Morbillivirus
Morbillivirus é um género de vírus com invólucro de ARN de cadeia simples e polaridade negativa pertencente à família de vírus Paramyxoviridae e à ordem Mononegavirales. Este género compreende vários membros que causam infecções em humanos e outros animais, com especial relevância para o vírus do sarampo. Membros deste género têm uma importância global, não só a nível de saúde pública mas também na pecuária e conservação da vida selvagem.[1]
Morbillivirus | |||||||
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Classificação científica | |||||||
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Etimologia
editarO nome Morbillivirus vem da aglutinação da palavra morbillus (do Latim, pústula) e da palavra vírus.[2]
Membros
editarApesar do membro mais estudado deste género ser o vírus do sarampo, pensa-se que todos os morbillvírus têm modos de invasão, replicação e gemulação semelhantes mas suficientemente distintos e adaptados aos seus hospedeiros naturais.
Este morillivirus infecta principalmente seres humanos, mas outros primatas podem também serem infectados no contexto do laboratório. É responsável por uma doença do mesmo nome, sarampo, caracterizada por erupções cutâneas, complicações do sistema respiratório e uma prolongada imunossupressão.
Vírus da peste bovina
editarEste foi o agente patogénio causador da peste bovina, uma doença do gado bovino, agora erradicada.[3] Esta é a segunda doença erradicada pelo homem depois da varíola.
Vírus da peste dos pequenos ruminantes
editarA peste dos pequenos ruminantes é uma doença causada por este agente infeccioso que afecta o gado caprino e ovino assim como populações selvagens de cabras.[4] É endémico de várias regiões de África e Ásia.
O vírus da esgana canina, também conhecido no Brasil como o vírus da cinomose, é o agente etiológico duma doença canina denominada esgana, em Portugal, ou cinomose, no Brasil. A doença afecta principalmente o sistema respiratório, o sistema gastrointestinal e o sistema nervoso.[5] Apesar de ser maioritarimente descrita em cães, o vírus da esgana tem um largo espectro de hospedeiros afectando também outros carnívores incluindo leões,[6] lobos, hienas, raposas, guaxinins, furões, focas e macacos.[7]
Referências
editar- ↑ de Vries, R.D.; Duprex, W.P.; de Swart, R.L. (2015). «Morbillivirus Infections: An Introduction». Viruses. doi:10.3390/v7020699
- ↑ «Merriam-Webmester». Consultado em 19 de outubro de 2015
- ↑ «Campaign against deadly cattle plague ending». Food and Agricultural Organization of the United Nations. 14 de outubro de 2010. Consultado em 19 de outubro de 2015
- ↑ EFSA Panel on Animal Health and Welfare (AHAW) (2015). «Scientific Opinion on peste des petits ruminants» (PDF). European Food Safety Authority (EFSA). Consultado em 19 de outubro de 2015
- ↑ «Esgana». Hospital dos Animais. Consultado em 19 de outubro de 2015
- ↑ Viana, Mafalda; Sarah Cleaveland, Jason Matthiopoulos, Jo Halliday, Craig Packer, Meggan E. Craft, Katie Hampson, Anna Czupryna, Andrew P. Dobson, Edward J. Dubovi, Eblate Ernest, Robert Fyumagwa, Richard Hoare, J. Grant C. Hopcraft, Daniel L. Horton, Magai T. Kaare, Theo Kanellos, Felix Lankester, Christine Mentzel, Titus Mlengeya, Imam Mzimbiri, Emi Takahashi, Brian Willett, Daniel T. Haydon, and Tiziana Lembo. «Dynamics of a morbillivirus at the domestic–wildlife interface: Canine distemper virus in domestic dogs and lions». PNAS. doi:10.1073/pnas.1411623112. Consultado em 19 de outubro de 2015
- ↑ Bieringer, M; Jung Woo Han; Sabine Kendl; Mojtaba Khosravi; Philippe Plattet; Jürgen Schneider-Schaulies. «Experimental Adaptation of Wild-Type Canine Distemper Virus (CDV) to the Human Entry Receptor CD150» (PDF). PLoS ONE. doi:10.1371/journal.pone.0057488