Milton Tavares de Souza

 Nota: Para outros significados, veja Milton Tavares de Souza (desambiguação).

Milton Tavares de Souza (Niterói, 17 de fevereiro de 1917São Paulo, 21 de junho de 1981) foi um General de Exército brasileiro.

Milton Tavares
Milton Tavares de Souza
Dados pessoais
Nome completo Milton Tavares de Souza
Nascimento 17 de fevereiro de 1917

Niterói, Rio de Janeiro
Morte 21 de junho de 1981 (64 anos)
São Paulo, São Paulo
Vida militar
País  Brasil
Força Brasão do Exército Brasileiro Exército Brasileiro
Hierarquia General de exército
Comandos
Batalhas

Carreira Militar

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Nos anos 1930, opôs-se ao Levante Comunista de 1935, promovido pela Aliança Nacional Libertadora. Durante a II Guerra Mundial, foi combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), tendo recebido a Cruz de Combate de Primeira Classe e a Medalha Sangue do Brasil, por ter sido ferido em batalha.

Promovido a general-de-brigada em novembro de 1969, no início do governo do general Emílio Médici, assumiu em seguida a chefia do Centro de Informações do Exército (CIEx), cargo que acumulou a partir de 1970 com o de oficial-de-gabinete do ministro do Exército, na época o general Orlando Geisel. Ainda em 1969 foi criada a Operação Bandeirante (Oban), que se notabilizou pela prática de tortura e eliminação física de prisioneiros políticos e seria usada como modelo para a organização dos DOI-CODI em todo o Brasil, que também se utilizaram de métodos semelhantes aos da Oban. O sistema DOI-CODI, criado em 1970, ficaria subordinado à chefia CIEx, exercida então pelo general Milton, que, posteriormente, defenderia a eliminação física dos adversários do regime.[1].

Milton Tavares também dirigiu a Operação Marajoara, desencadeada a partir de outubro de 1973 e voltada à preparação do emprego maciço de tropas do Exército, no combate à guerrilha do Araguaia, o que resultou em pelo menos 49 guerrilheiros desaparecidos. [2][3]

Entre 31 de agosto de 1979 e 21 de junho de 1981, comandou o II Exército, em São Paulo.[4]

Em abril de 1980, comandou as operações policiais de repressão à greve dos metalúrgicos do ABC paulista que resultaram na prisão dos dirigentes sindicais envolvidos no episódio.

Em 1981, foi acusado pelo deputado federal Genival Tourinho, do PDT de Minas Gerais, de estar envolvido com uma série de atentados terroristas de direita, desencadeados a partir de janeiro daquele ano ("Operação Cristal") e cujo objetivo seria desestabilizar o regime e deter o projeto de abertura política. Por apresentar uma acusação sem provas, no entanto, Genival Tourinho foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional. O Supremo Tribunal Federal o condenou a cinco meses de prisão, com direito a terminar o mandato, mas tornando-o inelegível nas eleições de 1982.[2][5]

Milton Tavares faleceu em 21 de junho 1981, na Capital Paulista. Era casado com Zilmar Guimarães de Sousa. O casal tinha três filhos. No ano de sua morte, o trecho da rodovia SP-332 que vai de Campinas a Conchal recebeu seu nome através do Decreto estadual 17.328/1981. [6] A denominação foi removida, quase três décadas depois, pela Lei estadual 14.115/2010[7]

Referências

  1. Eurípedes Alcântara (12 de novembro de 2003). «Esse negócio de matar é uma barbaridade, mas acho que tem que ser». Veja, edição 1828. Consultado em 7 de agosto de 2010 
  2. a b CPDOC-FGV. SOUSA, Milton Tavares (verbete biográfico)
  3. Capucho, Vera A. C. Projeto de Fortalecimento dos Mecanismos de Participação Social. Documento técnico contendo relatório do georreferenciamento de logradouros, monumentos e equipamentos públicos tais como escolas, hospitais, centros de atendimento e assistência social, entre outros, que contenham ou veiculem o nome de pessoas que tenham sofrido ou supostamente cometido crimes de lesa-humanidade ou violações aos direitos humanos durante a ditadura civil-militar no município de São Paulo, SP, 2014
  4. «Galeria dos antigos Comandantes do CMSE». Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  5. Gaspari, Elio. A ditadura acabada . Rio de Janeiro: Intrinseca, 2017.
  6. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (14 de julho de 1981). «Decreto 17.328/81». 15/07/1981. Consultado em 6 de agosto de 2010. Arquivado do original em 25 de fevereiro de 2016 
  7. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (4 de junho de 2010). «Lei 14.115/2010». 05/06/2010. Consultado em 7 de agosto de 2010. Arquivado do original em 25 de fevereiro de 2016 

Precedido por
José Fragomeni
 
26º Comandante do II Exército

1979 - 1981
Sucedido por
Sérgio de Ary Pires