Michael Biberstein
Michael Biberstein (Solothurn, Suíça, 7 de Novembro de 1948 - Alandroal, 5 de Maio de 2013) foi um pintor de nacionalidade dupla Suíça e Americana, que se destacou principalmente pela sua carreira em Portugal, onde viveu durante cerca de três décadas.[1]
Michael Biberstein | |
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Nascimento | 7 de Novembro de 1948 Solothurn, Suíça |
Morte | 5 de Maio de 2013 Alandroal |
Nacionalidade | Suíça - Estados Unidos |
Movimento(s) | Pintura abstracta |
Biografia
editarPrimeiros e anos e formação
editarNasceu em 1948, na localidade de Solothurn, na Suíça,[2] filho de pai de origem suíça e mãe norte-americana.[3] Foi para os Estados Unidos da América aos catorze anos de idade, onde estudou História da Arte, tendo sido aluno de David Sylvester (en), que o incentivou a seguir uma carreira mais próxima da arte do que historiador.[3]
Carreira artística
editarEm 1979, mudou-se de forma definitiva para Portugal, tendo-se integrado inicialmente num grupo onde também faziam parte Julião Sarmento e Fernando Calhau.[3] A sua primeira exposição nacional foi ainda em 1979, na Galeria Módulo.[4] Alguns anos mais tarde fixa-se na vila do Alandroal,[3] onde residiu durante cerca de trinta anos, tendo o seu atelier na Fonte Santa, no percurso entre o Alandroal e o Redondo.[5] Iniciou a sua carreira na pintura em 1972,[2] sendo as suas obras principalmente de grande formato, em pintura abstracta, retratando paisagens, onde utilizou cores neutras, especialmente pretos e cinzentos.[5]
Em 1991, duas pinturas suas fizeram parte de uma exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, onde estiveram junto coma pintura de um naufrágio de Claude Joseph Vernet.[2] Em 1995, foi organizada na Fundação Calouste Gulbenkian a exposição antológica Michael Biberstein: a difícil travessia dos Alpes.[2]
A última obra de Michael Biberstein foi a pintura do tecto na Igreja de Santa Isabel, em Campolide, que demorou cerca de quatro anos, e que não foi completada devido ao seu falecimento.[2] Este trabalho foi feito no âmbito das obras de conservação da igreja, planeadas desde 2009, tendo sido convidado pela família Appleton, em cuja galeria o artista tinha apresentado a exposição Works on Paper.[6] Michael Biberstein aceitou fazer a obra, sem quaisquer compensações financeiras.[6] Preparou primeiro uma maqueta, que expôs na galeria, e depois iniciou o trabalho na igreja, que no entanto ficou interrompido devido ao seu falecimento súbito.[6] A pintura foi continuada pela empresa estrangeira Factum, que ofereceu parcialmente a obra, com o apoio da viúva de Michael Biberstein, tendo sido inaugurada em Julho de 2016, numa missa presidida por D. Manuel Clemente.[6] Esta não foi a primeira obra de pintura de tecto feita pelo artista, que já antes tinha feito um trabalho semelhante num castelo na Suíça, embora de dimensões muito menores.[6]
Falecimento e família
editarFaleceu em 5 de Maio de 2013, aos 65 anos de idade, devido a um acidente vascular,[6] na sua residência no Alandroal.[1] Estava casado com a escritora Ana Nobre de Gusmão.[6]
Homenagens
editarEm 2008, o realizador português Fernando Lopes produziu o filme Michael Biberstein, o Meu Amigo Mike ao Trabalho, onde o retratou a trabalhar no seu atelier na Fonte Santa.[1]
Em Maio de 2018, iniciou-se a exposição retrospectiva Michael Biberstein: X na Culturgest, em Lisboa, que ocupou as duas galerias daquela instituição.[2]
Referências
- ↑ a b c ALMEIDA, Pedro Dias de (7 de Junho de 2018). «As paisagens (quase) invisíveis de Michael Biberstein». Visão. Consultado em 27 de Outubro de 2019
- ↑ a b c d e f «Artista Michael Biberstein criava para "desacelerar a percepção"». Observador. 18 de Maio de 2018. Consultado em 27 de Outubro de 2019
- ↑ a b c d OLIVEIRA, Luísa Soares de (18 de Maio de 2018). «O pintor capturado na sua pintura». Público. Consultado em 27 de Outubro de 2019
- ↑ VIDAL, Carlos (22 de Agosto de 2018). «Crítica de artes plásticas: Michael Biberstein - A Paisagem e o Mundo». Sábado. Consultado em 27 de Outubro de 2019
- ↑ a b «Alandroal e Alentejo nas pinturas de Biberstein». Tribuna Alentejo. 9 de Junho de 2018. Consultado em 27 de Outubro de 2019
- ↑ a b c d e f g PEREIRA, Mariana (16 de Julho de 2016). «O Mike fez de Santa Isabel uma igreja a céu aberto». Diário de Notícias. Consultado em 27 de Outubro de 2019
Ligações externas
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