Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias
D. Miguel da Paz (Saragoça, 24 de agosto de 1498[1] — Granada, 19 de julho de 1500[2]), foi um infante de Portugal, Castela e Aragão, filho do primeiro casamento do rei D. Manuel I com a infanta D. Isabel de Aragão.[1]
Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias | |
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Nascimento | 23 de agosto de 1498 Saragoça, Província de Saragoça, Império Espanhol |
Morte | 19 de julho de 1500 (1 ano) Granada, Império Espanhol |
Sepultamento | Capela Real de Granada |
Cidadania | Reino de Portugal, Coroa de Aragão, Coroa de Castela |
Progenitores | |
Irmão(ã)(s) | Beatriz de Portugal, Duquesa de Saboia, Isabel de Portugal, Maria de Portugal, Duquesa de Viseu, Fernando de Portugal, Duque da Guarda, João III de Portugal, Henrique I de Portugal, Duarte de Portugal, 4.º Duque de Guimarães, Luís de Portugal, Duque de Beja, Afonso de Portugal |
Ocupação | herdeiro presuntivo |
Título | Príncipe das Astúrias, Príncipe de Girona, Príncipe de Portugal |
Religião | Igreja Católica |
Vida e morte
editarDom Miguel da Paz (como foi baptizado, para selar a paz existente entre as três coroas peninsulares), nasceu em Saragoça, em 23 de agosto de 1498.[2]. Após a morte da sua mãe durante o parto, tornou-se o herdeiro conjunto de Castela (onde foi de imediato reconhecido como Príncipe das Astúrias), de Aragão (e como tal jurado herdeiro nas cortes reunidas em Saragoça) e de Portugal, em março de 1499.[1][2] Permaneceu em Castela, em Granada, onde foi educado pelos avós maternos (os Reis Católicos) até atingir a idade de dois anos, data da sua morte precoce a 19 de julho de 1500,[3][4] que pôs fim ao sonho da União Ibérica na sua pessoa.[3] Foi sepultado no convento de Santa Isabel, em Toledo e posteriormente foi trasladado para a Capela Real de Granada.
Em outubro de 1500, D. Manuel I, pai de D. Miguel, casou-se com Maria de Aragão, irmã mais nova da mãe de Miguel. D. Maria deu à luz o eventual sucessor de D. Manuel, D. João III, e vários outros filhos.[5]
Quando o acordo do casamento real se fizera em ainda o príncipe João, filho varão dos reis católicos, era vivo, pelo que a união dos reinos peninsulares não era um cenário imediato. Mas dois dias antes do matrimónio, o herdeiro dos reinos espanhóis morre e as coroas de Castela, Leão e Aragão ficam assim à mercê de um filho de D. Manuel e D. Isabel. Quando no ano seguinte D. Miguel da Paz nasce a possibilidade de união é grande. A mãe morre no parto e os reis católicos pressionam para que o príncipe seja educado em Espanha. D. Miguel morrerá em Granada com apenas 21 meses de idade e com ele as esperanças de unir os reinos ibéricos.
Após a sua morte, D. Joana, uma outra tia materna de D. Miguel, tornou-se a herdeira dos reinos de Castela e Aragão, sendo estes mais tarde governados pelos Habsburgos, através de D. Carlos V, filho de D. Joana. A União Ibérica, embora de curta duração, ocorreu oitenta anos após a morte de D. Miguel, entre 1580 e 1640, durante a dinastia filipina, sendo unida por Filipe II de Espanha, meio-sobrinho de Miguel e neto de D. Joana de Castela, de D. Manuel I de Portugal de D. Maria de Aragão.
Referências
- ↑ a b c Oliveira e Costa 2013, p. 175.
- ↑ a b c Fernández Álvarez 2003, p. 387.
- ↑ a b Oliveira e Costa 2013, p. 176.
- ↑ Downey 2014, p. 332.
- ↑ Downey 2014, p. 376.
Bibliografia
editar- Fernández Álvarez, Manuel (2003). Isabel la Católica. Madrid: Espasa-Calpe, S.A. ISBN 84-670-1260-9
- Oliveira e Costa, João Paulo (2013). Episódios da Monarquia Portuguesa. Lisboa: Cículos de Leitores e Temas e Debates. ISBN 978-989-644-248-4
- Rodrigues Oliveira, Ana (2010). Rainhas medievais de Portugal. Dezassete mulheres, duas dinastias, quatro séculos de História. Lisboa: A esfera dos livros. ISBN 978-989-626-261-7
Precedido por Jaime I de Bragança |
Príncipe herdeiro de Portugal 1498 — 1500 |
Sucedido por Leonor de Avis |
Precedido por Isabel de Aragão |
Príncipe das Astúrias 1498 — 1500 |
Sucedido por Joana de Castela |
Precedido por João de Trastâmara |
Príncipe de Girona 1498 — 1500 |
Sucedido por Joana de Castela |