de Merseyside, no qual a cidade está localizada, é o dérbi local de primeira divisão mais longo da Inglaterra e tem sido jogado continuamente desde a temporada de 1962–63. Ambos os clubes chegaram a ser precisamente os dois maiores vencedores do Campeonato Inglês de Futebol até a década de 1990,[1] e outro elemento peculiar da rivalidade se deve ao fato de suas sedes serem separadas por menos de uma milha, com apenas o Stanley Park separando o estádio do Everton em Goodison Park do estádio do Liverpool em Anfield.[2] Esta faceta durou mais de 130 anos,[3] com previsão de acabar somente em 2025.[4][5][6]
Dérbi do Merseyside | |||||||||||||
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Everton vs Liverpool | |||||||||||||
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Informações gerais | |||||||||||||
Everton | 68 vitória(s), 271 gol(s) | ||||||||||||
Liverpool | 99 vitória(s), 348 gol(s) | ||||||||||||
Empates | 78 | ||||||||||||
Total de jogos | 245 | ||||||||||||
Total de gols | 619 | ||||||||||||
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Inicialmente, o clube azul deteve a supremacia, chegando inclusive a ser a equipe mais rica da Inglaterra nos primeiros anos do século XX.[3] Sua vantagem no dérbi só começou a ser revertida a partir da década de 1960,[2] a ponto de a torcida dos Reds passar a nutrir mais rivalidade com o Manchester United.[7] Mas antes mesmo disso o Merseyside Derby, ainda considerado um dos maiores clássicos do mundo, já era uma rivalidade sui generis por outro fator: sempre foi marcado pelas torcidas tratarem-se bastante cordialmente, a ponto de o duelo ser chamado também de Friendly Derby ("clássico amistoso").[2]
Dentre outros elementos peculiares da rivalidade, está os fatos de Anfield Road, visto como o "mítico" estádio do Liverpool, já ter sido a casa do Everton, e de inicialmente o Liverpool ter usado a cor azul como o rival e chamar-se de "Everton Athletic";[2] também é comum que alguns ídolos de um clube sejam ou tenham sido na intimidade torcedores do rival, incluindo quem mais jogou e mais marcou gols pelos Reds no clássico com os Toffees.[8] A proximidade também ocorre na distância entre os estádios: Anfield situa-se a 1.100 metros de Goodison Park, o estádio do Everton, no que é a décima menor distância entre dois estádios de clubes rivais no mundo.[9]
A fraternidade incomum, porém, não impede que os encontros sejam jogos bastante acirrados: lendário treinador do time vermelho, Bill Shankly teria cunhado sua célebre frase "futebol não é questão de vida ou morte, é mais importante que isso" para referir-se a esse clássico,[7] que é precisamente a partida que mais reúne expulsões na história da Premier League - em 2016, constatou-se que desde 1992 haviam sido aplicados 25 cartões vermelhos em 48 jogos, quantidade cinco vezes acima da média de confrontos alheios.[10] Ao longo da rivalidade, apenas dois treinadores trabalharam nos dois rivais, em experiências também separadas por cerca de 130 anos.[11]
Introdução
editarCriado em 1878, o Everton Football Club originalmente instalara-se no Stanley Park, passando em meados da década de 1880 a alugar o estádio de Anfield, em terreno vizinho. O estádio era propriedade do empresário cervejeiro John Houlding,[2] presidente desde 1881 do próprio Everton.[12] O clube veio a vencer pela primeira vez o campeonato inglês já na terceira edição da competição, a de 1890–91.[13] No ano seguinte, contudo, a quintuplicação do preço do aluguel de Anfield fez o Everton deixar esse estádio.[2]
Destituído por seus pares Evertonians da presidência, Houlding então criou um novo clube para ocupar Anfield. Vendo sua criação não como um novo time propriamente e sim como verdadeira continuação dos antigos inquilinos, buscou usar o nome Everton Athletic Club. Porém, a tentativa de registra-lo assim foi negada pela Football League, que tinha nos Toffees um dos membros-fundadores. Houlding então optou pelo nome Liverpool Football Club, mas inicialmente manteve a mesma cor azul do vizinho. Somente dois anos depois, em 1894, o vermelho foi adotado pelo Liverpool.[2] Com o tempo, Houlding acabaria visto como "o homem que criou o futebol do Merseyside" e "pai fundador" de ambos os clubes.[14]
O Everton, por sua vez, mudara-se para Goodison Park, em ponta do Stanley Park oposta à de onde se situa Anfield.[2] Por conta disso, a expressão "atravessar o Stanley Park" passaria a ser utilizada como sinônimo de quem deixa um dos clubes para atuar no rival. O primeiro a fazê-lo era daqueles primórdios: Duncan McLean, um dos primeiros jogadores alinhados pelo clube novo, era do Everton e permaneceu em Anfield. No mesmo ano de 1892, Tom Wyllie tornou-se outro Evertonian a se incorporar aos novatos.[15] Também data daquela época o treinador William Edward Carclay, técnico do Everton em 1888 e do Liverpool em 1892. Carclay foi por cerca de 130 anos o único a treinar os dois rivais, até a contratação de Rafa Benítez pelos azuis em 2021.[11]
No mesmo ano em que o Liverpool trocou o azul pelo vermelho, ocorreu o primeiro clássico, com vitória do Everton por 3-0 no Goodison Park.[16][17] A proximidade desse local com Anfield vinha fazendo as casas tradicionais da dupla se situarem entre as dez mais próximas do mundo entre dois rivais; a distância de 1.100 metros é justamente a décima menor, sendo a menor da elite inglesa; a segunda menor entre os estádios ingleses (abaixo dos 700 metros entre as casas de Nottingham Forest e Notts County); a terceira menor no Reino Unido (abaixo também dos cem metros que separam os clubes escoceses Dundee e Dundee United, dos estádios mais próximos do mundo); e a quarta menor na Europa, abaixo de 700 metros entre os sérvios Partizan e Estrela Vermelha. Além destes, apenas Remo e Paysandu (250 metros, segunda menor), Racing e Independiente (350 metros, terceira menor), Santos e Portuguesa Santista (400 metros, quarta menor), Al-Merrikh Sporting Club e Al-Hilal Omdurman (550 metros, quinta menor), Estudiantes e Gimnasia y Esgrima (650 metros, sexta menor) e Guarani e Ponte Preta (800 metros, nona menor) têm estádios mais próximos que os Merseysiders.[9]
Em 2025, essa proximidade terminará, com a mudança do clube azul para o novo Everton Stadium, em outra região, acompanhada da demolição do Goodison Park ao término da Premier League de 2024–25.[6]
O "Clássico Amistoso"
editarO clássico é marcado pelo grande respeito mútuo entre as torcidas.[2] Nesse contexto, uma curiosa estatística está nos dois maiores artilheiros dos Reds no clássico. Eles são, em primeiro lugar, Ian Rush (25), e depois Steven Gerrard (dez). Ambos também estão entre os seis únicos jogadores do Liverpool, e os dois únicos desde a década de 1930, a conseguirem o chamado três gols em um só duelo - Rush na realidade, conseguiu quatro,[18] e é também o jogador do Liverpool com mais partidas no duelo (36).[19] No curioso contexto do clássico, porém, Rush é um dos ídolos da torcida vermelha que torcem ou torciam pelo rival, já tendo confessado que era frequentador assíduo do Goodison Park junto com o irmão.[8] Gerrard, por sua vez, sempre se declarou torcedor Red, mas na infância foi fotografado trajando o uniforme completo do Everton em uma armação de um tio.[20]
Outros exemplos de Evertonians que defenderam os Reds são Michael Owen, que sonhava na infância em ser como o artilheiro azul Gary Lineker, Robbie Fowler, Steve McManaman, Jamie Carragher e Adam Lallana. Carragher ocasionalmente chegava a treinamentos trajando vestimentas Toffees.[8] Quando completou 16 anos como profissional do Liverpool, foi contemplado com um amistoso das duas equipes, alinhadas com amigos. Ele fez um dos gols da vitória vermelha por 4-1, mas também marcou o único gol azul, em circunstância curiosa: ele cometeu um pênalti e, antes que o cobrador rival chutasse-o, correu para cobrar a penalidade, explicando que "como torcedor do Everton quando criança, eu sempre sonhei em marcar um gol contra o Liverpool. Por isso, resolvi fazer isso". O gol contra insolitamente intencional terminou aplaudido por todos.[21]
Fowler, por sua vez, protagonizou em clássico travado em 2 de abril de 1999 uma das comemorações de gol mais polêmicas do futebol, "cheirando" a linha de fundo em resposta às acusações rivais de que seria usuário de cocaína. O Liverpool venceu por 3-2,[22] encerrando jejum de vitórias que perdurava no clássico desde a temporada 1993-94.[23] Fowler, porém, recebeu quatro jogos de suspensão e multa equivalente a 44 mil euros pela atitude.[22]
Na via oposta, dentre os torcedores ou ex-torcedores confessos do Liverpool que fizeram sucesso no rival estão Peter Reid, que assumiu já ter nutrido momentaneamente ódio pela própria mãe ao vê-la infância comemorando vitória azul no clássico, sem imaginar que viraria uma lenda toffee na década de 1980,[24] sendo descrito como a principal contratação que o Everton já fez após a Segunda Guerra Mundial; e Dave Watson, jogador azul do fim da década de 1980 até o início da década de 2000,[25] capitão e melhor em campo na conquista Copa da Inglaterra de 1995,[26] último troféu do clube. Reid foi na época a contratação mais cara da história do Everton e ambos integraram o último título do time também no campeonato inglês, em 1987.[1] Um mais recente torcedor Red a ser incorporado ao Goodison Park é Theo Walcott.[27]
O beatle Paul McCartney chegou a ponto de torcer pelos dois clubes, embora nos clássicos opte pelo Everton, pelo qual era fanático na infância até reconhecer-se sem habilidade para o futebol e focar-se na música. Ele assim explicou em 2008: "depois de um concerto em Wembley, eu peguei amizade com Dalglish, que estava na plateia, e pensei comigo: ‘Quer saber? Vou torcer pelos dois times, porque todos são de Liverpool. Eu não me importo com essa coisa entre protestantes e católicos’. Então, tive uma dispensa especial do Papa para fazer isso. Torço para ambos. São dois grandes clubes. Mas, se houver um clássico, sou Everton, por causa da minha família",[28] ainda que seu irmão Mike sempre tenha apoiado os vermelhos.[29] Baterista original da banda, Pete Best é outro confesso Evertonian,[30] embora tenha se permitido a parabenizar o rival quando este sagrou-se campeão inglês em 2020.[31] O baixista original, Stuart Sutcliffe, teve sua preferência vermelha sugerida no filme Backbeat. Os demais membros, por sua vez, preferiram seguir a recomendação empresarial de Brian Epstein de serem discretos quanto ao time pelo qual torciam para não desapontar o público adepto do rival; deduz-se que George Harrison preferisse os Reds apenas por este ser o time assumido pelo filho Dhani, pois o guitarrista chegava a declarar que há três times em Liverpool (cuja região metropolitana também abriga o Tranmere Rovers) e torceria "pelo outro". John Lennon e Ringo Starr, por sua vez, seriam torcedores de equipes forasteiras - Newcastle United, no caso do guitarrista (com a maior sugestão nesse sentido advindo de um desenho infantil seu), e Arsenal, no do baterista (cujo padrasto era londrino), embora acredite-se que eles dois também guardassem simpatia pelo Liverpool; no caso de Lennon, as indicações nesse sentido viriam da conhecida paixão de seu pai pelos Reds e por ter partido de John a inclusão do antigo artilheiro vermelho Albert Stubbins como único futebolista presente na capa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, além de mencionar outro ex-jogador do clube, Matt Busby, na canção Dig It.[29][32][33][32]
Nesse contexto peculiar, os clubes já prestaram tributos a torcedores um do outro. Em 2007, o assassinato do garoto Rhys Jones, detentor de carnê que lhe permitia acompanhar todos os jogos do Everton como mandante, levou a diretoria dos Reds a, antes de uma partida, homenageá-lo na presença da família dele com o sistema de som de Anfield Road tocando a canção "Johnny Todd", normalmente usada nas entradas de campo do rival.[34] Já na temporada 2012-13, após ser esclarecido que a torcida vermelha não havia sido a própria responsável pelo desastre de Hillsborough que a acometera e sim as autoridades policiais, o Everton, em clássico na sua casa, homenageou as vítimas com a entrada de duas crianças uniformizadas por cada um com a numeração nas costas referindo-se aos 96 mortos, sob a música "He ain't heavy, he's my brother" ("ele não é um fardo, ele é meu irmão"), do grupo The Hollies. No clássico seguinte, a plateia do Liverpool retribuiu com a palavra "Thanks" ("obrigado") em mosaico nas cores azul e vermelha.[35] Na temporada 2015-16, quando a inocência dos Reds no desastre foi corroborada em júri, os vizinhos (antes de partida contra o Bournemouth) voltaram a prestar homenagem com a mesma música, dessa vez levando familiares dos mortos ao gramado, sob ovação da plateia Toffee - onde havia faixa com os dizeres "justiça finalmente, irmãos em armas".[36]
Mesmo na época da tragédia, erroneamente atribuída na ocasião à ação de hooligans, a torcida azul uniu-se em apoio à rival, e sua posterior homenagem em 2012 foi reconhecida pelos torcedores vermelhos como mais bela que a própria homenagem oficial do Liverpool. A cidade inteira também uniu-se em perpétuo boicote ao tabloide The Sun, veículo londrino que disseminara inverdades desfavoráveis aos torcedores dos Reds. As provocações utilizando as mortes em humor negro são mais frequentes vindo de torcedores insensíveis do Manchester United.[37] Quando as informações falsas ainda eram vistas como procedentes, Paul McCartney foi um dos artistas a prestar solidariedade, regravando para fins beneficentes às vítimas o single "Ferry Cross the Mersey", canção ligada à região e cujo conteúdo fala sobre superação.[28] Uma das vítimas, precisamente a mais jovem, falecendo com dez anos de idade, era justamente um primo de Steven Gerrard: Jon-Paul Gilhooley,[38] a quem Gerrard viria a dedicar a autobiografia, com as palavras "Eu jogo por Jon-Paul".[39]
A tragédia de Hillsborough ocorreu pelas semifinais da Copa da Inglaterra, cuja decisão deu-se exatamente entre Liverpool e Everton. O torcedor toffee Ian Rush fez os dois gols que deram na prorrogação o título aos Reds, na vitória por 3-2.[40] Duas semanas antes da tragédia, Rush inclusive se permitira protagonizar uma brincadeira pelo Dia da Mentira, fotografando-se com a camisa do Everton para uma publicação humorada que sugeriria sua contratação pelo rival.[41]
A temporada 2019-20 rendeu no primeiro duelo, em Anfield, uma nova homenagem das duas torcidas às vítimas de Hillsborough, dias após a absolvição judicial da chefe de polícia responsável pela segurança do estádio na ocasião da tragédia. O tributo incluiu uma bandeira nas cores azul e vermelha com a mensagem de que todos os merseysiders saberiam "da verdade", clamando então por "justiça para os 96" mortos.[42] Vencido por 5-2 pelos anfitriões, o dérbi entrou para as estatísticas ao registrar a maior quantidade de gols desde um 4-4 em 1991 pela quinta rodada da Copa da Inglaterra - e o terceiro a, válido pelo campeonato inglês, passar da barreira dos seis gols, após um 7-4 dos Reds em 1933 e um 5-2 dos Toffees em 1904. O triunfo, além de estender para vinte jogos a invencibilidade contra o vizinho, também fez o Liverpool superar seu próprio recorde geral de invencibilidade no campeonato, que eram as 31 partidas travadas entre maio de 1987 e março de 1988, em tempos áureos do clássico.[43]
O duelo disputado em 12 de fevereiro de 2025 marcou o último dérbi realizado no Goodison Park, ocasião que rendera homenagens prévias do próprio Liverpool à casa rival.[3]
Estatísticas
editarO primeiro título do Everton no campeonato inglês se deu na temporada 1890–91,[44] na terceira edição do certame.[13] O Liverpool foi criado precisamente um ano depois.[2] Sua primeira temporada na primeira divisão foi a de 1894–95, na qual terminou rebaixado.[45]
O Liverpool venceu na temporada 1900–01 pela primeira vez o campeonato,[44] igualando-se ao até então único título do vizinho.[13] Embora o Liverpool sofresse um segundo rebaixamento ao fim do de 1903–04,[45] logo obteve na temporada de 1905–06 o seu segundo título no campeonato - ao passo que o Everton, ainda com uma única conquista na liga,[44] venceu pela primeira vez a Copa da Inglaterra, troféu que o Liverpool demoraria até 1965 para obter.[46]
O segundo título inglês do Everton se deu na temporada 1915–16.[44] Na época, Everton e Liverpool ficaram igualados, mas a competição terminou suspensa com o agravamento da Primeira Guerra Mundial, só sendo retomada a partir da temporada 1919–20.[13] Inicialmente, o Liverpool sobressaiu-se, com dois títulos seguidos, em 1921–22 e 1922–23.[44] Contudo, quando a eclosão da Segunda Guerra Mundial voltou a suspender realizações do campeonato ao fim da temporada 1938–39,[13] ganha pelo próprio Everton,[44] este era a equipe mais vitoriosa da cidade; além de possuir cinco títulos no campeonato (o terceiro, no de 1927–28 e o quarto, no de 1931–32) contra os quatro do rival (o último deles, ainda no de 1922–23), havia vencido na temporada 1935–36 pela segunda vez a Copa da Inglaterra.[46]
Quando começou na temporada 1946–47 o primeiro campeonato pós-Guerra,[13] os maiores campeões ingleses eram o Sunderland (da cidade de mesmo nome) e Aston Villa (de Birmingham), com seis títulos cada - embora o último título do Villa datasse de 1910. Everton e o Arsenal (de Londres), com cinco cada um, eram os segundo maiores vencedores. O Liverpool chegou ao quinto título, igualando-se a estes, precisamente no torneio de 1946–47,[44] Ao fim do de 1950–51, o Everton sofreu seu único rebaixamento no certame. Retornou precisamente na temporada que marcou o terceiro rebaixamento do Liverpool, que, por sua vez, só conseguiria regressar à elite oito anos mais tarde - combinação que fez o campeonato passar onze temporadas seguidas sem o Dérbi do Merseyside, até a temporada de 1962–63, restringindo o duelo a encontros esporádicos pela Copa da Inglaterra.[47]
Aquela temporada de 1962–63 marcou precisamente o primeiro título inglês do Everton desde a Segunda Guerra.[47] Campeão pela sexta vez, igualou-se aos seis títulos de Sunderland, Aston Villa, embora o Arsenal já possuísse sete (campeão em 1947–48 e em 1952–53).[44] O Liverpool logo obteve na temporada seguinte o título, o primeiro dos três com seu treinador Bill Shankly.[47] Na temporada 1964–65, o clube logrou sua primeira Copa da Inglaterra e,[46] e, na temporada 1965–66, foi campeão inglês pela sétima vez, igualando-se ao Arsenal como maiores vencedores da liga.[44] Também na temporada 1965–66, o Everton conseguiu pela terceira vez a Copa da Inglaterra.[46] Com o clube azul ainda visto como mais tradicional, foi seu o estádio local a ser utilizado na Copa do Mundo FIFA de 1966, inclusive na partida histórica pela última vez em que Pelé e Garrincha jogaram e marcaram gols juntos pelo Brasil - os dois gols do duelo contra a Bulgária,[48] no que também foi o último gol de Garrincha pela seleção.[49]
O Manchester United, com seguidas conquistas na década de 1950, pudera chegar na temporada 1964–65 o seu sexto título inglês e ao sétimo na de 1966–67,[44] começando a fomentar o Dérbi do Noroeste entre os dois clubes vermelhos.[2] O título seguinte do Manchester United, todavia, tardaria até a temporada 1992–93, enquanto o Everton igualou-se na temporada 1969–70 aos sete títulos dele, do vizinho e do Arsenal - que chegou ao oitavo título na temporada 1970–71, mas também passaria largo tempo, até a temporada 1988–89, a ter novo título.[44] Assim, entre as décadas de 1970 e de 1980, os dois clubes da cidade de Liverpool se consolidaram como os maiores vencedores da liga.[1]
O Liverpool chegou na temporada 1972–73 ao oitavo título inglês e na de 1976–77 ao nono,[44] além de vencer na temporada 1973–74 sua segunda Copa da Inglaterra.[46] O Everton chegou ao oitavo e ao nono título inglês respectivamente nas temporadas 1983–84 e 1986–87,[44] vencendo na de 1983–84 também a Copa da Inglaterra, pela quarta vez.[46] Na temporada 1988–89, o Everton foi igualado pelo Arsenal como segundo maior campeão inglês, e superado por ele na de 1990–91.[44]
O Liverpool, por sua vez, manteve-se até o fim do século XX como maior campeão inglês,[13] embora passasse largo tempo desde a 18ª conquista, na temporada 1989–90, para chegar à 19ª - exatamente trinta anos depois. Nesse ínterim, acabou ultrapassado pelos vinte títulos acumulados pelo outro rival, o Manchester United (campeão pela 18ª vez na temporada 2008–09, pela 19ª na de 2010–11 e pela 20ª na de 2012-13).[44] Já o Everton, sem mais vencer o campeonato desde 1987,[1] teve seus nove títulos gradualmente superados também pelos dois clubes de Manchester: o United chegou ao décimo na temporada 1995–96 e o City, na de 2023–24.[44]
Ao fim da década de 2000, os dois times de Liverpool eram também líderes na soma de pontos de todas as edições do campeonato inglês.[2] Em 2018, o Liverpool segue em primeiro com 4836 pontos, com o Arsenal tomando a segunda colocação, com 4780, dez a mais que a do Everton, atual terceiro colocado. O estádio de Anfield Road, casa do Liverpool que anteriormente foi utilizada por dez anos pelo rival, é precisamente o campo que mais recebeu partidas na primeira divisão inglesa, enquanto o Everton é o clube que mais partidas jogou na elite - só tendo passado duas temporadas na segunda divisão em sua história.[2]
A dupla já realizou finais ou liderou o pódio do campeonato inglês nos seguintes anos: em 1966, o Liverpool venceu por 1-0 a Supercopa da Inglaterra; em 1984, os Reds venceram por 1-0 a final da Copa da Liga Inglesa, enquanto o Everton venceu por 1-0 a Supercopa; em 1985, o Everton venceu o campeonato e o rival foi vice; em 1986, ocorreu o inverso, com o Liverpool campeão inglês deixando os Toffees em segundo, além de vencer o rival também na final da Copa da Inglaterra (por 3-1), enquanto a a Supercopa foi dividida após empate em 1-1; em 1987, os azuis novamente foram os campeões ingleses com os vermelhos de vices; por fim, em 1989 o Liverpool venceu a final da Copa da Inglaterra por 3-2,[46] em conquista dedicada às vítimas da tragédia de Hillsborough, ocorrida na semifinal da competição.[40]
Ambos os clubes estiveram na mesma temporada em finais continentais, na de 1984-85. Os azuis ganharam a Recopa Europeia,[50] enquanto os vermelhos foram derrotados na final da Liga dos Campeões da UEFA, partida esta marcada pela tragédia de Heysel - esta, de fato provocada por hooligans do Liverpool. Indiretamente, os Reds acabaram responsáveis por impedir que os vizinhos pudessem brilhar na Liga dos Campeões na segunda metade da década de 1980, quando o Everton tinha um dos melhores elencos de sua história: como punição, todos os clubes ingleses foram banidos por cinco anos das competições continentais.[2]
Em fevereiro de 2009, os clubes protagonizaram um clássico curioso: em duelo pela Copa da Inglaterra, empatavam em 0-0 até o fim da prorrogação, quando a emissora ITV, que exibia a partida, acionou o intervalo comercial. Quando a exibição da propaganda encerrou, as imagens do jogo já mostravam as comemorações dos jogadores do Everton com o gol da vitórias aos 13 minutos do segundo tempo extra. A emissora assumiu que seu sistema cometeu uma falha ao inserir de modo automático os comerciais.[51] Naquele torneio, o Everton pôde chegar à final (perdida para o Chelsea)[52] e aquela foi precisamente uma das últimas vitórias azuis no clássico: à altura de 2018, o último triunfo do Toffees ainda datava de 2010.[53]
Em 2018, um encontro em janeiro marcou a estreia promissora do zagueiro neerlandês Virgil van Dijk, que marcou nos minutos finais o gol de vitória vermelha por 2-1 válida pela Copa da Inglaterra após ter uma atuação defensiva também soberba - fazendo o treinador Jürgen Klopp admitir ser preferível "mudar de opinião do que não ter opinião", em referência à postura declarada de outrora de que preferiria abandonar o futebol a pagar 100 mil libras por um único jogador (o patamar usado para contratar Van Dijk).[54] Outro duelo daquele ano, em dezembro, foi cenário do gol que rendeu ao Red Mohamed Salah a vitória no Prêmio Puskás para gol mais bonito da temporada.[55]
Em 2019, embora não evitasse o prolongamento de um jejum de quase dez anos sem vencer o rival, o Everton foi indiretamente responsável para manter um jejum desfavorável ao próprio Liverpool. Sem conquistar a liga inglesa desde a temporada 1989-90, o clube de Anfield liderava a edição de 2018-19 até um clássico disputado em março. O empate sem gols foi suficiente para os vermelhos perderem a liderança para o Manchester City e adiante terminarem com o vice-campeonato por um ponto a menos que este clube.[56]
Após o dérbi influir na decepção dos Reds com a perda da liga inglesa de 2018-19, estes enfim puderam encerrar o jejum de três décadas na temporada seguinte, cerca de cinco anos depois de contratarem seu treinador Jürgen Klopp após terem demitido o antecessor Brendan Rodgers exatamente após outro 0-0 no clássico, em outubro de 2015.[54] Houve inclusive a possibilidade de a conquista ser matematicamente assegurada em clássico em pleno Goodison Park, caso os vermelhos triunfassem na casa rival e o concorrente (novamente, o Manchester City) perdesse uma partida prévia contra o Arsenal, mas nada dessa combinação ocorreu. O duelo quase decisivo, aguardado sob espera especial também por retomar o campeonato após suspensão de meses decorrente da pandemia de COVID-19 (o que fez com que a partida fosse disputada sem torcidas, após uma frustrante anulação da temporada inteira chegar a ser debatida), foi outro finalizado em 0-0, com os azuis obtendo as possibilidades mais concretas de vitória. Carlo Ancelotti, técnico toffee na ocasião,[57] era justamente o outro principal candidato a assumir o Liverpool na época da contratação de Klopp.[54]
Na temporada 2020-21, em 20 de fevereiro de 2021, o Everton quebrou dupla sequência notável sem vitórias no duelo. O triunfo azul por 2-0 encerrou dez anos sem vitórias dos Toffees no clássico e também vinte e dois anos sem que o clube derrotasse o rival dentro de Anfield - que, não recebeu público em função dos cuidados contra a mesma pandemia.[58]
O duelo teve uma de suas edições mais históricas em 12 de fevereiro de 2025, por marcar a despedida de dérbis no Goodison Park. Memorável por si só, a partida que encerrou cerca de 130 anos de cronologias do clássico naquele estádio acabou repercutindo em especial também pelo desfecho, com o empate azul em 2-2 sendo alcançado praticamente no lance final do jogo.[3][4][5][6]
Torcidas
editarSegundo pesquisa divulgada pelo Instituto Roy Morgan em agosto de 2004, o Liverpool seria a segunda maior torcida da Inglaterra, com 3.133.000 torcedores e o Everton a nona maior torcida, com 628.000 torcedores.
O Everton, apesar de ser fundado por trabalhadores metodistas, tem mais torcedores entre os católicos da cidade e região (foi fundado na igreja metodista de Saint Domingo's) e o Liverpool tem sua imagem ligada aos protestantes da cidade, embora diferentemente do clássico de Glasgow, não haja sectarismo religioso envolvendo os torcedores.
O recorde de público do Merseyde Derby é de 78.299 espectadores, acontecido no dia 18 de setembro de 1948, em clássico disputado no Estádio Goodison Park, do Everton.
Em campo neutro, no Estádio de Wembley, por duas vezes este clássico alcançou a marca de 100.000 torcedores, em 18 de agosto e 25 de março de 1984, tendo chegado a 98.000 em 10 de maio e a 88.231 em 16 de agosto de 1986.
Maiores públicos
editar# | Data | Estádio | Placar | Público |
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1º | 18 de setembro de 1948 | Goodison Park | 1–1 | 78.599 |
2º | 22 de setembro de 1962 | Goodison Park | 2–2 | 73.000 |
3º | 16 de setembro de 1950 | Goodison Park | 3–1 Liverpool | 71.150 |
4º | 27 de agosto de 1949 | Goodison Park | 0–0 | 70.812 |
5º | 27 de setembro de 1947 | Goodison Park | 3–0 Liverpool | 66.776 |
6º | 8 de fevereiro de 1964 | Goodison Park | 3–1 Everton | 66.515 |
7º | 15 de outubro de 1927 | Goodison Park | 1–1 | 65.729 |
8º | 12 de abril de 1965 | Goodison Park | 2-1 Everton | 65.402 |
9º | 1 de outubro de 1938 | Goodison Park | 2–1 Everton | 64.977 |
10º | 3 de fevereiro de 1968 | Goodison Park | 1–0 Everton | 64.482 |
- Não incluídos jogos no Estádio de Wembley.
Médias de público por década
editarPeríodo | Everton | Liverpool |
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2010– | 39.593 | 44.664 |
2000–09 | 40.020 | 44.360 |
1990–99 | 39.107 | 41.823 |
1980–89 | 49.529 | 45.240 |
1970–79 | 55.502 | 54.168 |
1962–69 | 64.606 | 53.805 |
1946–51 | 63.529 | 50.697 |
1931–39 | 49.444 | 45.423 |
1919–30 | 51.590 | 50.694 |
1905–15 | 41.600 | 37.600 |
1894–1904 | 39.888 | 28.444 |
- Não incluídos jogos no Estádio de Wembley.
Vitórias do Everton - azul, Vitórias do Liverpool - vermelho, Empates - amarelo
Títulos
editarListagem de competições oficiais, nos âmbitos nacional e internacional, e respectivo número de títulos conquistados por Liverpool FC e Everton FC.
Competições internacionais | Liverpool FC | Everton FC |
---|---|---|
Taça Intercontinental / Mundial de Clubes | 1 | - |
Taça dos Campeões Europeus / Liga dos Campeões da UEFA | 6 | - |
Taça das Cidades com Feiras / Taça UEFA / Liga Europa | 3 | - |
Taça das Taças | - | 1 |
Supertaça Europeia | 4 | - |
Total internacional | 14 | 1 |
Competições nacionais | Liverpool FC | Everton FC |
Campeonato de Inglaterra / Premier League | 19 | 9 |
Taça de Inglaterra | 8 | 5 |
Taça da Liga Inglesa | 9 | - |
Supertaça de Inglaterra | 16 | 9 |
Supercopa | 1 | - |
Campeonato Inglês da Segunda Divisão | 4 | 1 |
Campeonato de Inglaterra (Reservas) | 2 | - |
Total nacional | 59 | 24 |
Competições regionais | Liverpool FC | Everton FC |
Campeonato do Centro e Norte de Inglaterra "The Central League" | 16 | 4 |
Campeonato de Lancashire | 7 | 8 |
Campeonato de Lancashire "Combination" | 2 | 6 |
Taça Senior Lancashire | 13 | 7 |
Taça Senior Liverpool | 41 | 46 |
Total regional | 82 | 72 |
TOTAL | 151 | 98 |
Ver também
editarReferências
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