Miguel Veiga
Miguel Luís Kolback da Veiga (Porto, 30 de junho de 1936 — Porto, 14 de novembro de 2016[1]) foi um advogado e político português.
Miguel Veiga | |
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Nascimento | 30 de junho de 1936 Porto |
Morte | 14 de novembro de 2016 (80 anos) Porto |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | advogado, político |
Distinções |
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Biografia
editarDe pai beirão e mãe francesa[2], Miguel Veiga nasceu e passou toda a sua vida no Porto, com exceção do período em que cursou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, entre 1954 e 1959.
Concluída a licenciatura nessa instituição, iniciou uma longa carreira na advocacia, de quase 50 anos[3], dando continuidade ao escritório do seu pai e tio, no Porto, onde praticava. essencialmente, Direito Civil e Comercial[4].
Sobre o exercício da advocacia escreveu num texto autobiográfico para o Jornal de Letras encarar a profissão como uma forma de cidadania, afirmando que numa "(...) sociedade agressiva e conflitual, que é a nossa, a advocacia fornece-nos (...) a dimensão civilizada da agressividade"[2].
Influenciado pela família, de ideais republicanos e opositora ao salazarismo, cedo se interessou também pela politica.
Em 1974, na sequencia do 25 de Abril, juntava-se a Francisco Sá Carneiro, Joaquim Magalhães Mota e Francisco Pinto Balsemão na fundação do Partido Popular Democrático (posteriormente PSD), estrutura em que veio a ocupar os cargos de vice-presidente e de membro das suas primeiras Comissões Políticas e Conselhos Nacionais[5].
Pelo PSD foi igualmente eleito deputado à Assembleia Constituinte, pelo Circulo do Porto, em 1975[6].
Em finais de 1975, contudo, encontrar-se-ia entre o grupo de militantes - como Jorge Sá Borges, Carlos Mota Pinto e outros - que, apos o Congresso de Aveiro, entrou em ruptura com a estratégia dirigida por Sá Carneiro, afastando-se então do partido[4]. Viria a reaproximar-se da estrutura aquando da liderança de Francisco Pinto Balsemão[4].
Embora não tenha exercido outros cargos de natureza politica (e tenha, nomeadamente, recusado exercer funções governativas[7]), permaneceu como um dos militantes mais destacados do PSD, sendo igualmente notado o seu espirito de forte independência[4]. Defendia igualmente uma matriz de laicidade, republicanismo e social-democracia, que considerava corresponder a verdadeira identidade do PPD-PSD, que devia parte da sua génese aos republicanos da cidade do Porto.
Em 1986, aquando das eleições para a Presidência da República, não obstante o seu vínculo partidário - e o facto de o PSD, então chefiado por Aníbal Cavaco Silva, apoiar a candidatura de Diogo Freitas do Amaral - Miguel Veiga resolveu apoiar Mário Soares.
Morreu a 14 de novembro de 2016, aos 80 anos de idade.
Outras posições
editarApesar do seu apoio a Mario Soares nas eleições presidenciais de 1986, quando Soares voltou a recandidatar-se em 2006, procurou novamente o apoio de Miguel Veiga, que, contudo, preferiu apoiar o candidato candidato apoiado pelo PSD, Cavaco Silva[8].
Foi um dos principais signatários do Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico de 1990, petição on-line que, entre Maio de 2008 (data do início) e Maio de 2009 (data da apreciação pelo Parlamento), recolheu mais de 115 mil assinaturas válidas[9].
Condecorações
editarFoi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade (9 de junho de 1994)[10], sendo também membro do Conselho das Ordens Honoríficas.
Em 2007 foi agraciado pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. No momento proferiu um extenso e emotivo discurso, intitulado Razão do Sentimento de Pertença ao Porto.[11]
Polemicas
editarAcusação de plagio
editarMiguel Veiga foi acusado de plágio por José António Saraiva. No livro Confissões, publicado em 2006, o ex-diretor do Expresso José António Saraiva revelou duas queixas de plágio que o levaram a suspender os artigos de opinião do advogado no semanário. Foi igualmente acusado de plágio pelo Professor João Sousa Dias e condenado, após publicar um texto da autoria deste mencionando-o apenas como referência bibliográfica, sem revelar que o copiava integralmente.[12]
Obras
editar- Miguel Veiga et al., Francisco Sá Carneiro - 20 Anos depois, Lisboa, Gradiva Publicações, 2001, ISBN 9789726628187
- Miguel Veiga, Um Advogado em Redor das Letras à Volta do Porto, Porto, Edições Asa, 2002, ISBN 9789724130439
- Miguel Veiga, A Consciência Entre o Lícito e o Ilícito, Porto, Campo das Letras, 2004, ISBN 9789726108290
- Miguel Veiga, Os Poemas da Minha Vida 2, Lisboa, Público, 2004, ISBN 9789728892166
Referências
- ↑ «Morreu Miguel Veiga, fundador do PSD». Jornal Expresso. 14 de novembro de 2016. Consultado em 14 de novembro de 2016
- ↑ a b «Visão | A "autobiografia" de Miguel Veiga - Cidadão e advogado militante». Visão. 14 de novembro de 2016. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ «Visão | A "autobiografia" de Miguel Veiga - Cidadão e advogado militante». Visão. 14 de novembro de 2016. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d «Miguel Veiga». Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ Portugal, Rádio e Televisão de (14 de novembro de 2016). «Morreu cofundador do PSD Miguel Veiga». Morreu cofundador do PSD Miguel Veiga. Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ "Propostas para que se aprovem as Medalhas Municipais de Mérito – Grau Ouro a Miguel Luís Kolback Veiga" in Boletim da Câmara Municipal do Porto, ano LXXII, n.º 3712, pp. 1045-1046
- ↑ «Miguel Veiga». Consultado em 6 de dezembro de 2024
- ↑ Presidenciais: procura de apoios para Frente de Esquerda - Soares em negociações com comunistas e bloquistas, Correio da Manhã,
- ↑ «Petição em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico»
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Miguel Luis Kolback da Veiga". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de julho de 2019
- ↑ "Razão do Sentimento de Pertença ao Porto"
- ↑ http://www.publico.pt/sociedade/noticia/miguel-veiga-condenado-a-multa-e-a-indemnizacao-por-plagiar-parte-de-um-livro-de-filosofia-1552261%7C3[ligação inativa]