Monumento 1 de San Martín Pajapan
O Monumento 1 de San Martín Pajapan é uma grande escultura de basalto olmeca encontrada no cume do vulcão San Martín Pajapan, nos Montes Tuxtlas do estado mexicano de Veracruz. É notável pela sua localização original e pela sua iconografia olmeca.
Descrição
editarProvavelmente esculpida durante os período formativo inicial, antes de 1000 a.C., a estátua de 1,4 metros de altura mostra um jovem senhor agachado. Apanhado no acto de levantar uma grande barra cerimonial, a sua mão direita encontra-se sob uma das extremidades e a esquerda sobre a outra. Pensa-se que esta pose, quase idêntica à dos "gémeos" de El Azuzul, representa um governante ou xamã (ou ambos) durante o ritual de levantar a Árvore do Mundo Mesoamericana ou axis mundi, um acto que estabelece o centro do mundo e que liga o plano terreno com os mundos acima e abaixo.[1]
O jovem senhor enverga um enorme toucado, cuja frente está coberta com o que parece ser uma máscara.[2] A máscara mostra a cabeça dividida, os olhos amendoados, e a característica boca voltada para baixo do jaguar-homem sobrenatural, implicando que o humano havia-se tornado, ou agia sob a autoridade e/ou protecção do sobrenatural.
Para trás ao longo dos lados do toucado fluem plumas. Da sua parte superior, rebenta vegetação - talvez milho. A máscara foi identificada com sendo do deus da chuva olmeca[3] e a iconografia e localização da estátua reflectem a generalizada crença mesoamericana nas montanhas como habitações dos deuses.[4]
Descoberta arqueológica
editarA escultura foi inicialmente identificada pelo topógrafo Ismael Loya em 1897 e redescoberta por Frans Blom e Oliver La Farge na sua expedição de 1925.[5] Situada numa plataforma na sela entre os dois picos mais altos da orla da cratera do vulcão,[6] foi encontrada rodeada de oferendas de vasilhas partidas, oferendas de jade, e numerosos outros objectos, datando desde tempos antigos até ao século XX, indicando que havia sido objecto de veneração durante milénios.[7] Estas oferendas e a própria estátua serviram para identificar o cume de San Martín Pajapan como uma paisagem sagrada.[4]
Em 1929, Marshall Seville do Museum of the American Indian de Nova Iorque, associou a estátua com outros artefactos em várias colecções, baseando-se em semelhanças estilísticas e numa iconografia comum. Uma vez que era inverosímil que a estátua tivesse sido movida após a sua colocação original, Seville propôs que este estilo artístico "olmeca" tinha tido origem no sul de Veracruz.[8]
Encontra-se actualmente em exposição no Museo de Antropologia de Xalapa em Veracruz.
Notas
Referências
editar- America's First Civilization, Discovering the Olmec. [S.l.]: Van Nostrand. 1968 Texto "Coe, Michael D." ignorado (ajuda)
- Blom, Frans;La Farge; Oliver (1926) Tribes and Temples: A Record of the Expedition to Middle America Conducted by the Tulane University of Louisiana in 1925, Tulane University, ISBN 0-939238-02-0
- Diehl, Richard A. (2004). The Olmecs: America's First Civilization. London: Thames and Hudson. ISBN 0-500-02119-8
- Markman, Roberta H. and Peter T. Markham (1989). Masks of the Spirit: Image and Metaphor in Mesoamerica. Berkeley: University of California Press
- Pool, Christopher A. (2007). Olmec Archaeology and Early Mesoamerica. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-78882-3
Ligações externas
editar- «Vista lateral do Monumento 1» (em inglês)
- «Excerptos de Tribes and Temples» (em inglês) na Mesoweb.