Misturas comuns do álcool combustível

tipos comuns de mistura de etanol combustível

As misturas comuns do álcool combustível com gasolina ou puro, conhecidas como gasool (em inglês: gasohol ou em castelhano: gasohol ou alconafta) são usadas em motores de combustão interna. O uso da mistura é possível somente se o motor for fabricado ou adaptado para esse propósito. A proporção entre ambos os combustíveis é indicada pelo porcentagem de etanol (álcool etílico) precedido pela letra E maiúscula. Desta maneira, a mistura E10 é composta de 10% de etanol anidro e 90% de gasolina. As misturas mais comuns utilizadas no mundo são E5, E10, E20, E25, E70, E75, E85, E95 e E100. Também é possível a mistura de metanol (álcool metílico) com gasolina, mas neste caso a denominação inicia com a letra M. Uma mistura comum é M85, que está composta de 85% de metanol e 15% de gasolina.

Gama de misturas comuns de etanol combustível

E5, E7 e E10

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E10 é a mistura de 10% de etanol com 90% de gasolina. Originalmente chamada de gasool, esta é a mistura mais utilizada no mundo. Vários países têm leis ou regulamentos que obrigam a misturar 5%, 7,5% ou 10% de etanol anidro (sem água) com a gasolina regular. A maioria dos carros fabricados nas últimas décadas foram construídos para operar com gasolina pura ou até E10 sem necessidade de adaptações adicionais.

Países que utilizam gasool ou misturas de gasolina com baixo teor de etanol
(E5 a E25)
País Mistura
Etanol
Uso País Mistura
Etanol
Uso País Mistura
Etanol
Uso Estado Mistura
Etanol
Estado Mistura
Etanol
Países com misturas obrigatórias ou disponível para uso opcional   União Europeia[1]   Estados Unidos[2][3]
(Somente os estados com mistura obrigatória(6))
  Austrália[4] E10 Opcional   Índia[5] E5 Obrigatória   Áustria E10 Opcional Florida E10 Minnesota E10
  Brasil[6] E18 a E27,5 Obrigatória   Jamaica[7] E10 Obrigatória(5)   Dinamarca E5 Opcional Hawaii E10 Missouri E10
  Canadá[8] E5/E10 Opcional(1)   Nova Zelândia[9] E10 Opcional   Finlândia E5 Opcional Iowa E10 Montana E10
  China[10] E10 Nove províncias(2)   Paraguai[11] E12 Obrigatória   Suécia E5 Obrigatória Kansas E10 Oregon E10
  Colômbia[12] E10 Obrigatória(3)   Tailândia[13] E10/E20 Obrigatória Louisiana E10 Washington E10
  Costa Rica[14] E7 Obrigatória(4)
Notas:(1) As misturas disponíveis no Canadá somente estão à venda em Yukon, British Columbia, Alberta, Saskatchewan, Manitoba, Ontario e Quebec.
(2)
Na China quatro províncias já quase atingiram o uso total do E10, e outras quatro apenas adoptaron a mistura parcialmente.
(3) Na Colômbia o uso obrigatório somente é aplicável nas cidades com população maior de 500 mil.[15] (4) A mistura obrigatória de etanol na Costa Rica foi adiada para 2009, estava planejada para Outubro de 2008.
(5) Na Jamaica foi introduzido como opcional desde Novembro de 2008 em Kingston e prefeituras vizinhas, e será obrigatório em todo o país desde Maio de 2009.
(6) Ainda que somente é obrigatória em 10 estados, as misturas de baixo teor de etanol estão disponíveis em outros estados opcionalmente ou misturado para oxigenar.[16] Florida efetivo desde 2010.

E20 e E25

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E25 é a mistura de 25% de etanol com 75% de gasolina, e também é chamada de gasool. O etanol utilizado é anidro com menos de 1% de água, mas normalmente contêm somente 0,5% de água.

No Brasil, a mistura é obrigatória, sendo fixada entre 18 e 27,5% o percentual de álcool misturado com gasolina convencional.[6] Em julho de 2007 a mistura utilizada foi estabelecida em E25.[17] Devido a problemas de fornecimento dos produtores de etanol e à necessidade de importar álcool dos Estados Unidos, o governo federal reduz a mistura para 20% em outubro de 2011. Porém desde 1º de maio de 2013, o percentual obrigatório de etanol anidro combustível na gasolina é de vinte e cinco por cento (25%), conforme a Resolução CIMA (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool) Nº 1, de 28 de fevereiro de 2013, publicado em 1º de maio de 2013 no Diário Oficial da União.[18] Em 2014 a lei Nº 13.033 estabelece limite entre 18% a 27,5% como limites do Etanol anidro a Gasolina. [19] Os veículos flex do mercado brasileiro utilizam E25 ou qualquer mistura com etanol até E100.

E70 e E75

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E75 é a mistura de 75% de etanol e 25% de gasolina. Nos Estados Unidos e na Europa é chamado de E85 de inverno, já que a mistura é utilizada em substituição do combustível E85 para evitar problemas no arranque com clima frío, mas ele é vendido como se for E85. Esta redução sazonal do contéudo do etanol é utilizado nas regiões onde as temperaturas de inverno normalmente chegam a ser inferiores a 0 °C.[20]

 
Modelos típicos de carros flex brasileiros, que operam com qualquer mistura de álcool hidratado (E100) e gasolina E20-E25, que é a mistura oficial no país.

Nos Estados Unidos é utilizado o E70 como mistura de inverno, e sua implantação é regional.[21] No Wyoming por exemplo, o E70 é vendido como E85 de Outubro a Maio.[21] Na Suécia o E75 é utilizado durante o inverno em todos os veículos flex E85.[22] A mistura de inverno foi introduzida desde o inverno 2006-07, e o E75 é utilizado desde Novembro até Março.[23]

E85 é a mistura de 85% de etanol e 15% de gasolina. Esta é a mistura comum utilizada nos veículos flex dos mercados Europeu e nos Estados Unidos, razão pela qual os autos flex são chamados de veículos flexíveis E85. Este limite na mistura foi estabelecido para evitar problemas no arranque com clima frío durante o inverno, e para diminuir as emissões da mistura que são maiores quando a temperatura ambiente é inferior a 11 oC.[24]

E95 é a mistura de 95% de etanol com 5% de aditivo para melhorar a ignição. Esta mistura tem sido utilizada na Suécia em ônibus com motor diesel adaptado para funcionar especificamente com E95, e que precisam de um compressão maior para atingir a temperatura suficiente para queimar o etanol.

Na continente americano, o Brasil é primeiro país a ter ônibus movido a etanol em circulação pelo Projeto BEST (em inglês: BioEthanol for Sustainable Transport ou Bioetanol para o Transporte Sustentável). Esse primeiro protótipo foi apresentado no campus da Universidade de São Paulo, na capital paulista, em Outubro de 2007, e entrou em operação em 20 de Dezembro de 2007, integrado à frota da operadora Metra, rodando no Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara, que passa por nove terminais, atendendo a quatro municípios: São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema.[25] Durante o período de testes o ônibus E95 será comparado a um outro do mesmo modelo a diesel.

E100 é o etanol puro, ainda que realmente é etanol hidratado, com até 4,9% de água.[26] Esta mistura é utilizada somente no Brasil pelos veículos que operam com álcool puro, e também é utilizada pelos veículos flex, puro ou misturado com gasolina E20-E27.

Ver também

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Referências

  1. AIT/FIA Information Centre (OTA) (2007). «Sale of biofuels around the world» (PDF) (em inglês). Motormannen. Consultado em 25 de outubro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 17 de dezembro de 2008 
  2. «State Legislation» (em inglês). Ethanol.org. Consultado em 24 de outubro de 2008. Arquivado do original em 8 de setembro de 2008  Florida a partir de 2010 e Minnesota acrescenta para E20 em 2013.
  3. Kate Galbraith (26 de julho de 2008). «In Gas-Powered World, Ethanol Stirs Complaints» (em inglês). The New York Times. Consultado em 24 de outubro de 2008 
  4. «Shell Unleaded E10 Launched» (em inglês). Shell Australia. 12 de abril de 2006. Consultado em 25 de outubro de 2008. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2009 
  5. «India Making E5 Mandatory in October 2006» (em inglês). Green Car Congress. 27 de maio de 2006. Consultado em 25 de outubro de 2008  O uso obrigatório do E10 estava previsto para começar em Outubro de 2008
  6. a b «Lei Nº 8.723, de 28 de Outubro de 1993. Dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores e dá outras providências». Casa Civil da Presidência da República. Consultado em 5 de outubro de 2008  Veja artigo 9º e as modificações aprovadas pela Lei nº 13.033, de 2014)
  7. «E10 Blend Projected to save Jamaica US 92 million on fuel imports» (em inglês). Jamaica Information Service. 5 de novembro de 2008. Consultado em 6 de novembro de 2008 
  8. Wanda Gruenheidt (27 de janeiro de 2007). «Ethanol Overview» (em inglês). Alberta Agriculture and Rural Development. Consultado em 25 de outubro de 2008. Arquivado do original em 5 de setembro de 2008 
  9. Datamonitor (12 de agosto de 2008). «Gull New Zealand Launches New 91 Octane Biofuel» (em inglês). redOrbit. Consultado em 25 de outubro de 2008 
  10. «China Fuel Ethanol Production Projected to Increase 12% in 2007» (em inglês). Green Car Congress. 27 de junho de 2007. Consultado em 25 de outubro de 2008 
  11. «MIC proyecta subir al 20% la mezcla del alcohol con nafta» (em espanhol). ABC Digital. 6 de março de 2003. Consultado em 25 de outubro de 2008 
  12. Gloria Rey (12 de outubro de 2007). «Energy-Colombia: Harvesting Sunshine for Biofuels» (em inglês). Inter Press Service News Agengy. Consultado em 25 de outubro de 2008. Arquivado do original em 4 de maio de 2009  O uso do E10 começou em 2005
  13. «E10, E20 market share up to 48 percent in Thailand, state oil CEO says production should increase» (em inglês). Biofuels Digest. 7 de agosto de 2008. Consultado em 25 de outubro de 2008 
  14. Mercedes Aguero (26 de setembro de 2008). «Gobierno traslada para enero mezcla de etanol» (em espanhol). La Nación (Costa Rica). Consultado em 25 de outubro de 2008  O uso obrigatório estava previsto para Ourubro de 2008 mas foi adiado para 2009.
  15. «A rodar con alcohol carburante» (em espanhol). Diario Occidente. Consultado em 25 de outubro de 2008 [ligação inativa]
  16. Kate Galbraith (26 de julho de 2008). «In Gas-Powered World, Ethanol Stirs Complaints» (em inglês). The New York Times. Consultado em 24 de outubro de 2008  As misturas com baixo teor de etanol já estão presentes em dois terços da gasolina à venda nos Estados Unidos
  17. «Portaria Nº 143, de 27 de Junho de 2007». Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Consultado em 5 de outubro de 2008  Esta portaria estabeleceu a mistura em 25% começando em 1 de julho de 2007
  18. http://www.br.com.br/wps/portal/portalconteudo/produtos/automotivos/gasolina/!ut/p/c4/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hLf0N_P293QwP3YE9nAyNTD5egIEcnQ4MgQ_2CbEdFAGTlInk!/?PC_7_9O1ONKG10GSIC025HDRRAB10F4000000_WCM_CONTEXT=/wps/wcm/connect/portal+de+conteudo/produtos/automotivos/gasolina/duvidas+frequentes+gasolinas+petrobras#3
  19. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13033.htm#art4
  20. Gregory W. Davis (11 de junho de 2001). «Development of Technologies to Improve Cold Start Performance of Ethanol Vehicles: Final Report» (PDF) (em inglês). State of Michigan. Consultado em 14 de outubro de 2008 
  21. a b Ethanol Promotion and Information Council (27 de fevereiro de 2007). «When is E85 not 85 percent ethanol? When it's E70 with an E85 sticker on it» (em inglês). AutoblogGreen. Consultado em 12 de setembro de 2008 
  22. Vägverket (Swedish Road Administration) (30 de maio de 2007). «Swedish comments on Euro 5/6 comitology version 4, 30 May 2007: Cold Temperature Tests For Flex Fuel Vehicles» (PDF) (em inglês). European Commission. Consultado em 23 de setembro de 2008 
  23. «FAQs: Do ethanol cars really start when it is cold outside?» (em inglês). SEKAB. Consultado em 14 de outubro de 2008. Arquivado do original em 16 de julho de 2011 
  24. Davis, G.W.; et al. (6 de agosto de 2002). «Ethanol vehicle cold start improvement when using a hydrogen supplemented E85 fuel» (em inglês). Energy Conversion Engineering Conference and Exhibit, 2000. (IECEC) 35th Intersociety. Consultado em 14 de outubro de 2008 
  25. «Começa a circular em São Paulo ônibus movido a etanol». Estado de São Paulo. Consultado em 22 de novembro de 2008. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2009 
  26. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (6 de dezembro de 2005). «Resolução ANP Nº 36, DE 6.12.2005 - DOU 7.12.2005». ANP. Consultado em 22 de novembro de 2008. Arquivado do original em 1 de outubro de 2008  Veja tabela I – Especificações para AEAC e AEHC at "Anexo: Regulamente Técnico ANP Nº 7/2005.