Miraflores (Oeiras)

povoação no concelho de Oeiras, Portugal

Miraflores é uma localidade da Freguesia de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada - Dafundo, Oeiras.

Miraflores
  Povoação do Concelho de Oeiras  
Miraflores, vista do Alto dos Barronhos.
Miraflores, vista do Alto dos Barronhos.
Miraflores, vista do Alto dos Barronhos.
Localização
Coordenadas
País Portugal
Região Área Metropolitana de Lisboa
Concelho Oeiras
Freguesia Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
Características geográficas
População total (2011) 9 842 hab.

Começou por ser uma urbanização desenvolvida por Joaquín Peña Mechó (um espanhol radicado em Portugal) no princípio dos anos 70. Fez parte da Freguesia de Algés. Em 1969 teve início a construção, num conjunto de pequenas quintas, das quais ainda restam duas: a Quinta da Formiga e um reduto paralelo à Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés.

O conceito da urbanização, baseado nos já então realizados em Espanha, nomeadamente nos bairros de Madrid, em que a urbanização era fechada sobre si e tinha as suas infraestruturas desportivas (no caso de Miraflores campos de ténis e piscina), bem como a novidade para a época de cada prédio ter garagem subterrânea. Os primeiros prédios ficaram prontos e muitos apartamentos foram vendidos antes do 25 de Abril. No período conturbado que se seguiu, Miraflores foi considerado (no jargão da época) uma urbanização fascista, elitista, e outros termos afins. Joaquín Peña chegou a ser detido no período do PREC, e foram levantados vários entraves ao licenciamento das obras, entre elas a não autorização da construção da garagem subterrânea no bloco de prédios da Rua Brito Pais.

Estes acontecimentos levaram à paragem da construção dos restantes prédios, bem como à paragem dos trabalhos em outros, como foi o caso do edifício onde hoje está instalado o centro comercial Dolce Vita, que só foi terminado no final dos anos 90.

A Pedreira dos Húngaros, um bairro de lata que já existia antes da revolução no resto da quinta, foi ocupada por emigrantes, sobretudo das ex-colónias.

Joaquín Peña tinha, antes da revolução, comprado terrenos noutras zonas do concelho de Oeiras e inclusive contribuído financeiramente para que a Câmara Municipal se encarregasse da construção de bairros destinados às famílias carenciadas, com o intuito de libertar os terrenos que lhe pertenciam, da construção clandestina.

Com a morte de Peña Mechó, em Março de 1987, a esposa Pilar e os filhos (Joaquín, Marta, Francisco, Paloma e Mercedes) assumem a liderança do projecto e da Habitat, a sociedade imobiliária da família, numa época em que a economia portuguesa entrou numa fase de crescimento, e novos investidores apostaram em finalizar a urbanização. Assim, desde os anos 90 até à data tem-se assistido a um renascimento, ao que não é alheio o realojamento da população, e o consequente fim, da Pedreira dos Húngaros pela Câmara Municipal de Oeiras, libertando o terreno para um jardim, mais construções e uma igreja.

Dada a qualidade das construções iniciais, e o facto de ser um bairro de população da média-alta classe média, muitas construções posteriores, se bem que não fazendo parte do projecto inicial, "colaram-se" ao nome Miraflores, alargando a área abrangida actualmente maior que a prevista e para além dos limites da Quinta de Miraflores original.

Ver também

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